Antes de mais nada, é necessário comunicar ao
leitor de que o meu objetivo neste capítulo é expor a sã doutrina dos apóstolos
em sua pureza e condenar a heresia e o julgamento hipócrita contra hábitos que
a Bíblia jamais condenou. Meu alvo neste trabalho é o Gnosticismo moderno
disfarçado de “igreja santa”, desfazendo-me de qualquer posição baseada no
senso comum. Também é necessário ressaltar que este artigo não é um estímulo ao
fumo – um pequeno exemplo que escolhi como peça-chave para falar sobre o
consumo de qualquer substância química em geral. Ou seja, cada leitor em
particular deve inclinar sua ótica ao texto com base no uso moderado ou
exagerado de uma determinada substância digerível que seja considerado
relevante na discussão teológica.
Particularmente, sou abstêmio (de bebida alcoólica), embora não veja nenhum
pecado em quem bebe com moderação, visto que a Bíblia não o faz. E isso não é
definitivo. De vez em quando, gosto de tomar uma dose ou outra de vodka. Por
outro lado, hoje sou um fumante moderado de palheiro, e, da mesma forma, não me
condeno naquilo que aprovo (Rm 14.22). Antes dou graças a Deus por tudo (1Ts
5.18), e tudo que faço com consciência limpa, o faço para a Sua glória (1Co
10.29-31).
Por razão de zelo pelos que não têm consciência, digo que, por mim, ninguém no
mundo fumaria ou beberia, nem faria qualquer outra coisa que possa escandalizar
o seu irmão (1Co 10.32), uma vez que busco sempre pelo proveito do próximo e
não o meu próprio, embora eu não possa alcançar a todos (1Co 10.33).
FUMAR
É PECADO?
As Escrituras não estabelecem qualquer restrição ou proibição direta ao consumo
do cigarro, do cachimbo ou do charuto. Todavia, isto não
significa que a mesma Escritura não contenha uma resposta quanto à pergunta.
Ela responde a várias questões não tratadas de maneira direta por Deus, mas de
forma a apontar costumes e práticas que constituem a mesma natureza.
Para começar, devemos entender que a Bíblia é quem determina o que é pecado, e
não o homem. Da mesma forma, os hábitos viciosos do ser humano não são
pecaminosos pelo fato de serem viciosos. A Palavra de DEUS é quem estipula se
uma prática viciosa é ou não pecado. A Palavra de Deus também apresentará ao
leitor a diferença entre restrição e proibição, como no caso da bebida
alcoólica, frequentemente causadora de males incontáveis no período
testamentário, mas que, no entanto, não é proibida de forma exaustiva por Deus.
A mesma Bíblia que nos adverte sobre os perigos do vinho (Pv 20.1) também diz
que o mesmo vinho é recomendado em doses equilibradas para fins de tratamento
estomacal e para várias outras enfermidades (1Tm 5.23). E agora? Será que a
Bíblia é – como dizem alguns insensatos – contraditória? Não. Quando a Bíblia
trata deste assunto, ela aplica regras de como lidar com qualquer tipo de substância
natural que Deus, em Sua infinita sabedoria, proporcionou ao homem para que ele
usufrua com equilíbrio e sabedoria (Gl 5.22). Na verdade, isso é tão fácil de
entender que basta raciocinar no fato de que os medicamentos mais simples que
ingerimos no dia a dia são mais danosos ao corpo do que o cigarro e a bebida
juntos. Para ser mais franco, uma simples análise dos componentes do adoçante
(produto muito bem visto pela cultura atual) fará com que os leitores humildes
admitam que condenar um homem que fuma um cigarro para relaxar não faz sentido
algum, além de ser antibíblico.
Antes de darmos início ao exame das Escrituras Sagradas, vamos observar alguns
pontos interessantes da história do Cristianismo com relação ao fumo:
Em primeiro lugar, até poucas décadas atrás o cigarro nunca foi
considerado um mal entre os cristãos ortodoxos. Na verdade, o fumo começou
a ser apontado como pecado por alguns ramos do Protestantismo na metade do
século XX, somente quando descobriram os malefícios da nicotina. Ainda assim,
até hoje se espera de tais religiosos um argumento plausível que faça do fumo
em si um pecado diante de Deus.
Considerado como uma prática indiferente, no passado era comum ver cristãos
piedosos, claramente fieis a Deus e à Sua Palavra, fumarem seus cachimbos e
charutos pelas ruas. Isso porque os cristãos mais instruídos estavam mais atentos
e preocupados ao que de fato era pecaminoso, como por exemplo o uso de roupas
íntimas em público. Para quem não sabe, quando o biquíni foi inventado, as
empresas tiveram que contratar prostitutas para propagarem seus produtos, uma
vez que as mulheres da época, mesmo as não-cristãs, ficaram chocadas e se
negaram, por muitos anos, a ficarem seminuas em qualquer lugar público.
Se você prestar atenção na história, verá que o biquíni foi apresentado pela
primeira vez em 1946, em uma piscina pública de Paris, e foi criado por Louis
Réard. A primeira mulher a usá-lo foi Micheline Bernardini, uma dançarina de
boates que posava para revistas, pois nenhuma modelo da época havia aceitado o
convite.
Antes da década de 1940, nenhuma mulher se atrevia a expor seu corpo em
público, e isso era escândalo também para os homens. As únicas mulheres desta
época que mostravam seus corpos eram prostitutas.
Sendo assim, que os fariseus modernos me poupem de seus discursos
pseudo-teológicos a fim de legitimar algo que Deus odeia (a lascívia – Gl 5.19)
enquanto condenam a prática do fumo (algo que Deus não o fez).
Mas, o mundo é mesmo muito louco. A falta de pudor e modéstia, severamente
condenada na Bíblia sob o nome de lascívia e prostituição (Gl 5.19), é vista
pelas igrejas contemporâneas como algo normal. Enquanto isso, os fumantes que
fazem uso moderado do cigarro são vistos como monstros, mesmo Deus nunca tendo
proferido qualquer julgamento contra eles.
Não obstante, muitos argumentam dizendo que fumar é pecado por várias razões
sem respaldo bíblico. Tais argumentos são tão circulares e repetitivos que
chegam a clamar por inteligência. Vejamos alguns desses argumentos e
respondamos a eles com a Palavra de Deus.
1. “Fumar é pecado porque vicia”.
Se o cigarro é pecado por ser um vício, o café, o chocolate, os refrigerantes,
os chás e o chimarrão do sul também o são, pois todos eles contêm cafeína,
uma substância química estruturalmente semelhante
à nicotina contida no tabaco, com poder de causar dependência (vício)
equivalente ao desta última.
“A Cafeína é a droga psicoativa mais amplamente consumida e é um
estimulante de uso legal facilmente disponível até para crianças. A
Cafeína tem sido ocasionalmente considerada uma droga de abuso e seu
potencial para causar dependência tem sido debatido” (NAOSHI OGAWA md,
HIROFUMI UEKI md [2007]; Clinical importance of caffeine dependence and
abuse/Psychiatry and Clinical Neurosciences, Volume 61, Number 3, June 2007,
pp. 263-268[6]).
Agora, note uma coisa interessante no sistema religioso atual. Comer em demasia
é um pecado denunciado com todas as letras na Palavra de Deus. A glutonaria
aparece ao lado de "invejas,
homicídios e bebedices" em Gálatas 5.21. Ela é também companheira
das "dissoluções,
concupiscências, borrachices, bebedices e abomináveis idolatrias" em 1
Pedro 4.3 e Romanos 13.13, além de ter sido particularmente denunciada pelo
próprio Senhor Jesus em Lucas 21.34. Ainda assim, você já deve ter presenciado
muito crente obeso lançar condenações maldosas contra um irmão fumante.
Certamente que pessoas como essas ainda não aprenderam, ou, no mínimo, se
esqueceram do ensino de Jesus sobre o julgamento hipócrita em Mateus 7.4: "Como
dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no
teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o
argueiro do olho do teu irmão".
Esta passagem, muitas vezes usada erroneamente para afirmar que Jesus nos
proíbe de julgar o pecador, na verdade é uma denúncia contra um tipo de
julgamento específico. Aqui, o Senhor Jesus condena o julgamento hipócrita, que
é quando julgamos alguém por algo que nós mesmos praticamos. No caso em
questão, qualquer pessoa que tenha vícios (seja em televisão, em celular, em
doces, em refrigerantes ou café) está julgando sem a reta justiça requerida por
Cristo na passagem ao julgarem o ato de fumar, e, portanto, está em pecado.
2. “Fumar é pecado porque destrói o templo do Espírito Santo que somos nós”.
Quantas vezes somos surpreendidos por clichês do tipo: "Você fuma? Então
você está destruindo o templo do Espírito Santo”. “Você toma bebidas
alcoólicas? Então você está destruindo o templo do Espírito Santo”. “Você faz
tatuagens? Então você está destruindo o templo do Espírito Santo”. “Você
come salsicha? Então você está destruindo o templo do Espírito Santo...”
etc. Há várias outras razões pelas quais a ignorância acerca das Escrituras
Sagradas leva cristãos nominais a esse entendimento espúrio do texto de 1
Coríntios 6.18-20. Contudo, a simples leitura do contexto dessas passagens nos
diz o que é "destruir o Templo do
Espírito Santo, que somos nós”. Quando a Palavra de Deus diz isso, ela está
se referindo a um pecado específico: A FORNICAÇÃO (ou, em outras traduções –
prostituição).
Observemos o contexto: "Fugi da FORNICAÇÃO. Todo o pecado que o homem
comete é fora do corpo; mas o que
fornica peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é
o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não
sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a
Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus"
(1 Coríntios 6.18-20).
Esse é o contexto. "Todo o pecado
que o homem comete é fora do corpo; mas o
que FORNICA peca contra o seu próprio corpo" (v. 18).
O texto é claro: o pecado contra o corpo é a FORNICAÇÃO.
Na época de Jesus não existia cigarro, mas havia bebida alcoólica. E Ele bebia.
Foi motivo suficiente para os FARISEUS o acusarem de beberrão. Certamente, nos
dias de hoje, Jesus seria um belo fumante de charuto e seria motivo de
escândalo entre os FARISEUS modernos, além de ser acusado por eles de viciado
em fumo! Ah, como eu queria ver essa cena!
Sendo assim, o julgamento contra o fumo em si é herético. Tal postura farisaica
não condiz com a genuína Palavra de Deus e deve ser considerada como um falso
evangelho, isto é, maldito (Gl
1.6-10). Neste caso, até que se prove o contrário, quem está condenado ao
inferno são aqueles que traçam um prognóstico desprovido da reta justiça (Jo
7.24) e contrário às leis de Cristo. Tais indivíduos devem se arrepender de
fazerem julgamentos hipócritas e se converter de seus maus caminhos.
“Não julgueis segundo a aparência, mas
julgai segundo a reta justiça” (João 7.24).
EQUILÍBRIO
PRÓPRIO
“Não é o que entra pela boca
que torna o homem impuro, mas o que sai de sua boca, isto o torna impuro...” (Mateus 15.11).
“Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio. Então
chega o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: ‘Eis aí um glutão e bebedor
de vinho, amigo de publicanos e pecadores’. Todavia, a sabedoria é comprovada
pelas obras que são seus frutos” (Mateus 11.18-19).
1.
A Bíblia não proíbe o consumo de substâncias naturais, mas se restringe em
condenar o ABUSO delas.
Um dos frutos do Espírito é o equilíbrio
próprio (Gl 5.22). A virtude do equilíbrio
próprio consiste em evitar toda espécie de excesso ou descontrole. Ou seja,
tanto o ABUSO da comida como o do álcool, do fumo ou de medicamentos é
condenado explicitamente pela Escritura (Gl 5.22). Porém, nada é dito contra
qualquer uma dessas coisas em si mesmas. Em contraste com o fruto do Espírito,
encontramos dezessete obras da carne nos versículos 19,20 e 21 de Gálatas 5.
Entre elas estão a glutonaria e a bebedice, ambas relacionadas ao ato de ABUSAR
da comida e da bebida, não de fazer o uso equilibrado delas. Sendo assim,
comer, beber e fumar moderadamente não é pecado.
2.
A HIPOCRISIA DISFARÇADA DE PIEDADE
Pessoas por todas as partes consomem uma quantidade equilibrada de cigarros de
tabaco, quatro ou cinco vezes por dia. Algumas delas usufruem disso uma ou duas
vezes por semana. É algo bem subjetivo, dependendo de cada pessoa. Isso vale
também para o cachimbo e o charuto. Não obstante, não há estudo comprovado
nenhum que prove que o fumo moderado cause qualquer dano relevante à saúde. E
isso não é, em hipótese alguma, um incentivo para se fumar. Todavia, posso
afirmar, sem falso temor e sob a base da ciência, que o cigarro é menos nocivo
ao corpo humano do que muitas porcarias que a nossa sociedade consome
tranquilamente nos Fast-food's da
vida, sem que nenhum moralista hipócrita venha nos incomodar com prognósticos
insensatos envolvendo o nosso caráter cristão. Os poucos cristãos genuínos que
ainda restam na cristandade piram com esse tipo de farisaísmo mascarado de
piedade e ortopraxia.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, milhões de pessoas morrem todos os anos
por doenças supostamente causadas pelo cigarro. Entre as doenças mencionadas
por essa Organização estão o câncer, doenças respiratórias, doenças do coração
e dependência química. Todavia, essa tese já vem sendo desmistificada ao longo
dos anos. Trata-se de uma tese relativa, não objetiva. O cigarro pode fazer mal
àqueles que têm predisposição a doenças como o câncer, mas não faz mal algum
àqueles que não possuem genética para doenças adjacentes. Essa teoria de que o
cigarro em si causa câncer, por exemplo, é um MITO. Muitos fumam até aos 100
anos e morrem sem nenhum dano feito pelo cigarro. Outros, com predisposição
GENÉTICA, são prejudicados pelo cigarro, e nem por isso o segundo grupo está em
pecado.
Sob a base da Escritura e após exaustivo exame temente e responsável da Palavra
de Deus, aprendi que não é a comida, o álcool ou o fumo que degrada o homem,
mas o homem é quem degrada tanto a comida como o álcool, o fumo e tudo que ele
encontra pela frente. É o mau uso que faz do homem um dependente mórbido das
coisas terrenas, fazendo-o criar ídolos para si (Cl 3.5). Nunca vi taças de
vinho com vida própria, se insinuando para os homens com trajes de prostituta,
olhos lascivos e línguas venenosas, colocando-se em suas bocas. Do mesmo modo,
jamais presenciei um cigarro se levantando para envenenar a mente das pessoas
com palavras torpes, ganância, inveja, mentiras, calúnias, falsas suspeitas e
heresias de perdição. A propósito, tenho certeza de que jamais verei um cigarro
falante pedindo para ser fumado. Logo, concluímos que o mal está no homem e não
no que ele toca, prova ou manuseia (Cl 2.20-21).
3.
TRÊS PREMISSAS E UMA CONCLUSÃO:
1 - O primeiro milagre de Cristo, o qual inaugurou Seu ministério na terra, foi
transformar a água em vinho em uma festa de casamento (Jo 2.1-12).
2 - Deus não pode ser tentado pelo mal, e Ele a ninguém tenta (Tg 1.13).
3 - Ao contrário do cigarro e de outras substâncias existentes no mundo, a
bebida é claramente apontada pela Bíblia como algo extremamente perigoso para a
vida espiritual (embora não condenável em si), e que deve ser evitado. Um
pequeno exemplo dentre muitos está em Isaías 28.7. Veja o que Deus diz sobre o
vinho e sobre qualquer outra bebida forte: “Mas também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se
desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são
absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte; andam
errados na visão e tropeçam no juízo” (Isaías 28.7).
O mesmo Deus que disse essas palavras, disse em outro contexto com relação aos
dízimos que não podiam chegar a tempo no Templo de Jerusalém: “E quando o caminho te for tão comprido que
os não possas levar (os dízimos), por estar longe de ti o lugar que escolher o
Senhor teu Deus para ali pôr o seu nome (o Templo), quando o Senhor teu Deus te
tiver abençoado; então vende-os (os dízimos), e ata o dinheiro na tua mão, e
vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus; e aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e
por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua
alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa”
(Deuteronômio 14.24-26).
CONCLUSÃO:
Pergunto aos fariseus da nova era: Jesus pecou ao beber? Ou, como costumam
afirmar os liberalistas teológicos, a Bíblia entra em contradição consigo
mesma? Como alguém, sendo no mínimo alfabetizado, pode afirmar que tomar bebida
alcoólica ou qualquer outro tipo de bebida com álcool, de forma moderada, santa
e agradável diante de Deus, é pecaminoso? Se a bebida alcoólica, que possui
componentes que podem alucinar um homem devido ao seu mau uso, como poderíamos
condenar um ato tão demasiadamente menos ameaçador como o fumar?
Mas, se alguém ousa repetir as velhas queixas baseadas em seus próprios
pensamentos e tradições humanistas, inúteis para a vida espiritual, o que lhes
restará senão que suas vãs filosofias virem fumaça quando o Filho do Homem vier
para julgar todos os que viveram de fato no pecado, incluindo no ato de julgar
sem a reta justiça (Jo 7.24)? Visto que a lei e o testemunho são os alicerces
do julgamento justo, como escaparão do inferno (Is 8.20)?
Mas, aos que ouvem a palavra da verdade e se vêem livres dos velhos hábitos,
digo: O fruto do equilíbrio próprio produz no homem a vontade e a aplicação de
uma vida longe de hábitos exacerbados, quer no comer, quer no beber, quer no
fumar. A temperança o leva a evitar toda a espécie de excessos, inclusive de
medicamentos prescritos por médicos vocacionados por Deus para esta tarefa (o
apóstolo Lucas era um). A Escritura alerta o tempo todo sobre aqueles que, em
estado de embriaguez ou por gosto imoderado de qualquer coisa, estão pecando
contra aqueles por quem Cristo se sacrificou e pondo em risco a segurança de
todos à sua volta, tornando-se culpados por suas quedas.
BÍBLIA
VS ACHISMO
"Bom é não comer carne, nem
beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize,
ou se enfraqueça. Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado
aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que
tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é
de fé é pecado" (Romanos 14.21-23).
Enquanto eu dava continuidade neste artigo, uma senhora, se dizendo “cristã”,
com ares de intelectual e postura soberba, fez um comentário no mínimo
estarrecedor no meu Facebook – pelo menos para alguém que se diz cristão.
Assim, percebendo o perigo de alguém passar a ter uma mente cauterizada como a
dela, e preocupado com aqueles que podem ser contaminados pelo mesmo tipo de
mentalidade, registrei suas palavras, as quais se seguem: “Entendo como pecado qualquer vício! Mas é
aí que o Espírito Santo entra: para nos convencer do pecado, da justiça e do
juízo. ‘Tô tranqüila!’ A morte de Jesus por mim não foi em vão; ele morreu
pelos meus pecados de ontem, hoje e do futuro. Santificação, é esse processo
que devemos viver: de tentar agradar a Deus todos os dias” (Sra.
Achismo).
Para a compreensão do leitor, editei os erros ortográficos e pontuações da Sra.
Achismo. Como se pode perceber, também adaptei seu nome para que ela não seja
exposta e reflita nas palavras de correção as quais tecerei igualmente no
parágrafo abaixo:
Pensamentos como o da Sra. Achismo podem parecer bíblicos à primeira vista, mas
não são. Na verdade, esse tipo de confusão doutrinária traz sérios
desdobramentos para a vida prática do cristão e o coloca numa situação bem
complicada. A respeito do primeiro ponto, a Bíblia diz: "Bem-aventurado
aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova" (Romanos
14.22). Isto significa que, quando você se condena por qualquer prática que não
constitui-se necessariamente pecado, você está tornando-a pecado por si mesmo e
está condenando a si mesmo porque sua consciência está suja. Em segundo lugar,
o argumento de que "não é preciso se preocupar com isso ou aquilo pelo
fato de Jesus ter pagado o preço na cruz" é uma heresia antiga, praticada
principalmente pelos antinomianos. A seita dos antinomianos possui até o seu
sistema de doutrinas próprio e se chama “Antinomianismo” (Confira meu artigo
“Legalismo e Antinomianismo: Dois extremos opostos que pisam na graça”).
Adeptos da filosofia antinomiana pensam que a graça de Deus anula a responsabilidade
da Igreja em se santificar em temor e obediência às leis de Cristo. Tal
doutrina antibíblica é também denominada como “Fatalismo Teológico”. Portanto,
que todo leitor esteja atento a este alerta e fuja de tais heresias.
“Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os
contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão
contaminados. Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo
abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra” (Tito
1.15-16).
A sacarose possui mais de setenta e seis (76) meios de acabar com a saúde de um
ser humano. Se os indivíduos que condenam o hábito de fumar se baseiam na
impureza dos alimentos e de qualquer substância ingerida, eles terão que dizer
adeus ao AÇÚCAR.
Segue abaixo o link de um artigo chamado “Os 76 Modos do Açúcar acabar
com a Saúde”:
http://www.guiavegano.com/nutricao/nancy/76modos.htm
“O açúcar é oito vezes mais viciante que a cocaína e seu consumo diário é a
causa de 95% de todas as doenças existentes” (David Permulter – Phd
americano – autor do livro A Dieta da Mente).
FALSOS
PROFETAS SEMPRE CONDENARÃO
OU ACEITARÃO AQUILO QUE LHES CONVÉM
Não demorará muito tempo e, assim como ocorreu ao longo da história do
Cristianismo, surgirão mais falsos mestres gnósticos para estipularem suas
listas preferidas de “pecados” para manter as mentes de homens carnais e
ineptos cativas às suas fábulas e longe da Escritura Sagrada. O Diabo é sagaz,
e se tem uma técnica que ele desenvolveu e aperfeiçoou com maestria durante a
história da humanidade é o sofisma. Assim, ele pode usar grandes verdades de
Deus para distorcê-las, aplicando regras com aparência de santidade a fim de
que a doutrina de Cristo seja censurada e o verdadeiro pecado faça um ninho nas
cabeças incautas.
Os fariseus engravatados dos nossos dias têm disseminado e praticado os pecados
mais abominados por Deus como se fossem práticas normais. Através do método do
sofisma, eles apresentam um falso evangelho em seus púlpitos ao se declararem
abstêmios de tantas coisas para, no final, fazerem uma falsa aplicação da
Palavra de Deus. O divórcio e o segundo casamento de divorciados são pecados
enfaticamente condenados por Cristo, e, no entanto, ambas as práticas são tidas
como normais nas igrejas que rotulam o fumante de “pecador”. Enquanto esses
facínoras, travestidos de “pastores”, defendem o divórcio e o segundo casamento
de divorciados como direitos invioláveis, com pretextos baseados na era
patriarcal (ordenanças caducas da lei de Moisés), a inerrância das Escrituras é
lançada no mar do esquecimento e essas duas práticas pecaminosas não são mencionadas
pelos ministros da Igreja moderna em seus púlpitos.
Querem condenar o crente por fumar um cigarro antes de dormir, lançar outro
crente na fogueira porque fez uma tatuagem no braço, lançar no inferno outros
vários fieis que tomam cerveja em casa com sua família, mas pensam estar sendo
“cristãos” ao ordenarem e seguirem “pastores” que estão divorciados e/ou no
vigésimo casamento.
Porém, eu lhes digo que todos que permanecem em estado de adultério ao deixarem
seus cônjuges e se juntarem com terceiros irão para o inferno. Por quê? Porque
Jesus Cristo assim o diz (Mt 19.3-11; 1Co 7.10,13-15,39; Rm 7.2-3).
A
LIBERDADE CRISTÃ E SEUS ASPECTOS
As cartas de Paulo são as mais enfáticas sobre a liberdade cristã e como nós
devemos vivê-la com autoridade, não dando ouvidos ao que o próprio apóstolo
denomina como “fábulas judaicas” e “mandamentos de homens” (Tt 1.14).
Também é necessário uma busca pela maturidade espiritual a fim de que nossa
liberdade não seja confundida com “liberalismo teológico”, o que está longe de
ser sinônimo de liberdade em Cristo. O liberalismo desemboca na
irresponsabilidade e falta de consciência para com a vida do próximo, além de
nos afastar das leis de Cristo. Por outro lado, a liberdade cristã resulta em
uma completa emancipação de inibições e tabus religiosos sem ferir nenhum
princípio bíblico. Ou seja, o cristão, quando entende e desfruta dessa
libertação, tem uma consciência limpa porque sabe o que é pecado e o que não é.
Isso é bem diferente de ser “liberal”.
Não sendo conivente com qualquer padrão antibíblico, o apóstolo Paulo se
adaptava facilmente a qualquer ambiente com a finalidade de apresentar Cristo
(1Co 9.22). Longe dos métodos liberalistas do ecumenismo religioso, o qual tem
a pretensão de apresentar um evangelho que se adapte ao gosto do pecador, Paulo
tinha como alvo apresentar o verdadeiro Cristo a estas pessoas de diferentes
lugares pagãos, sem, contudo, tentar retirar o fio da navalha do evangelho.
Da mesma forma, ao desfrutar da liberdade cristã com ousadia e intrepidez, o
mesmo Paulo sabia que muitos cristãos não eram completamente libertos na
consciência como ele. E essa deve ser nossa postura diante dos “fracos na fé”. Estamos agora falando da
nossa conduta diante de pessoas que [ainda] estão em fase de crescimento
espiritual. Elas simplesmente não estão preparadas para lidar com a liberdade
concedida por Cristo em termos de ambientes, circunstâncias e culturas
variadas. Nas palavras de Paulo, são bebezinhos espirituais e ainda se
alimentam de leite, não de alimento sólido, porque ainda são incapazes de
ingeri-lo.
“E eu, irmãos, não vos pude falar
como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos
criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora
podeis” (1 Coríntios 3.1-2).
OS FRACOS E OS FORTES NA IGREJA
Dois grupos da comunidade cristã em Roma são o centro da mensagem de Romanos
14.1–15.13, identificados como “os fracos” e “os fortes”. Nesta carta, o
apóstolo dos gentios exige que os “fracos” sejam tratados com mais tato,
paciência e sabedoria pelos mais “fortes”.
OS
FRACOS
A palavra grega para “fraco” é astheneo,
que indica “fraqueza”, “indigência”, “impotência”, “falta de força por variados
motivos”. No Novo Testamento, o termo é usado pelo menos quarenta vezes para
designar doentes físicos. Desta forma, fica fácil perceber que o autor
inspirado aponta para um tipo de “fé
enferma”, ou, como eu prefiro chamar, “processo de amadurecimento na fé”.
Sendo assim, o que falta ao fraco não é a fé em si, mas a liberdade de
consciência.
Mas, afinal, quem são os fracos mencionados nesse contexto? Examinemos as
possibilidades com base na carta em questão:
1. Ex-idólatras – Recém-convertidos do paganismo; grupo semelhante ao
mencionado por Paulo em 1 Coríntios 8. Indivíduos que, mesmo resgatados da
idolatria, por escrúpulo (hesitação da consciência), sentiam-se impedidos de
comer carne que, antes de ser vendida nos açougues, era dedicada a ídolos.
2. Ascetas – Pessoas que exercitavam a disciplina do “autocontrole do
corpo”, considerando que isso era algo necessário e imprescindível para chegar
até Deus. Havia ascetas presentes na igreja em Roma, o que explica por que se
abstinham do vinho e da carne (Rm 14.21).
3. Legalistas – Consideravam
as abstenções como “boas obras” necessárias para a salvação. Esse grupo é
facilmente encontrado em qualquer esquina hoje, especialmente entre evangélicos
e católicos, e, sobretudo, no movimento pentecostal e carismático. Eles não
entendem a suficiência da fé em Cristo Jesus para a justificação do salvo.
4. Cristãos judeus – No
caso da epístola que estamos examinando, essa é a possibilidade mais
satisfatória. Eram os que ainda permaneciam com a consciência voltada para as
regras do Judaísmo, especialmente referentes a dietas (comer apenas alimentos
considerados limpos – Rm 14.14,20) e aos dias festivos do Velho Testamento, os
quais foram abolidos por Cristo (guarda do Sábado e festivais judaicos –
cerimônias que nunca foram ordenadas aos cristãos). A carne de porco, por
exemplo, era considerada impura no Judaísmo e a Lei exigia que eles não a
comecem. É por isso que os cristãos judeus tiveram tanta dificuldade para
deixar esse costume, uma vez que a abstinência de alimentos no Cristianismo é
totalmente inútil e pecaminoso (1Co 10.25-27; 1Tm 4.3). Deus ordena que a
Igreja não se abstenha de nenhum alimento, e Ele condena líderes que obrigam os
fieis a se absterem de qualquer alimento.
OS
“FORTES”
A palavra grega para “forte” é dynatos,
e significa “alma forte”, “capaz de suportar calamidades com coragem e
paciência, firmes nas virtudes cristãs”. Embora todo homem seja fraco por
natureza (Rm 3), aqui o termo indica um cristão maduro na fé e no trato com o
próximo, pois Cristo concedeu a ele essa força, enquanto que para outros não.
Por dever de ofício, devo esclarecer ao leitor que esses “fortes” na fé não são
fortes por serem valentes em si mesmos, nem por serem mais espirituais que os
fracos aqui mencionados. Nesse sentido, devo lembrar-vos de que “quando estou fraco é que sou forte”
(2Co 12.10). Todavia, aqui nós estamos a tratar de uma força no sentido de que
o crente está amadurecido espiritualmente para lidar com ambientes e
circunstâncias que não interferem mais em seu caráter cristão, embora ele deva
vigiar em todo o tempo a fim de se manter de pé (1Co 10.12).
Com a Igreja atual não é diferente. Assim como a igreja em Roma, o cenário da Igreja
de nossos dias revela sua inegável similaridade. Existem fracos e fortes na fé.
É nosso dever orar sem cessar para que os poucos cristãos que ainda prezam pelo
evangelho santo e puro saibam lidar com essas pessoas debaixo do temor a Deus e
com conhecimento.
A
MATURIDADE NA FÉ (Rm 14.1-2)
A Palavra de Deus registra pelo menos quatro níveis de fé dentro do Corpo de
Cristo: (1) nenhuma fé (Mc 4.35-41), (2) pouca fé (Mt 14.22-33), (3) grande fé
(Mt 15.21-28) e (4) inigualável fé (Mt 8.5-15). Continuando nossa análise do
contexto de Romanos 14.1–15.13, percebemos que a união entre os membros da
igreja em Roma estava ameaçada. Isso aconteceu pelo fato de que os cristãos
maduros, já libertos do jugo do legalismo e das regrinhas caducas do Judaísmo,
estavam em constante conflito com os cristãos imaturos, os quais ainda
permaneciam debaixo de pensamentos e filosofias hipócritas, mesmo tendo o
conhecimento de Deus. Enquanto o primeiro grupo entendia bem a amplitude da
liberdade cristã pela fé em Cristo Jesus e sob as leis direcionadas à Igreja de
Deus, o segundo grupo se mantinha com a consciência perturbada devido às velhas
crenças e práticas arraigadas em suas mentes. Eles simplesmente não sabiam
exatamente o que fazer e o que não fazer quando se deparavam com questões
frívolas da vida, tais como: “posso comer
isto? Posso beber aquilo? Posso usar isso? Posso tocar naquilo?”... etc.
Mais uma vez, com a Igreja atual não é diferente. O problema da falta de pureza
na consciência ainda insiste em corromper a Igreja de Cristo e a levar muitos a
se apostatarem da fé (uns por causa do legalismo, outros devido ao
liberalismo). Ao questionarem os assim chamados “pastores” e “líderes” a
respeito do uso do fumo, da bebida, da tatuagem e de outros hábitos alvos do
farisaísmo atual, os membros são alienados pelos mais variados tipos de
respostas malucas que visam prendê-los debaixo de um jugo cruel e inútil para a
vida espiritual. Isso é tão sério, que pessoas por toda a parte, pensando
servir a Deus, se afastam de Sua lei para dar ênfase a essas listas de
regrinhas que lhes foram impostas pelo sistema religioso com relação aos
hábitos, usos e costumes que a Bíblia jamais condenou em si mesmos.
De volta às passagens bíblicas, sabendo que os cristãos maduros entenderiam
melhor esse conflito, o apóstolo da graça direciona a eles duas ordens práticas
em relação aos imaturos – enfermos na fé: “Ora, quanto ao que está
enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas” (Romanos
14.1). Imaturos e enfermos na fé são aqueles que vêem pecado em tudo: no comer,
no beber, no fumar, etc.
UM CONSELHO FINAL
1. Recebam de forma genuína e de boa mente aos que são débeis
na fé, porquanto não estamos, agora, lidando com ímpios irredutíveis, mas com
homens claramente tardios em compreender o que vocês já compreendem. Eles são
lentos no entendimento, mas não estão regredindo nem se apostatando. Antes,
mesmo devagar, estão crescendo em graça e conhecimento de nosso Senhor Jesus
Cristo. Portanto, recebamos esses queridos irmãos com amor não fingido.
2. Não entrem em contendas duvidosas com esses crentes; não os
recebam com o objetivo de discutir opiniões frívolas e inúteis para
a salvação. Não entrem em conflito envolvendo a consciência individual.
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (1Coríntios
10.23).
Continua em: Fazer
greves e outras manifestações políticas, ainda que sejam atos legais, é uma
atitude cristã?
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SUMÁRIO - O EVANGELHO sem Disfarces
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