A primeira coisa que um cristão deve saber a
respeito do Sábado Judaico é que esta lei se trata de uma ordem de Deus dada ao
povo de Israel e não à Igreja. A segunda coisa é que o sábado não foi abolido, nem mesmo um i ou um til da lei, como
Jesus mesmo disse, e nós constataremos isso mais à frente. A terceira coisa
importante é que devemos sempre saber diferenciar as ordens dadas por Deus a
Israel das ordens dadas por Ele à Igreja. As ordens dadas a Israel são
diferentes das que Ele estabeleceu para Sua Igreja. Dito isto, vamos tentar
falar mais a respeito deste mandamento e entender por que a Igreja está isenta
do mesmo.
A palavra “Sábado” vem do hebraico Shabat,
que significa “Descanso” – o dia judaico dedicado ao descanso e ao culto.
Todavia, para o cristão, mediante o evangelho da graça e conforme os versículos
que aqui serão apresentados de forma sistemática, o próprio Cristo é o nosso
sábado, pois é Ele quem diz ser o nosso Sábado, e é Nele que somos convidados a
descansar todos os dias, em espírito e em verdade (Mt 11.28; Mc 7.27,28; Jo
4.23).
Muitos grupos e seitas religiosas, tais como Adventismo do Sétimo Dia, Igreja
Presbiteriana do Brasil e Igreja Católica Romana, ensinam que deveríamos
guardar um dia para o Senhor. No Adventismo do Sétimo Dia este dia é o sétimo,
enquanto que na Igreja Presbiteriana e Católica é o primeiro. Isso ocorre
porque, de acordo com a crença presbiteriana e católica, o Shabat foi transferido para o dia
do Senhor, que é o primeiro dia da semana escolhido pelos apóstolos e
primeiros cristãos para culto, adoração e ministério, quando partiam o pão
entre si (At 20.7; 1 Co 16.2). Porém, o dia do Senhor não tem nenhuma relação
com o Sábado judaico. Essas pobres almas dedicam um “culto especial” em favor
de um “dia santo” nunca antes estabelecido pelo evangelho de Cristo! Isso se
chama idolatria. Trata-se do ato de considerar um dia como sendo “santo” ou
mais importante do que os outros. Isso ocorre pela falta de conhecimento, de um
estudo responsável das Escrituras e pela ausência de uma compreensão saudável
acerca das dispensações da Bíblia. De fato, como já fora dito em outro
capítulo, o Sábado Judaico não é encontrado no Novo Testamento porque se trata
de uma instituição puramente judaica, provida de um calendário lunar e
impossível de ser praticada pela Igreja cristã, ainda que existisse tal lei na
dispensação da graça, isto é, no Novo Testamento.
O SÁBADO JUDAICO
O Sábado está entre os Dez Mandamentos do Antigo Testamento da Bíblia. A ordem
de Deus para o povo de Israel na dispensação da lei era esta:
“Lembra-te do dia do sábado, para o
santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é
o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem
tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu
estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor
os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou;
portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou” (Êxodo 20.8-11).
Em Deuteronômio vemos mais uma razão para Deus ter ordenado ao povo de Israel
que guardasse o dia do Sábado. Os israelitas deviam guardar o Sábado para que
se lembrassem da libertação da escravidão do Egito:
“Guarda o dia de sábado, para o
santificar, como te ordenou o Senhor teu Deus. Seis dias trabalharás, e farás
todo o teu trabalho. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás
nenhum trabalho nele, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo,
nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o
estrangeiro que está dentro de tuas portas; para que o teu servo e a tua serva
descansem como tu; porque te lembrarás
que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com
mão forte e braço estendido; por isso o Senhor teu Deus te ordenou que
guardasses o dia de sábado” (Deuteronômio 5.12-15).
A pena de morte era imputada àqueles
que não cumpriam com a guarda do sábado. Ninguém, dentre os judeus, podia fazer
qualquer obra ou trabalho, por mais pequeno que fosse o ato. Essa é uma aliança
perpétua para com o Seu povo terreno, Israel. Assim, Deus disse a Israel:
"Falou mais o Senhor a Moisés,
dizendo: Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis
meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações;
para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica. Portanto guardareis o
sábado, porque santo é para vós; aquele
que o profanar certamente morrerá; porque qualquer que nele fizer alguma obra,
aquela alma será eliminada do meio do seu povo. Seis dias se trabalhará,
porém o sétimo dia é o sábado do descanso, santo ao Senhor; qualquer que no dia do sábado fizer algum
trabalho, certamente morrerá. Guardarão, pois, o sábado os filhos de
Israel, celebrando-o nas suas gerações por aliança
perpétua. Entre mim e os filhos de
Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor os céus
e a terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-se" (Êxodo
31.12-17).
O texto é claro: A guarda do sábado é um sinal ou aliança apenas para os filhos
de Israel e a ninguém mais. Mas há uma profecia para a chegada de uma Nova
Aliança ou Novo Pacto para com Israel. Falaremos sobre a cessação do Sábado
mais à frente.
Em suma, o Tanach e o sidur (livro judaico de rezas) descrevem o
Shabat como tendo três propósitos:
1 – Uma comemoração da redenção da escravidão dos israelitas
do antigo Egito;
2 – Uma comemoração das criações do universo de Deus;
3 – Uma pequena experiência do mundo na Era Messiânica.
O primeiro mandamento relacionado ao Shabat é o quarto dos Dez
Mandamentos (Ex 20.8-10 e Dt 5.12-14). O status especial do
Shabat como dia sagrado aparece no Tanach: “E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no
sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e
o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e
fizera” (Gênesis 2.3).
Em Levítico 23 vemos que o Sábado tinha um lugar peculiar nas ordenanças de
Israel: “Seis dias trabalho se fará, mas
o sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhum trabalho
fareis; sábado do Senhor é em todas as vossas habitações” (Levítico 23.3).
Para um melhor entendimento dos comandos de Levítico 23, sugiro que o leitor
atente-se para o capítulo completo.
Nas festas de Jeová, nas santas convocações, o Sábado de Jeová é mencionado
primeiramente como a prova da grandiosa intenção de Deus em libertar Israel da
escravidão do Egito. Essa é a razão pela qual o Senhor ordenou os judeus a
guardarem o sábado (Dt 5.15). O Sábado era o sinal da aliança de Deus para com
eles. Era um prenúncio do descanso no qual o povo de Deus deveria entrar.
Todavia, por causa da desobediência e total desprezo por parte daqueles que se
dirigiam à terra prometida, Deus jurou em Sua ira que não entrariam no Seu
“descanso” (Salmo 95.11). Deus tem o propósito de introduzir o Seu povo
(Israel) no Seu descanso, para o qual permanece ainda a guarda do Sábado (Hebreus
4.9).
Nosso Senhor Jesus ofendeu os judeus várias vezes por não guardar o Sábado à
maneira dos judeus segundo a Torá. Isso aconteceu devido aos atos de
misericórdia que Ele praticava durante o dia em que se guardava o Sábado. No
entanto, esses atos de Jesus prenunciavam a aproximação da dissolução da
aliança da lei (Ex 31.13,17; Ez 20.12,20).
Aprofundando-nos um pouco mais na questão etimológica, vemos que a palavra
hebraica שבת, shabāt, tem relação com o verbo שבת, shavāt,
que significa "cessar", "parar". Ou seja, apesar do Shabat
ter uma relação predominante com "descanso" ou "período de
descanso", temos uma tradução mais literal, que seria
"Cessação", com a nítida implicação em "parar o trabalho".
Portanto, Shabat é o dia de cessação do trabalho. O descanso,
nesse caso, é implícito na tradição judaica, não sendo uma denotação da palavra
em si. Por exemplo, a palavra em hebraico para "greve" é shevita,
que vem da mesma raiz hebraica que Shabat e tem a mesma implicação.
Nesse caso, sempre que uma greve acontece vemos trabalhadores praticando o Shabat de alguma forma, porém, não de
maneira ativa, consciente ou sequer normativa, visto que estes não estão
pensando em honrar a Deus, mas em se rebelar contra o Estado ou governo instituído
a uma nação gentia... etc.
AS SEITAS QUE GUARDAM O “SÁBADO”
Vale aqui um alerta sobre uma denominação religiosa muito conhecida por guardar
o “sábado”: O Adventismo do Sétimo Dia. É bom alertar o leitor de que as
crenças e ensinos de seitas como o Adventismo são instituídas em total
desobediência à Palavra de Deus. São ensinamentos puramente heréticos e sem
fundamento algum nas Escrituras Sagradas. De fato, o Adventismo do Sétimo Dia,
assim como religiões semelhantes a ele, desenvolvem suas bases doutrinárias no
movimento criado por William Miller, que tinha o péssimo hábito de marcar a
data da volta de Cristo. Mais tarde, o movimento adotou para si uma profetisa
chamada Ellen White, a qual alegava ter visões e receber revelações diretas de
Deus. O Adventismo do Sétimo Dia é quase todo baseado nos ensinos e “visões” de
Ellen White, e a Palavra de Deus nos dá razões suficientes para não darmos
crédito a esses ensinos. Muito pelo contrário, a Palavra de Deus nos exorta a
abominar tais doutrinas, chamando-as de doutrinas de demônios e preceitos
de homens (1 Tm 4.1; Mt 15.9).
À propósito, o fato das seitas, tais como o Adventismo do Sétimo Dia,
permitirem que mulheres estejam em funções que são direcionadas somente aos
homens já as coloca na lista das piores seitas pentecostais e carismáticas da
cristandade moderna:
"Como em todas as igrejas dos santos, as mulheres estejam
caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam
submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa,
perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o
falar na igreja. Porventura foi de vós que partiu a palavra de Deus? Ou veio
ela somente para vós? Se alguém se considera profeta, ou espiritual,
reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor" (1 Coríntios 14).
Se Ellen White se considerasse realmente espiritual, ela teria reconhecido esse
mandamento do Senhor: que as mulheres não devem ensinar e devem permanecer
caladas nas reuniões da igreja. Não se trata de considerar a mulher inferior ao
homem ou de um capricho cultural da época neo-testamentária, mas trata-se de
uma questão de ordem que o próprio Deus estabeleceu: "Reconheça
que as coisas que vos escrevo são MANDAMENTOS DO SENHOR".
A razão pela qual esse mandamento é dado à Igreja é esta:
"A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão. Pois não
permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que
esteja em silêncio. Porque primeiro foi
formado Adão, depois Eva. E Adão não
foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão"
(1 Timóteo 2:11-14).
Ou seja, a razão pela qual a mulher não deve “abrir a boca” na congregação
durante o culto ou no ministério é que Adão não foi enganado, mas simplesmente
decidiu seguir sua mulher na decisão que ela já tinha tomado. Eva seguiu as
palavras da Serpente e foi enganada. Por esta razão Deus não permite que a
mulher ensine ou fale nas reuniões da igreja: a mulher é mais suscetível ao
engano e à heresia nas coisas referentes à doutrina. Não sou eu quem digo isso,
mas a doutrina dos apóstolos. A mulher possui sua esfera de atuação na Igreja,
mas essa esfera não inclui o ato de ensinar doutrinas aos homens. É assim que
funciona porque Deus assim ordenou à Igreja.
Portanto, na maioria das vezes, é infrutífero ensinar qualquer coisa aos membros
da seita Adventista porque eles continuarão tirando suas conclusões com base em
doutrinas ensinadas por uma mulher, algo claramente desautorizado por Deus. De
nada adiantaria eu tentar curar o ferimento no pé de alguém que pretende
continuar usando sapato com prego. A propósito, se Deus nos proíbe de ouvir “doutrinas e preceitos de homens”,
quanto mais somos proibidos de dar ouvidos a doutrinas e preceitos inventados
por mulheres?
Sendo assim, quando o alicerce da doutrina está fora do fundamento original,
todas as doutrinas relacionadas a este alicerce estão corrompidas. Em outras
palavras, quando o alicerce de uma casa está fora do projeto original de sua
estrutura, todas as suas paredes, por mais belas e firmes que sejam, estarão
igualmente fora do projeto original. É uma questão de fundamento. Você segue as
doutrinas ensinadas por seitas judaizantes que guardam o “sábado”? Então você
precisa se empenhar em resolver isso antes de querer entender outras coisas da
Palavra de Deus. É necessário que o crente saia imediatamente do sistema no
qual ele se acostumou com o erro para que ele possa aprender a verdade.
Continua em: O
cristão deve guardar o Sábado?
Para voltar ao início do livro, clique aqui:
SUMÁRIO - O EVANGELHO sem Disfarces
Acesse meu blog principal – JP Padilha – clicando aqui:
http://jppadilhabiblia.blogspot.com/
–– JP Padilha / O Evangelho sem Disfarces
–– Fonte 1: Página JP Padilha
–– Fonte 2: https://jppadilhabiblia.blogspot.com/
–– Fonte 3: https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário