Os falsos mestres da igreja contemporânea
impingiram na mente dos incautos que o adultério cometido no segundo casamento é
tolerado por Deus em vista da impossibilidade de ser abandonado. A segunda
justificativa, igualmente contrária às Escrituras, é de que Deus considera os tempos
da ignorância em que os cônjuges deram início a tal iniqüidade. Os adeptos do
divórcio e segundo casamento de divorciados tratam essa prática como um
"pecado de estimação", condenando os demais pecados e elevando-os a
um nível de iniqüidade superior ao do divórcio e segundo casamento de
divorciados. Todos os pecados que devem ser abandonados no novo nascimento em
Cristo são, em sua maioria, condenados pelas várias denominações religiosas ao
redor do mundo. Todavia, quando o pecado do adultério vem à tona, joga-se a
inerrância das Escrituras na lata do lixo e adota-se uma premissa
sensacionalista que apela para a emoção em detrimento da lei de Cristo.
Isto é, o ladrão deve se arrepender e parar de roubar... o mentiroso deve se
arrepender e parar de mentir... etc., mas o adúltero, segundo a premissa da
maior parte dos cristãos professos da atualidade, embora seja igualmente chamado
ao arrependimento, não necessita parar de adulterar com o “segundo marido” (ou
segunda esposa). Ora, onde está a lógica e o temor a Deus nisso? É impossível
um pecador remido por Cristo dar continuidade a um pecado, senão que sua vida é
feita de arrependimento diário. De fato, santidade não é sinônimo de perfeição
neste mundo; porém, a santidade é mais do que isso: é o contínuo arrependimento
e abandono do pecado e de tudo que é impuro (Rm 6). Quando contrariam esse
princípio bíblico, é como se os advogados do divórcio e do segundo casamento de
divorciados estivessem dizendo que o Espírito Santo é débil e limitado em seu
poder de conceder arrependimento ao casal adúltero, conforme a graça que opera
eficazmente em todos os santos. Tais amantes de si mesmos estabelecem, por
conta própria, uma “cláusula” inexistente na Palavra de Deus a fim de legitimar
algo que Deus odeia! – “Eu odeio o divórcio; Eu odeio o homem que
faz uma coisa tão cruel assim. Portanto, tenham cuidado, e que ninguém seja
infiel à sua mulher" (Malaquias 2.16).
O divórcio e o segundo casamento de divorciados são dois [dentre muitos] “Bezerros
de Ouro” da igreja do século XXI. Se um – assim chamado – pastor sobe no
púlpito e condena a mentira, todos batem palmas e não medem esforços para
repreender irmãos que permanecem na mentira. Os que ainda se mantém no pecado
do homicídio, da idolatria ou da prostituição (sexo entre solteiros) são vistos
como monstros; afinal, ninguém está vendo você mentir em casa, no trabalho ou
nas ruas. Ninguém está vendo você matar o próximo ao nutrir ódio por alguém que
lhe fez mal; e ninguém está vendo você dizer que seus filhos são a coisa mais
importante da sua vida (idolatria). Porém, se um servo de Deus é levantado para
pregar a sã doutrina na Igreja, condenando o divórcio e o segundo casamento de
divorciados, quantas pessoas, no dia de hoje, poderão se esconder debaixo da
terra e manter a aparência de santidade?
Com isto em mente, temos constatado que, na maioria dos casos, o que ocorre não
é a ignorância acerca do pecado do divórcio e segundo casamento entre
divorciados, mas sim a vergonha da exposição à igreja e ao público. Embora a
máscara do “bom testemunho” seja facilmente mantida por um tempo, certamente,
um dia, a Palavra de Deus saltará aos brados contra os que adulteram, na frente
de toda a congregação.
Esconder o pecado da mentira é fácil. O difícil é esconder o
"ex-marido" (não existe esse termo na Bíblia) debaixo da cama e
fingir que é fiel à Bíblia. Quem pode dizer e provar que a mentira é mais fácil
de ser abandonada do que o adultério? Ou, quem pode afirmar, sem falso temor,
que a “avareza” (que também é idolatria) é mais fácil de ser abandonada do que
o adultério? Examine-se a si mesmo e se pergunte: “Seria eu capaz de lançar
minha TV a Cabo pela janela hoje?”.
Homens e mulheres que se divorciaram e se uniram a terceiros costumam se
colocar em um status elevado diante de Deus por meio de um gnosticismo
presunçoso e sem nenhum consenso com a Bíblia. Quando as justificativas
baseadas na lei mosaica falham – e certamente irão falhar – essas pessoas se
refugiam em subterfúgios sensacionalistas, tais como a auto-justificação, uma
vez que não possuem o amparo das Escrituras Sagradas para seus atos. Eles
dizem: “Você não sabe o que eu sinto... você não conhece o meu coração... você
não sabe o que é dor...”, como se os demais crentes da Igreja de Deus não
tivessem sua própria cruz para carregar, e, assim, lançam pedras sobre os que
de bom grado tentam alertá-los. É como se o pecado do divórcio e “re-casamento”
fosse uma espécie de “iniquidade tolerável à parte”, com exceções variadas e
atalhos para o reino dos céus. Todavia, é necessário que se diga: Não existe justificação sem santificação.
A crença de que um homem pode caminhar para o Céu sem ser santificado [dia após
dia] provém do Antinomianismo (vide meu artigo sobre o termo – “Por Que Devo Me
Arrepender Se Já Está Tudo Decretado?”).
PERMISSÃO ILIMITADA
Se o segundo casamento entre divorciados é correto, qual o problema com o
vigésimo? Toda vez que faço essa pergunta a um defensor do Divórcio e do
segundo casamento de divorciados, o silêncio toma conta do ambiente e ninguém é
capaz de tentar mais uma “cambalhota teológica” para justificar essas heresias.
Os hereges, adúlteros e divorcistas simplesmente teriam que alegar uma
“permissão ilimitada”, entrando em um total desacordo com as Escrituras.
Alguns alegam que Deus tolera o adultério por parte daqueles que se casaram
várias vezes porque ainda não haviam se convertido. Mas a lei do casamento não
consiste numa união que pode ser dissolvida enquanto se é um ímpio. Ao contrário
disso, quando Deus diz aos Seus filhos que não considera os “tempos da
ignorância”, Ele está dizendo que o chamado ao arrependimento é universal,
independente do que os homens tenham feito no passado. Mas, se alguém insiste
em me contradizer, o que lhe restará senão uma total ausência de sensatez
quando eu fizer a seguinte indagação: Se a regra é considerar os tempos da
ignorância, por que os defensores do divórcio e da permanência no adultério do
segundo casamento não aplicam a mesma regra e da mesma maneira aos outros
pecados ao invés de ensinar as ovelhas a abandonarem "a velha natureza”?
Em termos diretos, por que tais facínoras, que se autoproclamam pastores,
ensinam aos quatro ventos que a vida de pecado deve ser abandonada pelo crente
ao se tornar “nova criatura” (2 Co 5.17),
mas, paradoxalmente, tomam para si a autoridade de abrir uma “exceçãozinha”
para os que permanecem no adultério?
RESSALVAS E CONSIDERAÇÕES
Um ponto importante a ser considerado é que nós somos acostumados a desejar e
amar para depois casar. No entanto, a Bíblia ensina o contrário: o amor é
construído no casamento, e não o inverso. Você decide amar ou não uma pessoa.
De outra forma, o amor não poderia ser um mandamento. Por isso há tanto
sofrimento quando descobrimos a verdade nas Escrituras. Fazemos nossas más
escolhas e praticamos nossas perversidades antes da conversão e depois não
queremos acertar nossas vidas com Deus. Culpamos a Deus pelos nossos
distúrbios, quando, na verdade, toda a nossa ignorância é consequência dos
nossos próprios pecados. Nós nascemos odiando a Deus (Rm 3). É preciso entender
que a partir do momento em que começamos a andar com Jesus, sofreremos as dores
consequentes dos nossos atos, e viveremos uma vida de arrependimento e mudança
de caráter. A situação é complicada, mas é a realidade que a Bíblia nos
apresenta a respeito do “novo nascimento”.
Quando nos convertemos, temos muito o que acertar com Deus; e isso exige que
passemos por uma metamorfose. A metamorfose não é nada confortável; ela é
dolorosa até que termine seu processo. Sem isso, o evangelho perde todo o seu
sentido.
Minha pergunta final aos atuais “pastores” e “líderes religiosos” é: Por que a
passagem de Romanos 7.2-3 não é lida publicamente em suas
sinagogas? Ou, no mínimo, por que essa passagem bíblica é tão evitada e
censurada em seus ditos cultos?
“A mulher que tem marido está ligada
pela lei ao marido dela enquanto ele estiver vivendo; mas se o marido morrer,
ela está livre da lei do marido dela. De sorte que, enquanto estiver vivendo o
marido dela, se ela se casar com outro homem, ela será chamada de adúltera;
mas, se morto o marido dela, ela livre está daquela lei; de modo que ela não é
adúltera, ainda que ela se case com outro homem” (Romanos 7:2-3).
Continua em: A
Antiga Serpente nos dias atuais
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