domingo, 3 de novembro de 2019

O Dízimo e a diversidade de leis da Bíblia

Paulo menciona muito o termo “Lei” nos assuntos que enfoca, de maneira ora explícita e clara, ora dificultosa ao entendimento imediato. Certo é que Paulo estabelece a diversidade de leis, realçando uma, a Lei de Deus, também conhecida como Lei Moral, e mostrando a caducidade de outra, a Lei de Moisés, também conhecida como Lei Cerimonial ou Lei Mosaica, na qual era constituída de: dízimos (sacrifícios e ofertas diversas), circuncisão, dias de festas, sábados, abstinência de determinados alimentos, etc.

A maioria dos cristãos de hoje crê que a Lei de Deus, isto é, a lei moral, incluindo os dez mandamentos que se repetem no Novo Testamento (com exceção do Sábado Judaico), foi abolida quando Cristo morreu na cruz. Isso é um grave engano. Isso ocorre porque estes mesmos cristãos aplicam ao termo "Lei", encontrado nas Escrituras, como a definição de todas as leis da Bíblia. Não sancionam a separação delas e discordam que haja distinção entre as mesmas. Tudo se resume, pensam eles, na Lei de Moisés.

Porém, admitir que a Bíblia só apresenta um tipo de lei, que tudo é Lei de Moisés, não havendo, portanto, distinção entre elas, é o mesmo que dizer ser elas um amontoado de contradições. De fato, existem leis provindas de Deus que foram enunciadas, escritas e entregues por Moisés, e entre elas está a Lei Cerimonial, constituída de rituais que os judeus deveriam praticar até que viesse o Messias Jesus (Ex 24.7; Dt 31.24-26). É aqui, na Lei Cerimonial, que encontramos o dízimo, e não na Lei Moral e universal do Velho Testamento, nem nos mandamentos de Deus para a Igreja no Novo Testamento.

Os rituais cerimoniais que Deus estabeleceu a Israel simbolizavam o evangelho para eles (judeus) e compunham-se de ordenanças como: dízimo (sacrifícios de animais e ofertas diversas), holocaustos, abluções, dias anuais de festas específicas e deveres sacerdotais. Tais ordenanças foram registradas na Lei de Moisés (Lei Cerimonial), não na ordem de Deus para a Igreja (2Cr 23.18; 2Cr 30.15-17; Ed 3.1-5). No Velho Testamento não há Igreja, nem evangelho. A Igreja e o evangelho eram mistérios a serem revelados somente com a doutrina dos apóstolos, milhares de anos depois (Rm 16.25-26; Ef 3.1-9).

Todo o cerimonialismo das ordenanças judaicas representava Cristo, e este mesmo cerimonialismo foi cessado em Cristo, na Cruz do Calvário. Todos os estatutos e leis cerimoniais que eram realizados pelos judeus apontavam para Ele, mas Ele as findou na cruz. Todas as coisas realizadas representavam o sacrifício vicário, o perdão e a salvação realizados por Cristo na cruz (Cl 2.8-19).

Pesquisando atentamente as Escrituras, podemos encontrar muitas leis civis e cerimoniais como:

● Leis acerca dos altares - Êxodo 20.22-26;
● Leis acerca dos servos - Êxodo 21.1-11;
● Leis acerca da violência - Êxodo 21.12-36;
● Leis acerca da propriedade - Êxodo 22.1-15;
● Leis civis e religiosas - Êxodo 22.16-31;
● Lei dietética - Levítico 11;
● Repetição de diversas leis - Levítico 19;
● Leis para os sacerdotes - Levítico 21.1-24.

Nenhuma dessas leis é direcionada aos cristãos. Essas leis não representam as doutrinas da graça. Somente os dez mandamentos são encontrados no Novo Testamento para os cristãos, e estes são explanados de forma complexa em todo o Novo Testamento, principalmente nas epístolas. A única lei entre os dez mandamentos que não é encontrada no Novo Testamento é a guarda do Sábado, pois se tratava de uma lei cerimonial direcionada exclusivamente ao povo de Israel, de acordo com o calendário lunar. A Lei Moral dos dez mandamentos (Ex 31.18) é um código particular e distinto, escrito e entregue pelo próprio Deus a Moisés; ela é universal e eterna, com exceção da guarda do Sábado Judaico (Is 56.1-8; Mt 5.17-20; Ec 12.13-14).

Portanto, estudando com cuidado e humildade, buscando o auxílio do Senhor para compreender essas leis, poderemos, através do Espírito Santo, ter a mente esclarecida e encontrar na Bíblia o significado de todas elas. Devemos estudar as epístolas dos apóstolos com fervor e em oração a Deus, porque Ele dá entendimento aos símplices e aos mais iletrados dos homens, concedendo-lhes o espírito de sabedoria e revelação (Ef 1.17; Sl 19.7; Pv 2.6).


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