Paulo menciona muito o termo “Lei” nos assuntos
que enfoca, de maneira ora explícita e clara, ora dificultosa ao entendimento
imediato. Certo é que Paulo estabelece a diversidade de leis, realçando uma, a
Lei de Deus, também conhecida como Lei Moral, e mostrando a caducidade de
outra, a Lei de Moisés, também conhecida como Lei Cerimonial ou Lei Mosaica, na
qual era constituída de: dízimos (sacrifícios e ofertas diversas), circuncisão,
dias de festas, sábados, abstinência de determinados alimentos, etc.
A maioria dos cristãos de hoje crê que a Lei de Deus, isto é, a lei moral,
incluindo os dez mandamentos que se repetem no Novo Testamento (com exceção do
Sábado Judaico), foi abolida quando Cristo morreu na cruz. Isso é um grave
engano. Isso ocorre porque estes mesmos cristãos aplicam ao termo
"Lei", encontrado nas Escrituras, como a definição de todas as leis
da Bíblia. Não sancionam a separação delas e discordam que haja distinção entre
as mesmas. Tudo se resume, pensam eles, na Lei de Moisés.
Porém, admitir que a Bíblia só apresenta um tipo de lei, que tudo é Lei de
Moisés, não havendo, portanto, distinção entre elas, é o mesmo que dizer ser
elas um amontoado de contradições. De fato, existem leis provindas de Deus que
foram enunciadas, escritas e entregues por Moisés, e entre elas está a Lei
Cerimonial, constituída de rituais que os judeus deveriam praticar até que
viesse o Messias Jesus (Ex 24.7; Dt 31.24-26). É aqui, na Lei Cerimonial, que
encontramos o dízimo, e não na Lei Moral e universal do Velho Testamento, nem nos
mandamentos de Deus para a Igreja no Novo Testamento.
Os rituais cerimoniais que Deus estabeleceu a Israel simbolizavam o evangelho
para eles (judeus) e compunham-se de ordenanças como: dízimo (sacrifícios de
animais e ofertas diversas), holocaustos, abluções, dias anuais de festas
específicas e deveres sacerdotais. Tais ordenanças foram registradas na Lei de
Moisés (Lei Cerimonial), não na ordem de Deus para a Igreja (2Cr 23.18; 2Cr
30.15-17; Ed 3.1-5). No Velho Testamento não há Igreja, nem evangelho. A Igreja
e o evangelho eram mistérios a serem revelados somente com a doutrina dos
apóstolos, milhares de anos depois (Rm 16.25-26; Ef 3.1-9).
Todo o cerimonialismo das ordenanças judaicas representava Cristo, e este mesmo
cerimonialismo foi cessado em Cristo, na Cruz do Calvário. Todos os estatutos e
leis cerimoniais que eram realizados pelos judeus apontavam para Ele, mas Ele
as findou na cruz. Todas as coisas realizadas representavam o sacrifício
vicário, o perdão e a salvação realizados por Cristo na cruz (Cl 2.8-19).
Pesquisando atentamente as Escrituras, podemos encontrar muitas leis civis e
cerimoniais como:
● Leis acerca dos altares - Êxodo 20.22-26;
● Leis acerca dos servos - Êxodo 21.1-11;
● Leis acerca da violência - Êxodo 21.12-36;
● Leis acerca da propriedade - Êxodo 22.1-15;
● Leis civis e religiosas - Êxodo 22.16-31;
● Lei dietética - Levítico 11;
● Repetição de diversas leis - Levítico 19;
● Leis para os sacerdotes - Levítico 21.1-24.
Nenhuma dessas leis é direcionada aos cristãos. Essas leis não representam as
doutrinas da graça. Somente os dez mandamentos são encontrados no Novo Testamento
para os cristãos, e estes são explanados de forma complexa em todo o Novo
Testamento, principalmente nas epístolas. A única lei entre os dez mandamentos
que não é encontrada no Novo Testamento é a guarda do Sábado, pois se tratava
de uma lei cerimonial direcionada exclusivamente ao povo de Israel, de acordo
com o calendário lunar. A Lei Moral dos dez mandamentos (Ex 31.18) é um código
particular e distinto, escrito e entregue pelo próprio Deus a Moisés; ela é
universal e eterna, com exceção da guarda do Sábado Judaico (Is 56.1-8; Mt
5.17-20; Ec 12.13-14).
Portanto, estudando com cuidado e humildade, buscando o auxílio do Senhor para
compreender essas leis, poderemos, através do Espírito Santo, ter a mente
esclarecida e encontrar na Bíblia o significado de todas elas. Devemos estudar
as epístolas dos apóstolos com fervor e em oração a Deus, porque Ele dá
entendimento aos símplices e aos mais iletrados dos homens, concedendo-lhes o
espírito de sabedoria e revelação (Ef 1.17; Sl 19.7; Pv 2.6).
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