Você sabia que existem
CINCO tipos de dízimos mencionados na Bíblia? Um foi voluntário, dado por
Abraão uma única vez, antes de se tornar lei. Na Lei existiram quatro tipos de
dízimo, sendo um deles usado para aliviar as necessidades dos levitas,
estrangeiros, órfãos e viúvas. E para ficar ainda mais interessante, NENHUM
desses dízimos era mensal. O de Abraão foi um caso isolado, dado uma única vez
em sua vida; três dízimos da Lei eram anuais e o “Dízimo da Caridade” era dado
de três em três anos. Ficou curioso? Acompanhe o artigo até o fim para entender
um pouco sobre isso.
Definindo o dízimo de acordo com o entendimento espúrio que se tem por parte
das denominações religiosas hoje, podemos resumir da seguinte maneira: De
acordo com a visão antibíblica das ditas “igrejas” de nossos dias, dízimo é dar
10% do seu salário para uma organização religiosa (ou, como deveríamos designar
– uma seita) a qual a pessoa é afiliada. Geralmente, essa quantia em dinheiro é
ofertada nos cultos de domingo. Então, esse dinheiro é usado para dar
sustentação ao orçamento da – assim chamada – “igreja” (aluguel, contas
diversas, salário do “pastor” ou de qualquer outro tipo de “clero” da
organização, bem como para as suas “missões”, etc.). Para muitos, não dar o
dízimo é considerado um pecado. Para tanto, os falsos profetas utilizam o texto
de Malaquias 3.8-12 para amedrontar os frequentadores da seita. Vejamos o que
diz o texto:
“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: em que te
roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a
mim me roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do
tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim
nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não
derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a
recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá
os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o
SENHOR dos Exércitos” (Malaquias 3.8-12).
A maioria das pessoas usa esses versículos para dizer que o ato de não trazer
os “dízimos e ofertas” para a “casa de Deus” (conceito que eles tomam para dar
significado à construção de seus templos) é um pecado e retira o povo de suas
“bênçãos”. O problema de usar a passagem acima, assim como outras passagens
semelhantes do Velho Testamento, para dar ensejo à aplicação do dízimo na
dispensação da graça é que essa passagem e a lei mosaica na qual ela está
inserida eram válidas somente à nação de Israel, e pertence ao Antigo
Testamento. Senão, vejamos:
1 – A nação com quem Deus está se comunicando é Israel. O profeta está
repreendendo a NAÇÃO DE ISRAEL, visto que os israelitas estavam roubando os
dízimos, isto é, aqueles três tipos de dízimos encontrados na Lei. Além disso,
para deixar mais claro ainda o contexto dessa passagem, lemos o seguinte no
verso 4 do capítulo 4: “Lembrai-vos da lei de Moisés, meu
servo, que lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber,
estatutos e juízos”.
2 – A Casa para onde deveriam levar os dízimos (alimentos) era o Templo de
Jerusalém, o lugar que o Senhor escolheu para habitar o Seu nome na dispensação
da lei. A Casa do Tesouro era uma repartição no Templo estabelecida para este
fim: Ser entregue os dízimos.
3 – Quando Deus promete que irá “abrir as janelas do céu e derramar bênçãos”
sobre o Seu povo Israel, Ele está se referindo à chuva, pois sem a chuva não há
alimento para se colher. Quando os israelitas voltassem a cumprir com a lei do
dízimo, os alimentos provenientes do plantio voltariam a crescer.
4 – Finalmente, chegamos no versículo 11, a passagem tão temida por falta de
conhecimento sobre o que vem a ser o “devorador” do verso. Esse versículo está
falando de um inseto (gafanhoto), e não de um demônio querendo fazer os fieis
ficarem pobres; muito menos na era da Igreja, visto que estamos falando de um
contexto judaico, onde a Igreja nem mesmo existia. Para tanto, basta
consultarmos as passagens onde o gafanhoto é descrito da mesma forma – como
“devorador”. Observemos, primeiramente, a passagem tão temida:
“E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não
destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril,
diz o Senhor dos Exércitos” (Malaquias 3.11).
Deus acaba de concluir Sua promessa de que a terra de Israel não seria mais
estéril, ou seja, voltaria a dar frutos para que os judeus pudessem se
alimentar, fazer holocaustos e sacrifícios de animais.
Hoje vemos que o “devorador” de Malaquias 3 possui até um nome artístico e bem
sensacionalista: “Demônio das Finanças”. Mas, de onde tiraram essa ideia?
Obviamente que da Bíblia não. A verdade é que o devorador que
Malaquias cita aqui era simplesmente um “gafanhoto” ou gafanhotos. Na
Bíblia, os gafanhotos recebem vários nomes, tais como: gafanhotos,
migrador, devorador e destruidor. Esses gafanhotos destruíam as colheitas e
videiras por onde quer que passassem, aniquilando os frutos da terra (Lv 11.22;
Am 4.6-11; Jl 1.3-4).
O devorador não é um demônio; ele não é um ser maligno que vem para
roubar o seu dinheiro e fazê-lo ficar pobre se você não pagar o dízimo, como é
ensinado hoje por hereges estelionatários e facínoras que vendem um evangelho
prostituído para se enriquecerem às custas da ignorância dos membros de suas
denominações (seitas).
Preste atenção nesta passagem de Joel 1.4:
“O que o gafanhoto cortador deixou, o gafanhoto peregrino comeu; o que o
gafanhoto peregrino deixou, o gafanhoto devastador comeu; o que o gafanhoto
devastador deixou, o gafanhoto devorador comeu” (Joel
1.4).
A quem a Bíblia chama de devorador? Ao gafanhoto
devorador. Quem era, então, o devorador no Antigo Testamento? O texto sagrado
acabou de nos responder: Os gafanhotos. Não há uma linha sequer onde os
demônios são mencionados aqui.
Agora veja o texto de Joel 2.25:
"Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto
migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o meu grande exército que enviei
contra vós outros" (Joel 2.25).
Quem é o migrador, o destruidor e o cortador nas passagens onde o tema é o
plantio e a colheita da produção de alimentos para sustento do povo de Israel?
Se observarmos a continuação do verso, a conclusão se mostra tão clara quanto o
sol do meio dia; senão vejamos:
“E comereis abundantemente e vos fartareis, e louvareis o nome do Senhor
vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo nunca
mais será envergonhado” (Joel 2.26).
Como consequência de Deus tirar o “devorador” (gafanhoto) do meio do plantio do
povo exclusivo de Israel, e também as portas do céu sendo abertas para que haja
chuva, o povo de Deus daquela velha dispensação voltaria a se fartar, como
prometido por Deus caso Seu povo tornasse a obedecer os Seus estatutos.
OS
CINCO TIPOS DE DÍZIMOS
DO VELHO TESTAMENTO
1. O DÍZIMO DE ABRAÃO – A primeira vez que a palavra “Dízimo” é
mencionada na Bíblia é em Gênesis 14.20, antes de se tornar lei: “E
deu-lhe o dízimo de tudo”. Muita gente costuma justificar o ato de dizimar citando
o caso de Abraão neste contexto, alegando que o dízimo antecede a Lei. No
entanto, é necessário prestar mais atenção no contexto em que o ato de Abraão
se encontra. Esta atitude de Abrão foi voluntária e isolada. Abrão nunca mais
dizimou em sua vida. Também é importante entender que esse dízimo não provinha
de seus próprios bens, mas dos despojos da guerra contra Sodoma e Gomorra.
Abrão pegou dos bens do rei de Sodoma que havia recuperado e deu 10% deles a
Melquisedeque. Repare que Abrão não deu do que era seu, mas do que era do rei
de Sodoma. O rei de Sodoma ofereceu que Abrão ficasse com os 90% de seus bens,
mas este recusou-se a aceitar até mesmo a correia de uma sandália. Portanto,
nada do que Abrão deu a Melquisedeque era realmente seu. Falaremos mais sobre
esse dízimo de Abrão como introdução do tema “Dízimo”.
2. O DÍZIMO DOS LEVITAS (Números 18.21-24) – Primeiro
dízimo da Lei, sendo ele entregue anualmente. “Aos filhos de Levi dei
todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da
tenda da congregação”, disse Deus (Nm 18.21). Os levitas passaram a receber
esse auxílio consagrado porque não tinham nenhuma herança no meio dos
israelitas (Nm 18.23). Essa contribuição servia para a sua manutenção.
3. O DÍZIMO DOS DÍZIMOS – Também anual, outro tipo de dízimo que
havia era o dízimo dos dízimos, retirado do que os levitas recebiam dos
israelitas. Os levitas deveriam levar esse dízimo à Casa do Tesouro, que se
encontrava numa repartição do Templo de Jerusalém. Essa contribuição era “considerada
equivalente à do trigo tirado da eira e do vinho do tanque de prensar uvas” (Nm
18.27).
Em Neemias 10.38 está escrito que “o sacerdote, filho de Arão,
estaria com os levitas quando os levitas recebessem os dízimos, e que os
levitas trariam os dízimos dos dízimos à Casa do nosso Deus, às câmaras da casa
do tesouro”.
Números 18.26 fundamenta esta verdade: “[…] também falarás aos
levitas e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel […],
deles oferecereis uma oferta alçada ao SENHOR: o dízimo dos dízimos […] e deles
dareis a oferta alçada do SENHOR a Arão, o sacerdote”.
4. O DÍZIMO DAS FESTAS (Deuteronômio 14.22-27) –
Igualmente anual, o quarto tipo de dízimo mencionado na Bíblia é o dízimo
festivo. Sobre este evento, Deus havia dado ordem para que, dentre os
holocaustos, os sacrifícios, as ofertas alçadas, os votos, as ofertas
voluntárias e a entrega dos primogênitos, os israelitas trouxessem ao lugar que
Ele escolheria também os dízimos que deveriam ser extraídos dos nove décimos
restantes da produção do povo, já que este deveria entregar aos levitas um
décimo de suas colheitas, frutas e animais dos rebanhos.
Nesse lugar que Deus, à época, iria escolher – ou seja, posteriormente
Jerusalém –, o povo de Israel deveria comer esses dízimos perante o Senhor e se
alegrar em Sua presença, celebrando a ocasião de maneira festiva (Dt 12.5-6,
11-12, 17-19).
5. O DÍZIMO TRIENAL OU DÍZIMO DA CARIDADE (Deuteronômio 14.28-29) –
Este dízimo era usado de três em três anos para aliviar as necessidades dos
levitas, estrangeiros, órfãos e viúvas. Podemos entender acerca do quinto tipo
de dízimo pelo que está escrito em Deuteronômio 14.28-29:
“Ao fim de três anos, tirarás todos os dízimos da tua novidade no mesmo ano
e os recolherás nas tuas portas. Então, virá o levita (pois nem parte nem
herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro
das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão, para que o SENHOR, teu Deus, te
abençoe em toda a obra das tuas mãos, que fizeres”.
Como mencionado, essa contribuição caridosa era feita a cada três anos, e era
chamada de “o ano dos dízimos” (Dt 26.12). Ela não deveria ser
levada ao tabernáculo, mas sim compartilhada com os pobres daquele tempo. Era
um mandamento divino (Dt 26.13-14) e trazia consigo grandíssimas promessas de
Deus:
“E o Senhor hoje te declarou que tu lhe serás por seu próprio povo, como te
tem dito, e que guardarás todos os seus mandamentos. Para assim te exaltar
sobre todas as nações que criou, para louvor, e para fama, e para glória, e
para que sejas um povo santo ao Senhor teu Deus, como tem falado” (Deuteronômio
26.18-19).
Portanto, é de se admirar que as denominações religiosas estejam tentando
omitir isso ao povo cristão, quando falam somente de um dízimo religioso, ou
seja, o que é citado em Malaquias 3, simplesmente porque este se encaixa melhor
em seus propósitos e heresias, ignorando os outros quatro importantes dízimos
religiosos da Bíblia.
O
DÍZIMO DE ABRAÃO
Como já fora apontado neste artigo, muita gente costuma justificar o ato de
dizimar citando o caso de Abraão no contexto de Gênesis 14.20, alegando que o
dízimo antecede a Lei. No entanto, é necessário prestar mais atenção no
contexto em que o ato de Abraão se encontra. Esta atitude de Abrão foi voluntária
e isolada. Deus nunca ordenou que Abrão dizimasse.
Quando abrimos a Bíblia em Gênesis 14.8-24 e Hebreus 7.1-10,
algumas perguntas são necessárias para um bom entendimento dos textos: “Quem
deu o dízimo?”, “De onde veio o dízimo?” e “A quem
o dízimo foi entregue?”. Podemos responder às três perguntas de forma bem
resumida:
Os reis de Sodoma e Gomorra e seus aliados guerrearam contra Quedorlaomer e
outros reis, os quais venceram e aprisionaram Ló (sobrinho de Abrão),
juntamente com os reis de Sodoma, Gomorra etc. Abrão recebeu a notícia da
prisão, juntou seus servos e partiu para a guerra contra Quedorlaomer a
fim de libertar seu sobrinho Ló. Abrão venceu seu inimigo e libertou seu
sobrinho. Voltando da guerra, Abrão se encontrou com o agradecido rei de
Sodoma, o qual se prontificou a dar-lhe tudo quanto era seu e havia sido
recuperado na batalha. Abrão encontrou-se também com Melquisedeque, rei de
Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, o qual deu pão e vinho a Abrão e o
abençoou.
Em troca da boa ação de Melquisedeque, Abrão pegou, dos bens do rei de Sodoma
que havia recuperado após a batalha, e deu 10% desses bens a Melquisedeque.
Repare que Abrão não deu do que era seu, mas do que era do rei de Sodoma. O rei
de Sodoma ofereceu que Abrão ficasse com os 90% de seus bens, mas Abrão
recusou-se a aceitar até mesmo a correia de uma sandália. Portanto, nada do que
Abrão deu a Melquisedeque era realmente seu.
Quem deu o dízimo? Abrão.
De onde veio o dízimo? Dos bens do rei de Sodoma.
A quem o dízimo foi dado? A Melquisedeque.
Se alguém quiser obrigá-lo a dar o dízimo com base na passagem de Hebreus
7.1-10, você terá de fazê-lo entregando algo que não é seu. Por
exemplo, imaginemos que você fosse um policial. Depois de lutar contra a
quadrilha que assaltou o Banco e prender os bandidos, você deveria entregar
para a sua religião 10% do dinheiro roubado que você recuperou e devolver o
restante (90%) para o Banco, mesmo que o banqueiro insistisse para que você
ficasse com tudo. Absurdo, não é mesmo?! Da mesma forma, é um absurdo
usar Hebreus 7.1-10 para justificar a lei do dízimo na atual
dispensação – a dispensação da graça. Sendo assim, fica fácil de entender que o
dízimo de Abrão não pode ser usado como exemplo para legitimar o que os hereges
chamam de “Dízimo Cristão”. Além do mais, Abraão deu o dízimo uma única vez em
sua vida. Esse ato não foi repetido.
OS
DÍZIMOS DA LEI MOSAICA
O vocábulo “Dízimo” se encontra muitas vezes nos livros de Levítico, Números e
Deuteronômio, e nós vamos entender um pouco sobre o porquê disso. Abaixo estão
algumas referências:
Levítico 27.30-34
“Também todas as dízimas do campo, da semente do
campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são do Senhor. Porém, se
alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa,
acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do
gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao
Senhor. Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de
alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão
resgatados. Estes são os mandamentos que o Senhor
ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai”.
Preste muita atenção no último versículo. A lei do dízimo faz parte dos
mandamentos que o SENHOR ordenou a MOISÉS, PARA OS FILHOS DE ISRAEL, no monte
Sinai. Essas leis, de cunho cerimonial, foram abolidas por Cristo. A lei do
dízimo, sendo parte das demais leis, foi instituída não para a aplicação dos
pagãos e muito menos para a prática da Igreja, a qual nem existia. A
Igreja era um mistério a ser revelado futuramente desde então (Cl
1.26; Ef 3.3-4,9; Rm 16.25; 1Tm 3.9).
Analisemos com atenção a passagem que acabamos de ler em Levítico. Para onde se
supõe que esses dízimos iriam e para quê eles seriam usados? A resposta para essa
pergunta está em Números 18.21:
“E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por
herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação”.
Analisemos todo o contexto para entendermos um pouco mais sobre essa referência
ao dízimo:
Números 18.20-32
“Disse também o senhor a Arão: na sua terra herança nenhuma terás, e no meio
deles, nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos
filhos de Israel. E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em
Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da
congregação. E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da
congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram. Mas os levitas
executarão o ministério da tenda da congregação, e eles levarão sobre si a sua
iniquidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos
de Israel nenhuma herança terão, porque os dízimos dos filhos de Israel, que
oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas;
porquanto eu lhes disse: no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão.
Então o Senhor falou a Moisés, dizendo: também falarás aos levitas, e
dir-lhes-ás: quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles
vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao
Senhor, os dízimos dos dízimos. E contar-se-vos-á a vossa oferta alçada, como
grão da eira, e com plenitude do lagar. Assim também oferecereis ao Senhor uma
oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de Israel,
e deles dareis a oferta alçada do Senhor a Arão, o sacerdote. De todas as
vossas dádivas oferecereis toda a oferta alçada do Senhor; de tudo o melhor
deles, a sua santa parte. Dir-lhes-ás pois: quando oferecerdes o melhor deles,
como novidade da eira, e como novidade do lagar, se contará aos levitas. E o
comereis em todo lugar, vós e as vossas famílias, porque vosso galardão é pelo
vosso ministério na tenda da congregação. Assim, não levareis sobre vós o
pecado, quando deles oferecerdes o melhor; e não profanareis as coisas santas
dos filhos de Israel, para que não morrais”.
O dízimo era destinado aos levitas, os quais formavam naquele momento a tribo
sacerdotal de Israel. O dízimo era a sua (dos levitas) recompensa pelo serviço
do tabernáculo e depois do templo. Números 18.31 diz isso claramente: “porque
vosso galardão é pelo vosso ministério na tenda da congregação”. Isso seria
contado por eles “como novidade da eira, e como novidade do lagar” (Números
18.30). De fato, os levitas tinham que devolver o seu próprio dízimo
proveniente do primeiro.
Esses dízimos e ofertas foram dados a Arão e era para ser a oferta alçada do
Senhor:
“Disse mais o Senhor a Arão: Eis que eu te tenho dado a guarda das minhas ofertas
alçadas, com todas as coisas santas dos filhos de Israel; por causa da unção as
tenho dado a ti e a teus filhos por estatuto perpétuo” (Números 18.8 –
Cf. Números 18.8-32).
O
DÍZIMO DESTINADO AOS LEVITAS,
ESTRANGEIROS, ÓRFÃOS E VIÚVAS
Façamos a seguinte pergunta: O dízimo dos levitas é o único dízimo da Lei
contido nas Escrituras? A resposta é NÃO. Em Deuteronômio 14.22-29 nos
deparamos com outro dízimo – em outro contexto e com outro propósito: O dízimo
doado por Deus aos levitas, estrangeiros, órfãos e viúvas.
Esse dízimo era praticado de três em três anos. A ordem era a seguinte: “E,
perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu
nome, COMERÁS OS DÍZIMOS do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os
primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao
Senhor teu Deus todos os dias” (Deuteronômio 14.23). Se observarmos o
contexto de Deuteronômio 14, veremos o que deveria ser feito com os dízimos
caso os filhos de Israel estivessem distantes do lugar escolhido pelo SENHOR
para ali consumi-los:
“E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar
longe de ti o lugar que escolher o Senhor teu Deus para ali pôr o seu nome,
quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado; então VENDE-OS, e ata o dinheiro
na tua mão, e vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus; e aquele dinheiro
darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho,
e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o
Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa” (Deuteronômio 14.24-26).
Será que os dizimistas modernos conseguem "vender dinheiro"? A
passagem é clara quanto à ordem de Deus para que os filhos de Israel, quando
distantes do lugar onde o Senhor escolhesse para ali pôr o Seu nome, de VENDER
os dízimos, pegar o dinheiro recebido e fazer compras de tudo quanto desejasse
o seu coração. E agora? O que os dizimistas contemporâneos, se dizendo
cristãos, irão fazer com essa ORDENANÇA CLARAMENTE JUDAICA? Comerão suas notas
de R$ 100,00? Venderão seu dinheiro?
Note que esse dízimo era consumido pelas mesmas pessoas que haviam de ofertar,
mas estavam impedidas de chegar até o Templo de Jerusalém devido à distância.
Isso se difere do que lemos em Levítico e em Números anteriormente, onde o
dízimo estava destinado somente aos levitas. Trata-se de uma nova forma de
lidar com o dízimo. De fato, todo terceiro ano este dízimo era para ser usado
de forma diferente: No final daquele ano, este dízimo devia ser coletado pelos
levitas, estrangeiros, órfãos e viúvas para seu próprio sustento:
“Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o
estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão,
e fartar-se-ão” (Deuteronômio 14.29).
Além do mais, a cada sete anos deveria ter o Shabat - Sábado
(“descanso/inatividade”), nome dado ao dia de descanso semanal no judaísmo,
simbolizando o sétimo dia em Gênesis, após os seis dias de Criação, no qual
nada era semeado nem colhido pelo proprietário da terra (Lv 25.1-5), mas todas
as pessoas eram chamadas para comer o que a terra trouxesse de si mesma (Lv
25.6-7), assim como do grande excedente do sexto ano que Deus havia prometido
dar (Lv 25.20-22).
O
VELHO TESTAMENTO NÃO
ESTÁ ENDEREÇADO AO CRISTÃO
O Velho Testamento é brilhante e igualmente importante para nos ensinar muitas
coisas a respeito de Deus e de Seus mandamentos morais. Porém, os mandamentos
morais não devem ser confundidos com as leis cerimoniais, nas quais está
inserida a lei do dízimo. A lei do dízimo não está entre as leis morais as
quais devemos seguir. Parte integrante do Velho Testamento, inspirado por Deus,
está ali para nosso aprendizado. No entanto, o Velho Testamento não está
endereçado a nós, cristãos.
“Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre
mim caíram as injúrias dos que te injuriavam. Porque tudo o que dantes
foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e
consolação das Escrituras tenhamos esperança” (Romanos 15.3-4).
“Porque todo o sumo sacerdote é constituído para oferecer dons e
‘sacrifícios’ (dízimos); por isso era necessário que este também tivesse alguma
coisa que oferecer. Ora, se Ele (Jesus) estivesse na terra, nem tão pouco
sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a
lei, os quais servem de EXEMPLO E SOMBRA das coisas celestiais,
como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo;
porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou” (Hebreus
8.3-5) – Ênfase minha.
Em 1 Coríntios 10.1-12 constatamos ainda mais o porquê do Velho Testamento nos
servir de exemplo para que não tropecemos nas leis de Cristo, fazendo-nos
semelhantes àqueles que estavam debaixo da lei e foram desobedientes a Deus. As
coisas escritas no Velho Testamento foram-nos “feitas em FIGURA” (cf. 1Co
10.1-12).
O que quer que encontremos no Velho Testamento, foi escrito para o nosso
aprendizado. Nós, cristãos, podemos aprender através de Deuteronômio, Malaquias
ou através de qualquer outro livro do Velho Testamento. Contudo, embora o Velho
Testamento esteja registrado para o nosso aprendizado, nem tudo ali está
escrito para a nossa aplicação. O Velho Testamento é endereçado aos judeus que
estavam vivendo sob a lei mosaica. Jesus Cristo não havia chegado ainda. O
preço pelos nossos pecados ainda não havia sido pago na cruz do calvário. O
nosso Sumo Sacerdote ainda não havia chegado. Paulo diz em Gálatas 3.23-26:
“Mas antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei,
e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei
nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos
justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de
aio. Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gálatas
3.23-26).
A lei do dízimo esteve em vigor no que conhecemos como dispensação da lei. E se
você deseja entender sobre o funcionamento do dízimo e sua caducidade é melhor
que tenha um entendimento sobre as dispensações da Bíblia. Uma dispensação é a
maneira como Deus trata com o homem durante um determinado período de tempo,
quando este é provado e testado quanto à obediência a certas
revelações definidas da vontade de Deus. Por exemplo, desde os dias de Moisés
até Cristo o homem foi provado sob a Lei. O período atual é chamado de
"dispensação da graça de Deus" (Ef 3.2). No Milênio o homem será
provado sob o reinado pessoal de Cristo, sem a presença de um tentador
(Satanás) – é a chamada "dispensação da plenitude dos tempos" (Ef
1.10).
Existem ao todo sete dispensações nas quais o homem tem sido provado: (1) em
inocência, (2) em consciência (da expulsão do jardim do Éden ao dilúvio), (3)
em autoridade ou governo (do dilúvio a Abraão), (4) sob a promessa (de Abraão à
Lei), (5) sob a Lei (da Lei a Cristo), (6) sob a graça (de Cristo ao
arrebatamento), (7) sob o reinado pessoal de Cristo (da vinda de Cristo ao
final do Milênio).
A dispensação da graça é o período em que vivemos agora. Há uma diferença
gigantesca entre o período que antecede o sacrifício de Cristo e o que sucede o
mesmo. Esses dois períodos se diferem na maneira como Deus trata com o homem.
Eis a pergunta: Podemos aprender alguma coisa com o Velho Testamento?
Definitivamente SIM. Mas o Velho Testamento está endereçado a nós? NÃO
necessariamente. Você pode ler os Salmos e os Provérbios e obter guia para sua
vida hoje. É a sabedoria eterna de Deus que atravessa o tempo. Por outro lado,
podemos consultar passagens específicas da lei, tais como as passagens sobre o
dízimo, ou as passagens sobre o sacrifício de touros, ou as celebrações que
eles tinham em Israel, como por exemplo a Páscoa. Embora você possa aprender
com essas passagens das Escrituras Sagradas, elas não se aplicam diretamente a
nós. O mesmo é válido para tudo o que se refira à lei mosaica, pois ela foi
abolida por Cristo (Mt 11.13; Lc 16.16; Cl 2.14; Ef 2.14-15). É como ler os
códigos de leis que não têm mais validade. Você pode aprender por eles, mas
eles não serão aplicados porque são obsoletos.
Ora, se a Lei foi abolida, vamos aplicá-la novamente? De fato, nós, cristãos,
temos muito o que aprender a partir do Velho Testamento, mas nada se deve
aplicar da lei cerimonial contida no mesmo. O Velho Testamento está ABOLIDO e,
juntamente com ele, a lei do dízimo a qual lhe pertence.
O
SACERDÓCIO DE TODOS OS CRENTES
Vamos dar uma pausa no que se refere diretamente ao dízimo e entender o que
significa o “Sacerdócio Cristão”. O significado da palavra
"sacerdote" é "aquele que faz a oferta" (Hb
5.1; 8.3; 1Pe 2.5). Um sacerdote é alguém que tem o privilégio de entrar na
presença de Deus em lugar do povo. No cristianismo, todos nós somos sacerdotes,
diferentemente do judaísmo, onde tudo funcionava diferente. Como sacerdotes em
Cristo Jesus, exercemos nosso sacerdócio ao oferecer os sacrifícios de louvor a
Deus e ao apresentar as petições a Ele em oração (Hb 13.15; 1Jo 5.14-15). Por
isso que na Bíblia diz que, a partir do momento em que Jesus nos apresenta o
evangelho da graça, todos nós somos sacerdotes, tendo Ele como nosso Sumo
Sacerdote para sempre:
Quem são os sacerdotes no Cristianismo? “Mas vós sois a geração eleita,
o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1
Pedro 2.9).
E quem é o nosso Sumo Sacerdote? “Visto que temos um grande sumo
sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a
nossa confissão” (Hebreus 4.14). “Porque nos convinha tal Sumo
Sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais
sublime do que os céus” (Hebreus 7.26).
Todavia, uma das causas da confusão que prevalece na cristandade professa é
que, em muitos casos, o sacerdócio é considerado como um direito limitado a uma
classe privilegiada de pessoas (os chamados “Padres”, “Pastores”, “Ministros”,
etc), sendo que algumas delas nem sequer são salvas!
Por meio de Cristo, nosso Sumo Sacerdote nos céus, todos os cristãos são
sacerdotes. O livro de Apocalipse declara que os cristãos são feitos "sacerdotes
para Deus" por meio da fé na obra consumada de Cristo na cruz (Ap
1.6; 5.10). A epístola de Pedro confirma isso, dizendo que "vós
também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo,
para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo" (1Pe
2.5,9). Além disso, a epístola aos Hebreus exorta todos os cristãos a se
aproximarem de Deus além do véu, entrando no santuário ou "santo
dos santos" (Hb 10.19-22; 13.15-16).
O fato de dizer que o Senhor é o "Grande Sacerdote" ou "Sumo
Sacerdote" implica que existe um grupo de sacerdotes que está
abaixo dEle. Ele não presidiria como "grande" ou "sumo"
sacerdote se não existissem sacerdotes sob Ele. Pela mesma razão, uma pessoa
não seria chamada de líder de algum grupo de pessoas se não existissem pessoas
para ele liderar. A exortação em Hebreus 10.19-22 visa encorajar os cristãos a
se aproximarem de Deus e desempenharem seus privilégios sacerdotais.
Em cada uma das passagens do Novo Testamento, onde o assunto do sacerdócio é
tratado, não há qualquer menção – nem uma sequer – de que apenas alguns dentre
os santos sejam sacerdotes. Tampouco existe em qualquer outro lugar do Novo
Testamento algo semelhante. Quando o Novo Testamento fala de sacerdócio, ele se
refere, sem exceção, a todos os crentes como constituídos com este privilégio.
Além do mais, essas passagens não apenas nos falam que todos os cristãos são
sacerdotes, como também aprendemos delas que somos sacerdotes com privilégios
que vão além daqueles que tinham os sacerdotes do Antigo Testamento.
Um sacerdote no cristianismo pode aproximar-se da própria presença de Deus, no
santo dos santos. Esse é um lugar onde nenhum filho de Aarão podia entrar. Até
mesmo quando Aarão, o sumo sacerdote em Israel, entrava uma vez por ano além do
véu, ele não o fazia com ousadia, como podemos fazer agora. No dia da Expiação
(sacrifício de animais) ele entrava ali com medo de morrer, mas nós podemos
entrar "em inteira certeza de fé". Além disso, os
sacerdotes da linhagem de Aarão prestavam um culto do qual pouco compreendiam.
Eles não sabiam por que deviam fazer as coisas que lhes eram ordenadas. Mas nós
temos um "culto racional" (Rm 12.1). Podemos
desempenhar nossas funções sacerdotais com entendimento de tudo aquilo que
fazemos na presença de Deus.
Portanto, considerando que as Escrituras ensinam que todos os cristãos são
sacerdotes, e que todos nós temos igual privilégio de desempenhar nosso
sacerdócio na presença de Deus, fica claro que não existe a necessidade de um
clérigo para fazer isso pelos demais. Nas reuniões de culto, adoração e oração
(quando os cristãos exercitam seu sacerdócio), tudo o que precisamos é esperar
no Espírito de Deus para que Ele dirija as orações e os louvores dos santos. Se
permitirmos que Ele lidere na assembleia, no lugar que Lhe é de direito, Ele
irá guiar um irmão aqui e outro ali a expressar de forma audível uma adoração e
louvor, como quem fala por toda a assembleia.
Evidentemente entendemos que não somente desempenhamos nosso sacerdócio nas
ocasiões em que estamos congregados em uma assembleia. A qualquer momento um
cristão pode entrar na própria presença de Deus em oração e adoração e
desempenhar seu papel de sacerdote. Todavia, no contexto deste ponto em
específico, estamos falando de cristãos reunidos em uma assembleia para
adoração e ministério.
Quando compreendemos a proximidade do relacionamento que todos os cristãos têm
como parte do Corpo e Noiva de Cristo, podemos ver como a ideia de uma casta
ministerial mais próxima de Deus do que os demais é totalmente incompatível com
isso (Ef 2.13; 5.25-32). Se nós, como cristãos, adotarmos uma classe de pessoas
assim, estaremos negando que somos capacitados, como sacerdotes, a oferecer
sacrifícios espirituais a Deus. Na prática, isso destrói os privilégios do
cristianismo e, em certo sentido, restaura o judaísmo, ou ao menos nos leva de
volta para aquele nível.
Enquanto algumas poucas denominações chegam ao ponto de possuírem um clérigo
com o título de "Sacerdote” (dando a entender que os demais naquela
denominação não o são), a maioria das igrejas chamadas evangélicas denomina seu
clérigo como "Pastor", "Reverendo", "Ministro",
etc. Nesse caso não há muita diferença, pois uma posição assim na igreja não está
de acordo com a verdade das Escrituras. Trata-se de uma função puramente
inventada pelo homem.
Deus nos proíbe expressamente de nos nomearmos com títulos lisonjeiros:
“Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre,
a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso
pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres,
porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo” (Mateus 23.8-10).
Todavia, mesmo que as Escrituras digam isso com total clareza, algumas
denominações chamam seus clérigos de "Padre", que vem do latim e
significa "Pai". Algumas denominações chegam ao ponto de usar o
título "Reverendo". Todavia, a Bíblia, na versão inglesa, diz que
"reverend" ("reverendo") é o nome do Senhor! O Salmo 111:9
da versão inglesa King James, traduzido para o português, diz: "Santo e
reverendo é o Seu nome". Acaso seria correto o homem usar um termo que é
atribuído ao Senhor como um título para si mesmo? É claro que não.
CONCLUSÃO
Sabemos que a lei Mosaica, juntamente com as profecias, tinha como objetivo
identificar o Messias, Jesus Cristo. Lemos isso em Gálatas 3.24:
“Assim, a lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados
pela fé”.
Sabemos também que a Lei foi abolida por Cristo conforme é dito em Efésios
2.15:
“Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que
consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo
a paz”.
Visto que a lei Mosaica foi abolida debaixo da nova dispensação – a
dispensação da graça de Deus – não há sequer um texto no Novo Testamento em que
os apóstolos de Jesus Cristo tenham cobrado os 10% de seus sacrifícios e
holocaustos (dízimo) dos fieis da Igreja. E pode acreditar que JAMAIS veremos
os discípulos de Cristo cobrando 10% mensais em dinheiro dos seus seguidores e
irmãos, prática herética das denominações religiosas da cristandade em geral.
O dízimo, nos moldes do Antigo Testamento, não é mais aplicável nos nossos
dias. Tanto isso é verdade que nem os judeus praticam a lei do dízimo, visto
que não há o Templo de Jerusalém. Os judeus não dão o dízimo desde que o Templo
de Jerusalém foi destruído no ano 70 d.C e a adoração judaica foi interrompida.
Nesse sentido, os judeus acabam sendo mais bíblicos e coerentes do que os “cristãos”
denominacionais, pois eles, os judeus, sabem que o dízimo só podia ser entregue
aos levitas na Casa do Tesouro (Dt 26.12-14; Ml 3.10), que era uma repartição
no Templo de Jerusalém. Eles também sabem que o dízimo nunca significou
dinheiro, mas somente alimento (Dt 12.5-7; 14.22-29; 26.12-14).
A Epístola aos Hebreus, principalmente os capítulos 9 e 10, deixa bastante
claro que todas as cerimônias do Antigo Testamento foram abolidas com a vinda
de Cristo, pois elas apenas tipificavam Aquele que viria e eram sombras da
realidade que é Cristo. Além dessa epístola, Paulo fala constantemente sobre a
abolição das cerimônias do Antigo Testamento no Novo Testamento, como em
Gálatas 4.8-11, Colossenses 2.8-23, etc.
Assim, a questão é determinar se o dízimo fazia parte da lei cerimonial ou da
lei moral. A lei moral é permanente e a cerimonial, como já fora dito, é
transitória. Assim, constatamos que o dízimo foi igualmente transitório, pois
fazia parte da lei cerimonial e não moral. Quando analisamos o Antigo
Testamento, percebemos que o dízimo estava totalmente amarrado ao sistema
sacrificial daquele tempo e havia vários tipos de dízimo (Lv 27.32; Nm
18.21-28; Dt 12.6-17; 14.22-28; 26.12).
Estando dessa forma ligado aos sacrifícios e ao sacerdócio veterotestamentário,
o dízimo como era praticado no Antigo Testamento é impraticável nos dias de
hoje. Assim, ele pertence à Lei cerimonial do Antigo Testamento e não adianta
tentar encontrar a lei do dízimo sendo aplicada no Novo Testamento. Não há nada
sobre dízimo no Novo Testamento.
Considere o seguinte diálogo:
João: Tem um gato invisível sobre aquela mesa.
Pedro: Não tem não!
João: Prove que não tem.
É quem afirma a existência de um gato invisível que precisa provar que ele
existe. O Pedro do diálogo acima não precisa provar nada. Ou seja, os adeptos
do herético "Dízimo Cristão" é que devem provar que ele está na
Bíblia. Eu, no entanto, não preciso provar nada. Onde está a lei do Dízimo no
Novo Testamento?
Vale ressaltar que o Novo Testamento só começa com a morte do Testador (Jesus -
Hebreus 9.15-17); ou seja, os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João não
fazem parte do Novo Testamento. A doutrina dos apóstolos está nas epístolas. É
de suma importância lembrar-se disso a fim de não misturar o contexto judaico
com o contexto cristão. A Igreja foi inaugurada no livro de Atos, no capítulo
2. O livro de Atos é, predominantemente, um livro de experiências que mostra a
fase de amadurecimento da Igreja primitiva e de seu contato com o sobrenatural
de Deus, visto que Deus fez muitos sinais e milagres durante esta fase de
transição e crescimento espiritual.
Você não encontrará o dízimo na doutrina dos apóstolos, exceto por alguma
citação fazendo referência ao Antigo Testamento e à Lei.
“E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte
para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os
chamados recebam a promessa da herança eterna. Porque onde há
testamento, é necessário que intervenha a morte do testador. Porque um
testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o
testador vive?” (Hebreus 9.15-17).
Continua em: Os
judeus atuais ainda dão o dízimo?
Para voltar ao início, clique aqui:
SUMÁRIO
- O EVANGELHO sem Disfarces
– Fonte 1: Facebook JP Padilha
– Fonte 2: Página JP Padilha
– Fonte 3: https://jppadilhabiblia.blogspot.com/
– Fonte 4: https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário