Sem sombra de dúvidas o
Catolicismo Romano e o Espiritismo são duas dentre as maiores seitas
antibíblicas do mundo. Neste artigo nós iremos falar exatamente sobre algumas
semelhanças que o Catolicismo Romano nega ter com o Espiritismo. Embora o
Catolicismo Romano condene o Espiritismo, não é pequeno o número de crenças e
práticas que andam de mãos dadas pelos meandros das duas religiões. Fiéis
romanistas por toda a parte creem, em algum nível e em algum aspecto, em alguma
religião espírita. Eles praticam o espiritismo (muitas vezes sem se darem conta
disso) e frequentam seus trabalhos, numa mistura de crenças que seriam “paralelas”
com a religião herdada de seus pais como “única” e “santa” no mundo inteiro. Digo
“paralelas” com aspas porque, no final das contas, o leitor verá que não há
paralelismo algum entre as duas religiões. O que podemos encontrar são pequenos
diferentes meios de se chegar ao mesmo abismo antibíblico.
Não são poucos os que, além de serem devotos de Maria e frequentarem
assiduamente a seita católica, também creem em religiões esotéricas e
astrológicas, confiam na força dos cristais ou sejam bruxos e encantadores.
Esses fiéis misturam a fé do evangelho de Cristo com práticas condenadas pela própria
Bíblia, inclusive satanistas. São pessoas muitas vezes cultas e bem informadas,
mas que depositam sua confiança nos astros, na numerologia, no tarô, nos “pais
de santo”, nos necromantes e em vários outros tipos de doutrinas de demônios.
Essas pessoas praticam coisas abomináveis a Deus. Não satisfeitas com as
aberrações do Catolicismo Romano ortodoxo, essas pessoas querem ir além. Elas
querem o máximo de contato com o mundo dos mortos e não medem esforços para invocá-los
em suas sessões espíritas. Elas não admitem que são sessões espíritas. Mas, se
a invocação aos mortos não é uma sessão espírita, o que mais poderia ser? Elas
invocam os nomes dos santos mortos e não querem ser comparadas aos espíritas?
Oras, quanta hipocrisia! Afinal de contas, a prática é a mesma!
Uma reportagem da revista “Isto É” (n. 1629 – 6/20/2000, p. 96) nos
dá um exemplo deste sincretismo religioso:
“Católica fervorosa e organizadora de uma
festa do Divino que dura 15 dias, Maria Celeste Santos, a dona Celeste, é
figura de destaque em São Luís do Maranhão. Quando o papa João Paulo II visitou
a cidade, em outubro de 1991, ela foi escolhida para lhe entregar uma bandeja
de prata em nome da população. Na época, porém, circulou pela cidade o boato de
que o presente havia sido oferecido à Sua ‘Santidade’ pelo vodum Averequetê,
que teria se incorporado em dona Celeste durante a solenidade. Embora não
comente o episódio, ela sempre assumiu que é consagrada a Averequetê. Além de
católica praticante, dona Celeste é também uma das líderes espirituais da Casa
das Minas, um terreiro fundado em 1840 para cultuar os voduns, divindades
africanas trazidas para o Brasil pelos escravos”.
O Catolicismo Romano possui em seu rol de doutrinas algumas práticas que se
assemelham à citada acima, principalmente ao Espiritismo Kardecista. Pe. Artur
Betti (2003), ao tentar refutar o Espiritismo, esclarece que as semelhanças entre
Catolicismo Romano e Espiritismo são muitas e que o Catolicismo Romano condena
crenças que ele mesmo possui, mas que existem com outra nomenclatura e
história. Assim se expressa Artur Betti (p. 141 e 142):
“A doutrina espírita, até hoje, continua
tendo como base e fundamentação a doutrinação original, acrescida das
“comunicações dos espíritos”. Três pontos constituem verdadeiros dogmas para os
espíritas: reencarnação, mediunidade e a
fantasia de falar com os mortos (...) Segundo a sua doutrina, os espíritos
se manifestam às pessoas, diretamente ou através da evocação ou chamamento
feito pelo médium, que é um intermediário entre o mundo intermediário e o
físico (...) Sabemos que a Palavra de Deus, a Bíblia, condena totalmente tais
práticas e ensinamentos (...) Quem crê nessas coisas demonstra desconhecer a
Bíblia, que diz: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31).
Desconhece também que, após a morte, vamos para um estado de vida definitivo,
conforme o ensinamento do próprio Jesus (Lc 16.20-31)”.
Uma matéria publicada em um site católico (comshalom.org) rechaça aqueles que
tentam encontrar semelhanças entre o Catolicismo e o Espiritismo, apontando 40
diferenças entre as duas religiões. A grande maioria dos pontos de fé citados
concorda com o Catolicismo, obviamente. Por exemplo, quando se diz na matéria que
a doutrina espírita nega a inspiração divina da Bíblia, a divindade de Cristo,
a criação do mundo e do homem por Deus do nada, a redenção em Cristo, a
existência do Céu e do inferno, entre outras.
Por outro lado, há de se dizer que em alguns pontos a doutrina espírita chega a
concordar com a Bíblia, como quando nega a autoridade do Magistério da Igreja,
a infalibilidade dos papas, os dogmas referentes a Maria, o valor dos
sacramentos, a eficácia redentora do batismo nas águas (como se o batismo nas
águas salvasse alguém), a presença real de Cristo na Eucaristia e a existência
do purgatório. Todavia, devemos nos lembrar de que Satanás é sutil e sagas. Ele
não negaria grande parte das Escrituras Sagradas para enganar o homem. O que
ele faz, desde que tentou Jesus no deserto, é bem mais elaborado e caviloso.
Quando ele deseja enganar, ele usa as Escrituras para distorcê-las e usá-las
fora de seu contexto, fazendo mau uso das passagens bíblicas a fim de enganar
por meio da própria Escritura (Mt 4.5-7).
O que o autor do artigo católico parece não saber é que as semelhanças entre o
Catolicismo e o Espiritismo são muito mais sérias e comprometedoras do que as
suas diferenças. Lendo os comentários acerca do Espiritismo feitos pelo padre
Betti, podemos relembrar algumas doutrinas católicas que em tudo combinam com
as doutrinas espíritas:
1. SALVAÇÃO E EVOLUÇÃO ESPIRITUAL ATRAVÉS DAS OBRAS
O Catolicismo Romano tem sua crença baseada na “salvação por obras”. Embora
afirmem que a salvação é pela graça, mediante a fé somente (Ef 2.8,9), é
necessário – dentre várias outras coisas – o batismo, isto é, uma obra de
iniciação no Cristianismo antes da fé. Sem o batismo, dizem eles, o fiel não
recebe o Espírito Santo, não é salvo e não pode fazer parte da “Igreja”.
O Espiritismo, embora não creia na salvação da alma como crê o Catolicismo e o
Protestantismo, mas na sua constante evolução espiritual até a perfeição, prega
que a “salvação” se dá através das obras de caridade e do sofrimento pelo qual
o espírito passa para purificar-se de seus pecados. A isto eles chamam de
“expiação”, a qual parece substituir a expiação de Cristo na cruz. De qualquer forma,
tanto do ponto de vista do Catolicismo Romano quanto do Espiritismo, a alma só
alcança seu objetivo através de obras feitas pelas próprias mãos, onde faz-se
necessário o sofrimento físico para ambos, como ensina Kardec no “Livro dos
Espíritos” (2002):
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de
fazê-los chegar à perfeição. Para uns é expiação; para outros, missão. Mas,
para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da
existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a
encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca
na obra da criação. ‘Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um
instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí
cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo
para a obra geral, ele próprio se adianta”.
2. PURGATÓRIO E REENCARNAÇÃO
Esta purificação nos lembra do sistema do purgatório, sendo que o purgatório é
o fogo purificador do Catolicismo e a reencarnação é o sistema purificador do Espiritismo.
Após uma vida inteira dedicada a Deus e à “Igreja”, ou mesmo após uma vida não
tão santa e piedosa, o católico romano ainda tem que amargar uma estadia no
purgatório para purificar-se daqueles pecados que não foram totalmente expiados
em vida – uma clara negação de que Cristo morreu na cruz para pagar pelos
pecados dos eleitos (Cl 2.13-15). Esta purificação se dá através do fogo
purificador e da intervenção dos vivos ao seu favor. No Espiritismo o sistema é
parecido – existe a necessidade de purificação (expiação) e os meios:
sofrimentos e provas. No Concílio de Trento podemos ler:
983. “Já que a Igreja Católica, instruída pelo
Espírito Santo, apoiada nas Sagradas Letras e na antiga Tradição dos Padres,
ensinou nos sagrados Concílios e recentemente também neste Concílio Ecumênico,
que existe purgatório [cfr. n° 840], e que as almas que nele estão detidas são
aliviadas pelos sufrágios dos fiéis, principalmente pelo sacrifício do altar
[cfr. n° 940, 950], prescreve o santo Concílio aos bispos que façam com que os
fiéis mantenham e creiam a sã doutrina sobre o purgatório, aliás transmitida pelos
santos Padres e pelos Sagrados Concílios, e que a mesma doutrina seja pregada
com diligência por toda parte. Sejam, outrossim, excluídas das pregações
populares à gente simples as questões difíceis e sutis e as
que não edificam (cfr. l. Tim l, 4) nem aumentam a piedade.
Igualmente não seja permitido divulgar ou discorrer sobre assuntos duvidosos ou
que trazem a aparência do falso. Sejam ainda proibidas como escandalosas e
prejudiciais aos fiéis aquelas coisas que têm em vista provocar a curiosidade
ou que rescendem a superstição ou a um torpe lucro...”
840. Cân. 30. “Se alguém disser
que a todo pecador penitente, que recebeu a graça da justificação, é de tal
modo perdoada a ofensa e desfeita e abolida a obrigação à pena eterna, que não
lhe fica obrigação alguma de pena temporal a pagar, seja neste mundo ou no
outro, no purgatório, antes que lhe possam ser abertas as portas para o reino
dos céus — seja excomungado” [cfr. n° 807].
A doutrina católica do purgatório, também ensinada no seu Catecismo, se apresenta
como um lugar para quem já tem a salvação eterna garantida, mas que ainda
precisa de uma purificação extra a fim de obter uma santidade necessária para
entrar na alegria do Céu (nº 1030 a 1032). Isto significa que o sacrifício
vicário de Cristo na cruz foi em vão, pois a crença do purgatório consiste na
ideia de que as pessoas são salvas pelos seus próprios méritos ou pela intercessão
de parentes e amigos vivos. Com isso, o morto prepara a sua alma para a
salvação definitiva enquanto os entes queridos ou amigos rogam pelo indivíduo
que supostamente está pagando pelos seus pecados no purgatório. Ou seja, a
doutrina do purgatório elimina o fato de que foi Cristo quem pagou pelos
pecados dos eleitos de uma vez por todas e coloca nas mãos dos homens o poder
de salvarem-se a si mesmos e aos outros. De qualquer forma, de acordo com esse
dogma, não existe uma ida direta para o céu por meio de Cristo, assim como é
impossível para o fiel católico ou espírita purificar-se de uma vez por todas
em apenas uma vida.
Assim como o purgatório é a segunda chance de Deus ao fiel católico, a
reencarnação é a segunda chance de Deus ao espírita. O que o fiel católico
purifica depois de morto no purgatório, o fiel espírita purifica, também depois
de morto, através de outras encarnações. Todavia, o Espiritismo não crê no
inferno (e menos ainda no lago de fogo – onde o sofrimento dos perdidos é
eterno – Mt 25.41,46; Ap 20.10-15). Já o Catolicismo crê no “tormento eterno” e
por isso se apegam às indulgências, missas, orações e mortificações. No texto
abaixo citado (idem, p. 121) está explícita a semelhança entre a segunda chance
do católico para se arrepender e purificar-se dos seus pecados após a sua morte
e a segunda chance do espírita para se santificar onde, em vida, não o pôde
fazer. Também podemos notar neste trecho o universalismo – a ideia herética de
que Deus tem por filhos todos os seres humanos:
“Na justiça de Deus e na revelação, pois
incessantemente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma
porta para o arrependimento. Não te diz a razão que seria injusto privar para
sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se?
Não são filhos de Deus todos os homens? Só entre os egoístas se encontram a
iniquidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão” (...) Todos os espíritos
tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la,
proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhe
concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou
concluir numa primeira prova”.
3. A COMUNHÃO DOS SANTOS (VIVOS E MORTOS) E AS MESAS BRANCAS
O Catolicismo Romano critica o Espiritismo pela sua conduta em relação aos
mortos em mesas brancas através dos médiuns ou livremente através do espírito intervindo
no mundo dos vivos. Todavia, o dogma da “comunhão dos santos” coloca o fiel
católico em contato com os que já morreram para venerá-los e observar seu
exemplo de vida. E mais: o Concílio Vaticano II, cânon. 136, vai muito mais
além quando afirma:
“Todavia não somente a título de exemplo
veneramos a memória dos habitantes do céu, mas mais ainda para corroborar a
união de toda a Igreja no Espírito, pelo exercício da caridade fraterna (cf. Ef
4.1-6). Porque assim como a comunhão cristã entre os viajores mais nos aproxima
de Cristo, assim o consórcio com os Santos nos une também a Cristo, do Qual
como de sua Fonte e Cabeça promana toda a graça e a vida do próprio Povo de Deus.
Convém portanto sumamente que amemos esses amigos e co-herdeiros de Jesus
Cristo, além disso irmãos e exímios benfeitores nossos, rendamos devidas
graças a Deus por eles, ‘os invoquemos
com súplicas e que recorramos às suas orações, à sua intercessão e ao seu
auxílio’ para impetrarmos de Deus as graças necessárias, por meio de Seu
Filho Jesus Cristo, único Redentor e Salvador nosso”.
Porém, tudo o que já vimos sobre o purgatório e que se refere à “comunhão dos
santos” nos leva a crer que o Catolicismo Romano mantém uma prática de convívio
com os mortos tão profunda quanto o Espiritismo. Senão vejamos: a) os espíritas
consultam os mortos; os católicos rezam a eles, fazem votos, promessas e
simpatias; b) os espíritas acreditam em “fantasmas”, que são espíritos (bons ou
maus) que entram em contato com os vivos para algum fim; os católicos contêm
uma vasta lista de aparições de santos que já morreram, principalmente de
Maria. De 1347 a 1987 foram 24 aparições de Maria reconhecidas
pela Igreja Católica. Ainda existem 10 sendo examinadas pela “Igreja” e 47 sem
pronunciamento oficial, estas datando até o ano de 1994. Temos o total de 81
aparições de Maria espalhadas pelo mundo. Isto sem contar o número de aparições
não contadas de intervenções de diversos santos mundo a fora, seja diretamente
e de forma pessoal, seja concedendo graças.
Evocar uma pessoa falecida implica comunicar-se com ela. Você diz seu nome,
conversa com ela, pede seu auxílio, ouve a sua voz, sente a sua presença, etc.
Todas essas coisas acontecem quando um fiel católico se ajoelha para rezar a
algum santo falecido ou mesmo a um parente ou defunto milagreiro da moda. Oras,
esta é uma prática espírita, como podemos ver no “O Livro dos Médiuns”, de
Allan Kardec (2007, p. 364): “Todos os espíritos, qualquer que seja o grau em que se encontrem na
escala espiritual, podem ser evocados”. A
forma como cada um procede é diferente, mas o fim é o mesmo. O padre Artur
Betti, no texto supracitado, fala da “fantasia de falar com os mortos”. Mas não
seria exatamente isso que os católicos fazem todas as vezes que rezam pedindo a
intercessão de algum santo falecido ou quando invocam seus entes já falecidos,
pedindo-lhes auxílio e bênçãos? Não seria um poder mediúnico o daqueles que
afirmam ver, ouvir e conversar com os santos mortos, principalmente com Maria,
como no caso das aparições em Fátima? Ora, se os mortos não têm qualquer tipo
de contato com os vivos, como poderão ouvir orações e, ainda pior,
respondê-las?
4. SANTOS CATÓLICOS E ENTIDADES DA UMBANDA
Dentro do seu discurso ecumênico, o Catolicismo Romano convive tranquilamente
com o sincretismo religioso, o que o leva a promover cultos ecumênicos com judeus,
muçulmanos, espíritas, evangélicos e adeptos de diversas religiões
afro-brasileiras. Dentro deste sincretismo religioso, podemos perceber algo em
comum com os santos católicos e os orixás da Umbanda (Baixo Espiritismo).
Muitos santos cultuados pelo Catolicismo Romano são invocados pelos umbandistas
com nomes diferentes. Alguns exemplos: Jesus Cristo (OXALÁ), Nossa Senhora
(YEMANJÁ), Cosme e Damião (CRIANÇAS), São Jorge (OGUM), São Sebastião (OXOSSI),
São Jerônimo (XANGÔ), São Cipriano ou São Lázaro (PRETOS-VELHOS), etc. É certo
que a forma como cada um trata estes ícones e os invoca é diferente, mas a essência
permanece a mesma: culto aos mortos e
idolatria. Assim como os espíritas, os católicos possuem seus ídolos e
vice-versa.
5. OBRAS DE CARIDADE
Outra semelhança entre estas duas religiões é a prática da caridade como
pré-requisito para ser salvo. É claro que praticar a caridade é um mandamento
bíblico. Todo aquele que é convertido ao evangelho de Cristo produz “boas
obras” (Efésios 2.10), se empenha na caridade, auxilia os que nada têm, etc. O
que os católicos e espíritas não entendem é que essas boas obras não podem
salvá-los, por mais que eles se esforcem em se salvar a si mesmos por meio
disso. Basta ler os dois versículos anteriores a essa passagem: “Porque
pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8,9). Além do
mais, o próprio versículo 10 diz que Deus nos “preparou para que andássemos nas
boas obras”, e não que essas obras procedem de nós mesmos. Essa é, sem dúvida,
a estaca que finca no coração dos católicos e espíritas. Suas próprias obras de
justiça não podem salvá-los e isso está registrado nas Escrituras.
As obras de justiça citadas na Bíblia em nada tem a ver com justiça social,
como prega a “Teologia da Libertação”, mas sim com a prática do amor, isto é: a
caridade está inserida dentro de um contexto de amor e não político. Todavia, o
objetivo desta caridade advinda de instituições filantrópicas é que torna a
prática católica e espírita repreensível. Os católicos praticam a caridade como
uma forma de aliviar suas futuras dores no purgatório e merecer o Reino dos
Céus, além de aliviar o sofrimento de seus entes queridos que já estão lá. As
obras formam aquilo que o Catecismo da Igreja Católica denomina de “mérito do
homem” (nº 2007 e 2008). Embora o Catecismo confirme que a salvação é somente
mérito de Cristo e que tudo vem do Criador, este mesmo Catecismo católico
ensina o seguinte:
“O mérito do homem diante de Deus, na vida
cristã, provém do fato de que Deus livremente determinou associar o
homem à obra de sua graça. A ação paternal de Deus vem em primeiro
lugar por seu impulso, e o livre agir do homem, em segundo lugar, colaborando
com Ele, de sorte que os méritos das boas obras devem ser atribuídos à graça de
Deus, primeiramente, e só em segundo lugar ao fiel. O próprio mérito do homem
cabe, aliás, a Deus, pois suas boas ações procedem, em Cristo, das inspirações
e do auxílio do Espírito Santo”.
O Catecismo católico consegue separar “salvação” de “vida eterna” (nº 2010),
como se ambos não fossem a mesma coisa, para confirmar a meritocracia do homem
no plano da salvação. Já os espíritas praticam a caridade como uma obrigação
religiosa da alma para evoluir em seu Karma – amenizar seu sofrimento infligido
pela necessidade de expiar seus pecados pela eternidade. Isto não descarta a
possibilidade das pastorais católicas e as obras de caridade espíritas estarem
agindo com boas intenções, mas, a princípio, seriam essas as motivações para
tais práticas. No entanto, a caridade deve ser praticada como mandamento
divino, por amor, sem esperar receber nada em troca, principalmente naquilo que
concerne à salvação da alma. Esta não pode ser comprada.
CONCLUSÃO
Como podemos ver, as doutrinas e práticas romanistas e as espíritas têm fortes
ligações. Embora difiram no modo de se praticar, a essência e a prática são as
mesmas. A busca frenética pelo contato com os mortos, as visões e aparições de
pessoas que já morreram, a necessidade de obras em favor próprio e para obter a
salvação, a purificação dos pecados, a idolatria, etc., estão todas de mãos
dadas com o Catolicismo Romano e o Espiritismo. Todas formam um conjunto de
crenças que se mesclam em um sincretismo religioso pagão totalmente desprovido
de fundamento bíblico. Para tal feita, os católicos romanos possuem a Tradição
e, os espíritas, inúmeros livros, sendo o principal deles “O Evangelho segundo
o Espiritismo”, de Allan Kardec. Tanto um quanto outro pecam em não
reconhecerem as Escrituras Sagradas como única regra de fé e conduta,
assemelhando-se aos Mórmons e aos Testemunhas de Jeová, cujas literaturas
também pretendem ser complementares ou substitutivas à Bíblia.
Se perguntarmos a algum católico comum se ele é espírita, ele negará e
provavelmente se benzerá três vezes. Mas se mudarmos a pergunta para os cinco
pontos tratados acima, ouviremos várias afirmativas. Depois, confrontado com a
realidade de que sua crença está intimamente ligada a práticas Kardecistas, o
que ele dirá?
Tanto o Catolicismo Romano quanto o Espiritismo existem para anular a eficácia
do sacrifício expiatório de Cristo. É como se Jesus tivesse falhado em sua
missão em salvar os predestinados à salvação, os quais Deus escolheu antes da
fundação do mundo (Ef 1.4). É como se Jesus não tivesse dito “tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8.34),
mas “tome seus méritos, suas obras e as obras dos que já morreram e siga-me”. As
Escrituras são claras em dizer que só existe um Intercessor entre Deus e os
homens, o qual é Jesus Cristo e mais ninguém (1Tm 2.5). Então, por que os
católicos e os espíritas insistem em buscar ajuda por meio da intercessão dos
mortos? Porventura não leram nas Escrituras que, por detrás desses supostos
mortos está Satanás (Lv 20.27; At 16.16; 2Co 11.14)? Salvação sem Jesus como
único Intercessor não é salvação. Salvação por obras também não é salvação.
O Catolicismo Romano e o Espiritismo existem para negar a doutrina da depravação
total, comprometer a expiação particular (limitada aos
eleitos), pregar um desejo de Deus de salvar o réprobo, silenciar o fato de que
Deus odeia a todos os quais Ele não amou na eternidade e, então, negar a eleição
e reprovação incondicional, recusando, assim, condenar o universalismo
religioso e seus falsos mestres, permitindo a comunhão aberrativa com pessoas
de todas as religiões, em uma grande festa ecumênica onde o jugo desigual é
quem dita as regras.
“Mas,
ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que
já vos tenho anunciado, seja amaldiçoado. Assim, como já vo-lo dissemos, agora
de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que
já recebestes, seja maldito. Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou
procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria
servo de Cristo” (Gálatas 1.8-10).
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SUMÁRIO - O EVANGELHO sem Disfarces
– Fonte 1: Facebook JP Padilha
– Fonte 2: Página JP Padilha
– Fonte 3: https://jppadilhabiblia.blogspot.com/
– Fonte 4: https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/
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