Eu quero iniciar esta pequena exortação com um
trecho do livro "A Mulher
Puritana", de David Lipsy. O autor descreve os puritanos do século
XVII da seguinte forma:
“Talvez alguém possa responder que
algumas esposas e mães são também, ao mesmo tempo, mulheres com profissão de
tempo integral. A puritana típica (cristã), com uma mistura de grave
preocupação e suave espanto, perguntaria em resposta: ‘Como seria possível que
cristãos, de todos os povos, ousassem revirar a ordenança da própria criação de
Deus e Seus planos para as mulheres de cabeça para baixo, pedindo-lhes que
sacrifiquem um tempo precioso e energia de seus chamados primários dados por
Deus e desviá-las para fazer aquilo que Deus dá normalmente para os homens?”.
Depois de ensinar como mulheres não casadas deviam trabalhar para seu próprio
sustento, John James comenta que “no casamento... o marido deve ganhar com o
suor de seu rosto, não apenas seu próprio pão, mas o de sua família”. Na
sociedade puritana era bem-estabelecido que um dos deveres fundamentais do
homem no casamento era prover sua esposa e família com roupas e alimento
adequados. Para ele, pedir que sua esposa faça isso, exceto em circunstâncias
que o privem de assim o fazer, era considerado paganismo. A justiça até mesmo
reconhecia este sustento como parte essencial de dívida à mulher como virtude
do casamento.
É possível, amigos, que nós realmente precisemos considerar se de fato estamos
prestando atenção suficiente, tanto em casa como nos círculos da igreja como um
todo, ao tipo e quantidade de preparação que nossas moças recebem para aquele
chamado que a maioria delas um dia ocuparão: aquele de esposa e mãe? Nossas
escolas estão fazendo isso? Elas fazem isso o bastante? Como pais, nós estamos impingindo
em nossas moças e senhoras uma alta consideração para com o abençoado lugar que
Deus designou para a maioria das mulheres: o de esposa e mãe?” (A Mulher Puritana – David Lipsy).
O principal motivo pelo qual as mulheres casadas e mães não podem optar por
terceirizar seu ministério familiar é a Lei da Criação. A lei da criação não
pode ser rejeitada como limitada culturalmente. Isso seria um enorme relativismo
teológico e uma genuína blasfêmia contra Deus e Suas ordens para a Igreja.
Para provar este ponto, lembremo-nos de como o Novo Testamento faz referências
à ordem criada quando lidando com muitos outros aspectos além deste. Por
exemplo, a homossexualidade não está em harmonia com a vontade de Deus porque é
“contrária à natureza humana” (Rm 1.26); ou seja, esta prática viola o que Deus
pretendia quando fez seres humanos macho
e fêmea – homem e mulher (Gn 1.26-27). Semelhantemente, Cristo ensina que o
divórcio e o adultério do novo matrimônio com terceiros não são de procedência
divina desde que, na criação, Deus tenha feito um homem e uma mulher para que “ambos sejam uma só carne até que a morte os
separe”, significando que o divórcio e o segundo casamento de divorciados
são expressamente proibidos por Deus com base na lei da criação (Gn 2.24; Rm
7.2,3; Mt 19.3-12 – Confira o cap. 5). Um terceiro exemplo é que toda comida
deve ser recebida com ação de graças desde que o mesmo seja um dom da mão
criadora de Deus (1Tm 4.3-5).
Tudo isso concorda com o que descobrimos sobre casamento e/ou família no Novo
Testamento. Os esposos possuem a responsabilidade inicial da liderança e as
esposas são chamadas a submeterem-se à liderança de seus esposos (Ef 5.22-33;
Cl 3.18-19; 1Pe 3.1-7). O chamado à submissão para a esposa não está
fundamentado em meras normas culturais, pois ela é chamada a submeter-se a seu
esposo assim como a Igreja é chamada a submeter-se a Cristo (Ef 5.22-24). Paulo
designa o casamento como um “mistério”
(Ef 5.32), e este mistério é que o casamento reflete o relacionamento de Cristo
com a Igreja, não deixando qualquer espaço para os que relativizam o evangelho
a fim de argumentar que o ministério da mulher seja algo cultural e
transitório.
É crucial observar que um papel diferente para as mulheres não significa a
inferioridade delas. Homens e mulheres foram igualmente criados à imagem de
Deus (Gn 1.26-27). Eles têm igual acesso à salvação em Cristo (Gl 3.28) e,
juntos, são herdeiros da grandiosa salvação que é nossa em Jesus Cristo (1Pe
3.7). Os escritores bíblicos não lançam calúnias sobre a dignidade,
inteligência e personalidade das mulheres. Vemos isso ainda mais claramente
quando reconhecemos que, assim como Cristo submete-se ao Pai (1Co 15.28), as
esposas devem em tudo submeter-se aos seus esposos (Ef 5.24), educarem seus
filhos segundo a sã doutrina de Cristo (Dt 6.6,7; Pv 22.6; Ef 6.4; 2Co 12.14b)
e dedicarem tempo integral ao seu lar, a fim de que a Palavra de Deus não seja
blasfemada (Tt 2.5).
Portanto, mulher, se você foi chamada para ser Esposa e Mãe, não se rebaixe a
ponto de ser rainha em qualquer lugar do mundo. Se as mulheres do mundo
vituperam sua missão e debocham de sua divina carreira, lembre-se que este é o
sinal de que o Criador dos céus e da terra está com você e não com as mulheres
do mundo, porque do mundo são (1Jo 4.5); e você não é do mundo, assim como
Cristo também não é (João 17.16).
Continua em: Exortação
às mamães cristãs
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