segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Um chamado de Deus às esposas e mães

Eu quero iniciar esta pequena exortação com um trecho do livro "A Mulher Puritana", de David Lipsy. O autor descreve os puritanos do século XVII da seguinte forma:

“Talvez alguém possa responder que algumas esposas e mães são também, ao mesmo tempo, mulheres com profissão de tempo integral. A puritana típica (cristã), com uma mistura de grave preocupação e suave espanto, perguntaria em resposta: ‘Como seria possível que cristãos, de todos os povos, ousassem revirar a ordenança da própria criação de Deus e Seus planos para as mulheres de cabeça para baixo, pedindo-lhes que sacrifiquem um tempo precioso e energia de seus chamados primários dados por Deus e desviá-las para fazer aquilo que Deus dá normalmente para os homens?”.

Depois de ensinar como mulheres não casadas deviam trabalhar para seu próprio sustento, John James comenta que “no casamento... o marido deve ganhar com o suor de seu rosto, não apenas seu próprio pão, mas o de sua família”. Na sociedade puritana era bem-estabelecido que um dos deveres fundamentais do homem no casamento era prover sua esposa e família com roupas e alimento adequados. Para ele, pedir que sua esposa faça isso, exceto em circunstâncias que o privem de assim o fazer, era considerado paganismo. A justiça até mesmo reconhecia este sustento como parte essencial de dívida à mulher como virtude do casamento.

É possível, amigos, que nós realmente precisemos considerar se de fato estamos prestando atenção suficiente, tanto em casa como nos círculos da igreja como um todo, ao tipo e quantidade de preparação que nossas moças recebem para aquele chamado que a maioria delas um dia ocuparão: aquele de esposa e mãe? Nossas escolas estão fazendo isso? Elas fazem isso o bastante? Como pais, nós estamos impingindo em nossas moças e senhoras uma alta consideração para com o abençoado lugar que Deus designou para a maioria das mulheres: o de esposa e mãe?” (A Mulher Puritana – David Lipsy).

O principal motivo pelo qual as mulheres casadas e mães não podem optar por terceirizar seu ministério familiar é a Lei da Criação. A lei da criação não pode ser rejeitada como limitada culturalmente. Isso seria um enorme relativismo teológico e uma genuína blasfêmia contra Deus e Suas ordens para a Igreja.

Para provar este ponto, lembremo-nos de como o Novo Testamento faz referências à ordem criada quando lidando com muitos outros aspectos além deste. Por exemplo, a homossexualidade não está em harmonia com a vontade de Deus porque é “contrária à natureza humana” (Rm 1.26); ou seja, esta prática viola o que Deus pretendia quando fez seres humanos macho e fêmea – homem e mulher (Gn 1.26-27). Semelhantemente, Cristo ensina que o divórcio e o adultério do novo matrimônio com terceiros não são de procedência divina desde que, na criação, Deus tenha feito um homem e uma mulher para que “ambos sejam uma só carne até que a morte os separe”, significando que o divórcio e o segundo casamento de divorciados são expressamente proibidos por Deus com base na lei da criação (Gn 2.24; Rm 7.2,3; Mt 19.3-12 – Confira o cap. 5). Um terceiro exemplo é que toda comida deve ser recebida com ação de graças desde que o mesmo seja um dom da mão criadora de Deus (1Tm 4.3-5).

Tudo isso concorda com o que descobrimos sobre casamento e/ou família no Novo Testamento. Os esposos possuem a responsabilidade inicial da liderança e as esposas são chamadas a submeterem-se à liderança de seus esposos (Ef 5.22-33; Cl 3.18-19; 1Pe 3.1-7). O chamado à submissão para a esposa não está fundamentado em meras normas culturais, pois ela é chamada a submeter-se a seu esposo assim como a Igreja é chamada a submeter-se a Cristo (Ef 5.22-24). Paulo designa o casamento como um “mistério” (Ef 5.32), e este mistério é que o casamento reflete o relacionamento de Cristo com a Igreja, não deixando qualquer espaço para os que relativizam o evangelho a fim de argumentar que o ministério da mulher seja algo cultural e transitório.

É crucial observar que um papel diferente para as mulheres não significa a inferioridade delas. Homens e mulheres foram igualmente criados à imagem de Deus (Gn 1.26-27). Eles têm igual acesso à salvação em Cristo (Gl 3.28) e, juntos, são herdeiros da grandiosa salvação que é nossa em Jesus Cristo (1Pe 3.7). Os escritores bíblicos não lançam calúnias sobre a dignidade, inteligência e personalidade das mulheres. Vemos isso ainda mais claramente quando reconhecemos que, assim como Cristo submete-se ao Pai (1Co 15.28), as esposas devem em tudo submeter-se aos seus esposos (Ef 5.24), educarem seus filhos segundo a sã doutrina de Cristo (Dt 6.6,7; Pv 22.6; Ef 6.4; 2Co 12.14b) e dedicarem tempo integral ao seu lar, a fim de que a Palavra de Deus não seja blasfemada (Tt 2.5).

Portanto, mulher, se você foi chamada para ser Esposa e Mãe, não se rebaixe a ponto de ser rainha em qualquer lugar do mundo. Se as mulheres do mundo vituperam sua missão e debocham de sua divina carreira, lembre-se que este é o sinal de que o Criador dos céus e da terra está com você e não com as mulheres do mundo, porque do mundo são (1Jo 4.5); e você não é do mundo, assim como Cristo também não é (João 17.16).

Continua em: Exortação às mamães cristãs

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SUMÁRIO - O EVANGELHO sem Disfarces

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