Este é, sem dúvida, um dos mandamentos mais
desobedecidos e negligenciados na cristandade professa atual: o uso do véu para as mulheres. Seu uso
vai além do culto público. Embora a Palavra de Deus não especifique o momento
exato onde a mulher deva usar o véu em sua cabeça, não temos autoridade para
afirmar que esta ordem se aplique apenas às reuniões da assembleia. Seu
uso é mais amplo. Sua aplicação se estende a qualquer lugar onde a
Palavra de Deus esteja sendo estudada ou quando a mulher estiver em oração,
seja em reuniões públicas ou em particular.
QUAL A RAZÃO DE SE COBRIR A CABEÇA?
Não são poucas as pessoas que perguntam: "Por que Deus iria querer e ordenar que as mulheres cristãs cobrissem a cabeça? Qual a utilidade disso?". A própria Bíblia responde: "Por causa dos anjos" (1Co 11.10). Deus não apenas nos dá a ordem, como também explica a razão. No verso 10 é dito que a razão é “por causa dos anjos” que as observam. Por não trazerem sobre a cabeça o sinal de poderio, o qual os anjos observam, as mulheres que não cobrem a cabeça quando oram ou tratam das questões de Deus estão desonrando os homens aos quais deveriam estar sujeitas, e fazem isso diante das potestades celestiais que deveriam estar aprendendo por meio da Igreja (Efésios 3.10).
Se fizermos essas mesmas perguntas a um “teólogo”, ele certamente responderá que a passagem foi escrita por causa dos costumes, do lugar, da época, das prostitutas que tinham cabeça rapada, da “aversão de Paulo por mulheres” (essa é até engraçada) e outras explicações espúrias que você certamente já conhece. Mas, se perguntarmos à Palavra de Deus, veremos a resposta no próprio versículo. "Por causa dos anjos". Anjos não seguem a moda, cultura ou costumes; e os anjos não mudaram desde então, embora essas coisas tenham mudado em nossa sociedade.
Deus estabeleceu uma ordem clara ao Seu povo. Homens e mulheres cristãs não podem, de maneira alguma, negligenciar tal mandamento, pois se trata de um mandamento – uma norma claramente estabelecida à Igreja. É muito importante que observemos todo o contexto da passagem que trata da questão do uso do véu, pois assim saberemos por que essa ordem se encontra ali e entenderemos a razão de ser uma norma para toda a era da Igreja:
“Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo. Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça. Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu. O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos. Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus. Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta? Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido? Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu” (1 Coríntios 11.3-15).
Dentro da ordem que Deus estabeleceu, o homem que cobre a cabeça quando ora desonra sua cabeça, que é Cristo. A mulher que não cobre sua cabeça quando ora desonra sua cabeça que é o homem (1Co 11.3‑5). O homem é a glória de Deus e a mulher é a glória do homem.
Bruce Anstey explica:
“O ato de descobrir a cabeça por parte dos irmãos e o de cobrir a cabeça por parte das irmãs são demonstrações dos princípios envolvidos na confissão cristã. O Apóstolo mostra no início do capítulo que no cristianismo a cabeça do homem representa Cristo. Paulo diz: "Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo" (1Co 11.3). Em seguida ele mostra que, por esta razão, os irmãos devem descobrir a cabeça quando tratam das coisas divinas. Ao fazerem assim eles reconhecem que toda glória pertence a Cristo. Trata-se de um ato deliberado de testemunho da parte dos irmãos, e reflete nosso desejo de conceder toda glória a Cristo, nossa Cabeça viva no céu. Paulo diz: "O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem" (1Co 11.7). Esta atitude glorifica a Cristo e deve ser feita tendo isto em vista.
Por outro lado, no cristianismo a mulher representa a glória do homem. Ali diz: "O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio [autoridade], por causa dos anjos" (1Co 11.7-10). O cabelo da mulher é um sinal da glória natural do primeiro homem. O cabelo é seu véu permanente de beleza e glória (1Co 11.15). O apóstolo ensina que o cabelo da mulher deve ser coberto quando estiverem sendo tratadas as coisas divinas, por causa do que o cabelo representa. Quando as irmãs usam uma cobertura na cabeça, elas estão proclamando o fato de que não reconhecemos o primeiro homem como tendo qualquer lugar no cristianismo. Trata-se de uma confissão de que o homem e sua glória não têm lugar nas coisas divinas” (Bruce Anstey – “A Ordem de Deus”).
Por meio desse ensino, a Escritura nos mostra que os cristãos são um espetáculo divinamente preparado: Os anjos estão aprendendo a sabedoria de Deus em Seu agir entre os cristãos na terra (1Co 4.9; Ef 3.10).
Essa é a beleza do cristianismo: Temos um "culto racional" (Rm 12.1). Quando entendemos a razão de Deus nos dar uma ordem, nossa obrigação é obedecer a Sua Palavra, e podemos fazer isso de forma inteligente e com um propósito. Isso se contrapõe completamente ao culto que era oferecido pelos judeus sob a Lei; os israelitas não entendiam muito daquilo que faziam em seu culto a Deus.
DOIS ARGUMENTOS USADOS PARA NÃO SE USAR O VÉU
1 – "Cobrir a cabeça era um costume cultural antigo que não deve ser considerado hoje!"
A Bíblia deixa claro que as coisas que Paulo ensinou em relação ao uso do véu pela mulher não foram reveladas exclusivamente aos Coríntios, mas sim para serem praticadas "em todo o lugar" (1Co 1.2). A maioria dos cristãos hoje não segue esse preceito, geralmente alegando questões culturais. O problema de analisarmos o que nos é ordenado nas epístolas dos apóstolos tendo em vista a cultura, época e situação de cada um acaba por levar a Igreja ao pecado em outras questões, sendo algumas delas muito mais graves. Por exemplo, vemos que em nossa época fica cada vez mais comum coisas como a “prostituição” (sexo fora do casamento) e a homossexualidade. Ambas as coisas são pecados, mas entram em nosso meio através do mesmo subterfúgio usado pelos relativistas que alegam que o uso do véu é uma questão de cultura, circunstância e/ou época.
Em 1 Coríntios 11, ao falar do véu ou cobertura da cabeça da mulher quando ela ora ou “profetiza” (fala das coisas de Deus), a Bíblia diz:
"Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos” (1 Coríntios 11,10).
Fica claro que a Bíblia não diz que essa ordem seria somente para a época dos apóstolos. Se essas coisas fossem apenas para aquela época, ficaria difícil para um “teólogo relativista” explicar a razão pela qual a Igreja observou esse mandamento – de cobrir a cabeça – desde o princípio até cerca de 50 anos atrás. São 1900 anos! Será que a Igreja agiu de maneira errada todo esse tempo?
2 – “Mas o cabelo da mulher é o seu véu!"
Esse é outro argumento estúpido por parte daqueles que se rebelam contra a ordem clara do SENHOR a fim de descartar o uso do véu pela mulher. No verso 15 da passagem é dito que “ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu". Com base nesse único versículo, eles alegam que a mulher já estaria cumprindo com o mandamento do uso do véu se ela possuir cabelos longos, pois, conforme a interpretação desses, os seus cabelos já estariam funcionando como um véu em sua cabeça. Grande engano!
Não obstante, isso não tem nada a ver com o que o apóstolo está dizendo na respectiva passagem. Nesse verso são mencionadas duas coberturas, e não somente uma. Paulo propositalmente usa duas palavras diferentes para distinguir as duas coisas. Infelizmente, na maioria das traduções isso não está indicado, e, por essa razão, o leitor acaba concluindo, muitas vezes de forma sincera, que o cabelo é uma cobertura suficiente para a mulher. Mais uma vez teremos que recorrer ao idioma original em que o Novo Testamento foi escrito para entendermos melhor esses detalhes.
DUAS PALAVRAS-CHAVES
No grego koiné, que é a tradução original do Novo Testamento, a palavra "cobrir", nos versículos 4 a 6, é diferente da palavra usada no versículo 15. No versículo 15 a palavra original é “peribolaiou” e indica o cabelo enrolado em torno da cabeça. Na linguagem moderna seria o equivalente a um penteado ou algo semelhante. Portanto, o cabelo da mulher é um véu (ou cobertura) de glória e beleza que a natureza lhe concedeu.
Todavia, a palavra que aparece do verso 4 ao 6 não é “peribolaiou”, e sim “katakalupo”, que indica uma cobertura artificial para o cabelo – algo como um chapéu, lenço etc. É por essa razão que não existe fundamento para a ideia de que a mulher não precisa usar uma cobertura sobre a cabeça quando ora ou trata das questões de Deus, seja em público ou em particular.
Alguns argumentos são levantados por pessoas sinceras e outros são levantados por pessoas que querem fazer a sua própria vontade; e são exatamente esses argumentos (do segundo grupo) que acabam se mostrando ridículos a tal ponto que nem mesmo merecem ser levados a sério. A ideia de que o próprio cabelo da mulher satisfaz a ordem de cobri-lo é um exemplo disso. Se o cabelo é a cobertura a qual a passagem se refere, então os homens também trariam, por natureza, uma cobertura, pois eles têm cabelo tanto quanto as mulheres!
Para dificultar ainda mais a coisa, vale uma pergunta que deixará qualquer “metido à teólogo” de cabelo em pé: Se o cabelo das irmãs já representa, por si mesmo, a cobertura para a cabeça em 1 Coríntios 11, como poderiam os irmãos orarem e profetizarem em obediência à Palavra de Deus se estiverem impedidos de ministrar a Palavra com a cabeça coberta? (1Co 11.4). Será que Paulo desejava que todos os irmãos que ministram a Palavra na reunião tivessem a cabeça raspada? É óbvio que aqueles dentre os opositores do “uso do véu” que forem sinceros dirão que isso não faz qualquer sentido. Mas aqueles que se mostram irredutíveis diante da ordem de Deus irão ranger seus dentes e não darão o braço a torcer, embora não possuam nada para argumentar, senão os velhos xingamentos de sempre. Que tal mais uma pergunta para os embaraçar ainda mais? Se os opositores do “uso do véu” acreditam que o cabelo seja um véu, por que não raspam a cabeça? Eu nunca presenciei sequer um grupo de cristãos que faça isso. Evidentemente, não é de cabelo natural que a passagem está tratando ao falar do véu.
"LEVANDO O SEU VITUPÉRIO"
Ao observarmos na Bíblia o lugar e ministério das irmãs na Igreja, tendo em vista o declínio do testemunho cristão nos últimos dias, fica bastante óbvio que a recusa das mulheres em aceitar o lugar que Deus lhes designou é apenas mais uma evidência do grande abandono da verdade por parte da Igreja. Jesus nunca disse que a Igreja se tornaria uma religião oficial no mundo e que este mundo seria um lugar genuinamente cristianizado. Como já fora tratado no capítulo 1 deste livro, onde falamos sobre a Igreja e a falha em seu testemunho, a história é bem diferente de acordo com a Escritura. O testemunho da Igreja falhou, assim como aconteceu com Israel na antiga dispensação.
O problema disso – e de muitos outros assuntos que tratamos neste livro – é que os cristãos não querem levar o vitupério ou a vergonha que está associada à prática do cristianismo bíblico. Como consequência, eles inventam todo tipo de desculpas para não seguirem as simples ordens da Palavra de Deus, as quais, em sua maioria, não precisam que um “expert” em hebraico ou grego interprete para nós.
Aqueles que atenderem à exortação "saiamos, pois, a Ele fora do arraial" irão levar "Seu vitupério", "vergonha", "rejeição" (Hb 13.13). Não há como escapar disso; não há atalhos para seguir a Cristo do modo como está expressamente ordenado na Santa Escritura. O cristianismo normal é assim. Devemos, por temor e tremor diante de Deus, estar preparados para aceitar e nos submetermos aos Seus mandamentos. Se por um lado podemos ser envergonhados por causa do nome do Senhor Jesus, por outro teremos também um senso de Sua aprovação em nossa alma. Isso porque existe um gozo na senda de se fazer a vontade de Deus, gozo este que só é conhecido daqueles que caminham nela: "Deleito-me em fazer a Tua vontade, ó Deus meu" (Sl 40.8; Jr 15.16).
O COSTUME ERA DE NÃO SER CONTENCIOSO OU DE NÃO COBRIR A CABEÇA?
"Se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus" (1 Coríntios 11.16).
Maior parte dos cristãos professos hoje lê os versos sobre a mulher cobrir a cabeça (e o homem descobrir) quando ora ou fala da Palavra de Deus, e não concorda, concluindo erroneamente que as igrejas de Deus da era apostólica não tinham esse costume de as mulheres cobrirem a cabeça (e os homens descobrirem).
Mario Persona comenta sobre essa confusão interpretativa:
“Essas pessoas olham para 1 Coríntios 11.16 e pensam que a palavra "costume" se refere a cobrir (ou descobrir) a cabeça. Ali diz: "Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus". É fácil perceber a que "costume" Paulo se referia se você trocar a expressão "ser contencioso" por "cuspir no prato". Então ficaria assim: "Se alguém quiser cuspir no prato, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus". De que "costume" então o apóstolo estaria falando? De homens não cobrirem a cabeça e mulheres cobrirem, ou de "ser contencioso"?
O mesmo apóstolo Paulo, chamado de machista por alguns, escreveu:
"Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, MUITO MAIS AGORA NA MINHA AUSÊNCIA, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade. Fazei tudo sem murmurações NEM CONTENDAS, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente” (Fp 2:12-16).
Nesta passagem é possível ver seu uso da palavra "contendas" associado à não obediência da doutrina que lhe foi dada pelo Espírito Santo. Portanto, não faria sentido ele falar tudo aquilo sobre o homem orar com a cabeça descoberta para chegar no final e dizer que não havia esse costume nas igrejas de Deus. Ah, me desculpe! O assunto era a mulher cobrir a cabeça. Mas aí, se era desse "costume" que Paulo estaria falando não ter, como ficaria o ensino sobre o homem descobrir a cabeça quando ora ou profetiza? Seria isso também um costume que nem ele e nem as igrejas de Deus teriam? Ou será que o "não temos tal costume" estaria associado ao "contender"?
Basta consultar uma professora de português para ela dizer a você que a frase "nós não temos tal costume" está diretamente relacionada ao que o apóstolo disse imediatamente antes, "se alguém quiser ser contencioso" (1Co 11.16). Ou seja, “como cristãos não temos o costume de sermos contenciosos” (Mario Persona – O que Respondi – A mulher que ora sem véu ou sem cobrir a cabeça está salva?”).
Vamos fazer o seguinte para facilitar ainda mais essa questão da frase “não temos tal costume” de 1 Coríntios 11.16. Abaixo eu tecerei vários trechos de passagens bíblicas que deixam isso tão claro que fica impossível um cristão honesto negar o que fora exposto a respeito do assunto:
"Andemos honestamente, como de dia, não em contendas (Rm 13.13)... Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas (Rm 14.1)... me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós (1Co 1.11).... pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? (1Co 3.3)... desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas (1Tm 1.6)... É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras (1Tm 6.4)... Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade (1Tm 6.5)... ordenando-lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam" (2Tm 2.14).
Sendo assim, não faria qualquer sentido a Bíblia nos ensinar tudo o que está do versículo 1 ao 15 de 1 Coríntios 11 só para chegar à conclusão de que não temos o costume de as mulheres cobrirem a cabeça no momento da oração e culto a Deus. A propósito, se a frase "não temos tal costume" tivesse qualquer associação com o que ele discorreu com tantos detalhes anteriormente, teríamos de incluir nisso a ordem estabelecida no versículo 3, ou seja, "Cristo é a cabeça do homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo". Ora, porventura somos ordenados a rejeitar o fato de que Cristo é a cabeça do homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo?
Outra coisa interessante é que a história, mais uma vez, condiz com as Escrituras, pois ficaria sem sentido algum os séculos de "costume" de cristãos do gênero masculino que tiravam o chapéu na hora de orar, expressando respeito à ordem estabelecida por Deus em Sua Palavra. Aliás, ainda podemos ver esse “costume” sendo praticado em muitos lugares, em especial nas ocasiões em que se põe a comida na mesa. Muitos homens (alguns deles nem são cristãos) descobrem a cabeça no momento da refeição, o que vai de encontro com a Ceia do Senhor – com o partir do pão entre os irmãos em uma assembleia. Se para a mulher fosse indiferente orar com a cabeça coberta ou descoberta, então o mesmo deveria valer para o homem. Essa é a conclusão lógica de tudo o que temos aprendido sobre o uso do véu para as mulheres cristãs.
Tenho certeza que a maioria dos ditos cristãos de hoje não darão a mínima importância para o que foi falado aqui. Todavia, o texto sagrado mostra que Deus dá tanta importância ao assunto que Ele não resumiu essas coisas da forma que os opositores da verdade resumem, dizendo que isso é coisa de outra época... de outros povos... para outros fins. Deus poderia simplesmente ter dito: "Todo homem ou mulher que ora ou profetiza, faça do jeito que achar melhor, porque é indiferente cobrir ou não a cabeça". Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, poderia ter escrito simplesmente isso e as árvores teriam agradecido a economia de papel de bilhões de Bíblias com quase trezentas palavras a menos. Mas o que vemos é bem diferente. Deus dá tanta importância a esta ordem que Ele fez questão de nos revelar os detalhes de como colocá-la em prática.
Lembremo-nos de que a salvação é pela graça, mediante a fé em Cristo e no Seu sacrifício consumado no Calvário. Mas não se engane – a verdadeira fé da qual estamos falando resulta em obediência, não em rebeldia e arrogância.
Continua em: Pudor
e Modéstia CristãQUAL A RAZÃO DE SE COBRIR A CABEÇA?
Não são poucas as pessoas que perguntam: "Por que Deus iria querer e ordenar que as mulheres cristãs cobrissem a cabeça? Qual a utilidade disso?". A própria Bíblia responde: "Por causa dos anjos" (1Co 11.10). Deus não apenas nos dá a ordem, como também explica a razão. No verso 10 é dito que a razão é “por causa dos anjos” que as observam. Por não trazerem sobre a cabeça o sinal de poderio, o qual os anjos observam, as mulheres que não cobrem a cabeça quando oram ou tratam das questões de Deus estão desonrando os homens aos quais deveriam estar sujeitas, e fazem isso diante das potestades celestiais que deveriam estar aprendendo por meio da Igreja (Efésios 3.10).
Se fizermos essas mesmas perguntas a um “teólogo”, ele certamente responderá que a passagem foi escrita por causa dos costumes, do lugar, da época, das prostitutas que tinham cabeça rapada, da “aversão de Paulo por mulheres” (essa é até engraçada) e outras explicações espúrias que você certamente já conhece. Mas, se perguntarmos à Palavra de Deus, veremos a resposta no próprio versículo. "Por causa dos anjos". Anjos não seguem a moda, cultura ou costumes; e os anjos não mudaram desde então, embora essas coisas tenham mudado em nossa sociedade.
Deus estabeleceu uma ordem clara ao Seu povo. Homens e mulheres cristãs não podem, de maneira alguma, negligenciar tal mandamento, pois se trata de um mandamento – uma norma claramente estabelecida à Igreja. É muito importante que observemos todo o contexto da passagem que trata da questão do uso do véu, pois assim saberemos por que essa ordem se encontra ali e entenderemos a razão de ser uma norma para toda a era da Igreja:
“Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo. Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça. Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu. O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos. Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus. Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta? Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido? Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu” (1 Coríntios 11.3-15).
Dentro da ordem que Deus estabeleceu, o homem que cobre a cabeça quando ora desonra sua cabeça, que é Cristo. A mulher que não cobre sua cabeça quando ora desonra sua cabeça que é o homem (1Co 11.3‑5). O homem é a glória de Deus e a mulher é a glória do homem.
Bruce Anstey explica:
“O ato de descobrir a cabeça por parte dos irmãos e o de cobrir a cabeça por parte das irmãs são demonstrações dos princípios envolvidos na confissão cristã. O Apóstolo mostra no início do capítulo que no cristianismo a cabeça do homem representa Cristo. Paulo diz: "Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo" (1Co 11.3). Em seguida ele mostra que, por esta razão, os irmãos devem descobrir a cabeça quando tratam das coisas divinas. Ao fazerem assim eles reconhecem que toda glória pertence a Cristo. Trata-se de um ato deliberado de testemunho da parte dos irmãos, e reflete nosso desejo de conceder toda glória a Cristo, nossa Cabeça viva no céu. Paulo diz: "O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem" (1Co 11.7). Esta atitude glorifica a Cristo e deve ser feita tendo isto em vista.
Por outro lado, no cristianismo a mulher representa a glória do homem. Ali diz: "O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio [autoridade], por causa dos anjos" (1Co 11.7-10). O cabelo da mulher é um sinal da glória natural do primeiro homem. O cabelo é seu véu permanente de beleza e glória (1Co 11.15). O apóstolo ensina que o cabelo da mulher deve ser coberto quando estiverem sendo tratadas as coisas divinas, por causa do que o cabelo representa. Quando as irmãs usam uma cobertura na cabeça, elas estão proclamando o fato de que não reconhecemos o primeiro homem como tendo qualquer lugar no cristianismo. Trata-se de uma confissão de que o homem e sua glória não têm lugar nas coisas divinas” (Bruce Anstey – “A Ordem de Deus”).
Por meio desse ensino, a Escritura nos mostra que os cristãos são um espetáculo divinamente preparado: Os anjos estão aprendendo a sabedoria de Deus em Seu agir entre os cristãos na terra (1Co 4.9; Ef 3.10).
Essa é a beleza do cristianismo: Temos um "culto racional" (Rm 12.1). Quando entendemos a razão de Deus nos dar uma ordem, nossa obrigação é obedecer a Sua Palavra, e podemos fazer isso de forma inteligente e com um propósito. Isso se contrapõe completamente ao culto que era oferecido pelos judeus sob a Lei; os israelitas não entendiam muito daquilo que faziam em seu culto a Deus.
DOIS ARGUMENTOS USADOS PARA NÃO SE USAR O VÉU
1 – "Cobrir a cabeça era um costume cultural antigo que não deve ser considerado hoje!"
A Bíblia deixa claro que as coisas que Paulo ensinou em relação ao uso do véu pela mulher não foram reveladas exclusivamente aos Coríntios, mas sim para serem praticadas "em todo o lugar" (1Co 1.2). A maioria dos cristãos hoje não segue esse preceito, geralmente alegando questões culturais. O problema de analisarmos o que nos é ordenado nas epístolas dos apóstolos tendo em vista a cultura, época e situação de cada um acaba por levar a Igreja ao pecado em outras questões, sendo algumas delas muito mais graves. Por exemplo, vemos que em nossa época fica cada vez mais comum coisas como a “prostituição” (sexo fora do casamento) e a homossexualidade. Ambas as coisas são pecados, mas entram em nosso meio através do mesmo subterfúgio usado pelos relativistas que alegam que o uso do véu é uma questão de cultura, circunstância e/ou época.
Em 1 Coríntios 11, ao falar do véu ou cobertura da cabeça da mulher quando ela ora ou “profetiza” (fala das coisas de Deus), a Bíblia diz:
"Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos” (1 Coríntios 11,10).
Fica claro que a Bíblia não diz que essa ordem seria somente para a época dos apóstolos. Se essas coisas fossem apenas para aquela época, ficaria difícil para um “teólogo relativista” explicar a razão pela qual a Igreja observou esse mandamento – de cobrir a cabeça – desde o princípio até cerca de 50 anos atrás. São 1900 anos! Será que a Igreja agiu de maneira errada todo esse tempo?
2 – “Mas o cabelo da mulher é o seu véu!"
Esse é outro argumento estúpido por parte daqueles que se rebelam contra a ordem clara do SENHOR a fim de descartar o uso do véu pela mulher. No verso 15 da passagem é dito que “ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu". Com base nesse único versículo, eles alegam que a mulher já estaria cumprindo com o mandamento do uso do véu se ela possuir cabelos longos, pois, conforme a interpretação desses, os seus cabelos já estariam funcionando como um véu em sua cabeça. Grande engano!
Não obstante, isso não tem nada a ver com o que o apóstolo está dizendo na respectiva passagem. Nesse verso são mencionadas duas coberturas, e não somente uma. Paulo propositalmente usa duas palavras diferentes para distinguir as duas coisas. Infelizmente, na maioria das traduções isso não está indicado, e, por essa razão, o leitor acaba concluindo, muitas vezes de forma sincera, que o cabelo é uma cobertura suficiente para a mulher. Mais uma vez teremos que recorrer ao idioma original em que o Novo Testamento foi escrito para entendermos melhor esses detalhes.
DUAS PALAVRAS-CHAVES
No grego koiné, que é a tradução original do Novo Testamento, a palavra "cobrir", nos versículos 4 a 6, é diferente da palavra usada no versículo 15. No versículo 15 a palavra original é “peribolaiou” e indica o cabelo enrolado em torno da cabeça. Na linguagem moderna seria o equivalente a um penteado ou algo semelhante. Portanto, o cabelo da mulher é um véu (ou cobertura) de glória e beleza que a natureza lhe concedeu.
Todavia, a palavra que aparece do verso 4 ao 6 não é “peribolaiou”, e sim “katakalupo”, que indica uma cobertura artificial para o cabelo – algo como um chapéu, lenço etc. É por essa razão que não existe fundamento para a ideia de que a mulher não precisa usar uma cobertura sobre a cabeça quando ora ou trata das questões de Deus, seja em público ou em particular.
Alguns argumentos são levantados por pessoas sinceras e outros são levantados por pessoas que querem fazer a sua própria vontade; e são exatamente esses argumentos (do segundo grupo) que acabam se mostrando ridículos a tal ponto que nem mesmo merecem ser levados a sério. A ideia de que o próprio cabelo da mulher satisfaz a ordem de cobri-lo é um exemplo disso. Se o cabelo é a cobertura a qual a passagem se refere, então os homens também trariam, por natureza, uma cobertura, pois eles têm cabelo tanto quanto as mulheres!
Para dificultar ainda mais a coisa, vale uma pergunta que deixará qualquer “metido à teólogo” de cabelo em pé: Se o cabelo das irmãs já representa, por si mesmo, a cobertura para a cabeça em 1 Coríntios 11, como poderiam os irmãos orarem e profetizarem em obediência à Palavra de Deus se estiverem impedidos de ministrar a Palavra com a cabeça coberta? (1Co 11.4). Será que Paulo desejava que todos os irmãos que ministram a Palavra na reunião tivessem a cabeça raspada? É óbvio que aqueles dentre os opositores do “uso do véu” que forem sinceros dirão que isso não faz qualquer sentido. Mas aqueles que se mostram irredutíveis diante da ordem de Deus irão ranger seus dentes e não darão o braço a torcer, embora não possuam nada para argumentar, senão os velhos xingamentos de sempre. Que tal mais uma pergunta para os embaraçar ainda mais? Se os opositores do “uso do véu” acreditam que o cabelo seja um véu, por que não raspam a cabeça? Eu nunca presenciei sequer um grupo de cristãos que faça isso. Evidentemente, não é de cabelo natural que a passagem está tratando ao falar do véu.
"LEVANDO O SEU VITUPÉRIO"
Ao observarmos na Bíblia o lugar e ministério das irmãs na Igreja, tendo em vista o declínio do testemunho cristão nos últimos dias, fica bastante óbvio que a recusa das mulheres em aceitar o lugar que Deus lhes designou é apenas mais uma evidência do grande abandono da verdade por parte da Igreja. Jesus nunca disse que a Igreja se tornaria uma religião oficial no mundo e que este mundo seria um lugar genuinamente cristianizado. Como já fora tratado no capítulo 1 deste livro, onde falamos sobre a Igreja e a falha em seu testemunho, a história é bem diferente de acordo com a Escritura. O testemunho da Igreja falhou, assim como aconteceu com Israel na antiga dispensação.
O problema disso – e de muitos outros assuntos que tratamos neste livro – é que os cristãos não querem levar o vitupério ou a vergonha que está associada à prática do cristianismo bíblico. Como consequência, eles inventam todo tipo de desculpas para não seguirem as simples ordens da Palavra de Deus, as quais, em sua maioria, não precisam que um “expert” em hebraico ou grego interprete para nós.
Aqueles que atenderem à exortação "saiamos, pois, a Ele fora do arraial" irão levar "Seu vitupério", "vergonha", "rejeição" (Hb 13.13). Não há como escapar disso; não há atalhos para seguir a Cristo do modo como está expressamente ordenado na Santa Escritura. O cristianismo normal é assim. Devemos, por temor e tremor diante de Deus, estar preparados para aceitar e nos submetermos aos Seus mandamentos. Se por um lado podemos ser envergonhados por causa do nome do Senhor Jesus, por outro teremos também um senso de Sua aprovação em nossa alma. Isso porque existe um gozo na senda de se fazer a vontade de Deus, gozo este que só é conhecido daqueles que caminham nela: "Deleito-me em fazer a Tua vontade, ó Deus meu" (Sl 40.8; Jr 15.16).
O COSTUME ERA DE NÃO SER CONTENCIOSO OU DE NÃO COBRIR A CABEÇA?
"Se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus" (1 Coríntios 11.16).
Maior parte dos cristãos professos hoje lê os versos sobre a mulher cobrir a cabeça (e o homem descobrir) quando ora ou fala da Palavra de Deus, e não concorda, concluindo erroneamente que as igrejas de Deus da era apostólica não tinham esse costume de as mulheres cobrirem a cabeça (e os homens descobrirem).
Mario Persona comenta sobre essa confusão interpretativa:
“Essas pessoas olham para 1 Coríntios 11.16 e pensam que a palavra "costume" se refere a cobrir (ou descobrir) a cabeça. Ali diz: "Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus". É fácil perceber a que "costume" Paulo se referia se você trocar a expressão "ser contencioso" por "cuspir no prato". Então ficaria assim: "Se alguém quiser cuspir no prato, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus". De que "costume" então o apóstolo estaria falando? De homens não cobrirem a cabeça e mulheres cobrirem, ou de "ser contencioso"?
O mesmo apóstolo Paulo, chamado de machista por alguns, escreveu:
"Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, MUITO MAIS AGORA NA MINHA AUSÊNCIA, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade. Fazei tudo sem murmurações NEM CONTENDAS, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente” (Fp 2:12-16).
Nesta passagem é possível ver seu uso da palavra "contendas" associado à não obediência da doutrina que lhe foi dada pelo Espírito Santo. Portanto, não faria sentido ele falar tudo aquilo sobre o homem orar com a cabeça descoberta para chegar no final e dizer que não havia esse costume nas igrejas de Deus. Ah, me desculpe! O assunto era a mulher cobrir a cabeça. Mas aí, se era desse "costume" que Paulo estaria falando não ter, como ficaria o ensino sobre o homem descobrir a cabeça quando ora ou profetiza? Seria isso também um costume que nem ele e nem as igrejas de Deus teriam? Ou será que o "não temos tal costume" estaria associado ao "contender"?
Basta consultar uma professora de português para ela dizer a você que a frase "nós não temos tal costume" está diretamente relacionada ao que o apóstolo disse imediatamente antes, "se alguém quiser ser contencioso" (1Co 11.16). Ou seja, “como cristãos não temos o costume de sermos contenciosos” (Mario Persona – O que Respondi – A mulher que ora sem véu ou sem cobrir a cabeça está salva?”).
Vamos fazer o seguinte para facilitar ainda mais essa questão da frase “não temos tal costume” de 1 Coríntios 11.16. Abaixo eu tecerei vários trechos de passagens bíblicas que deixam isso tão claro que fica impossível um cristão honesto negar o que fora exposto a respeito do assunto:
"Andemos honestamente, como de dia, não em contendas (Rm 13.13)... Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas (Rm 14.1)... me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós (1Co 1.11).... pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? (1Co 3.3)... desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas (1Tm 1.6)... É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras (1Tm 6.4)... Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade (1Tm 6.5)... ordenando-lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam" (2Tm 2.14).
Sendo assim, não faria qualquer sentido a Bíblia nos ensinar tudo o que está do versículo 1 ao 15 de 1 Coríntios 11 só para chegar à conclusão de que não temos o costume de as mulheres cobrirem a cabeça no momento da oração e culto a Deus. A propósito, se a frase "não temos tal costume" tivesse qualquer associação com o que ele discorreu com tantos detalhes anteriormente, teríamos de incluir nisso a ordem estabelecida no versículo 3, ou seja, "Cristo é a cabeça do homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo". Ora, porventura somos ordenados a rejeitar o fato de que Cristo é a cabeça do homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo?
Outra coisa interessante é que a história, mais uma vez, condiz com as Escrituras, pois ficaria sem sentido algum os séculos de "costume" de cristãos do gênero masculino que tiravam o chapéu na hora de orar, expressando respeito à ordem estabelecida por Deus em Sua Palavra. Aliás, ainda podemos ver esse “costume” sendo praticado em muitos lugares, em especial nas ocasiões em que se põe a comida na mesa. Muitos homens (alguns deles nem são cristãos) descobrem a cabeça no momento da refeição, o que vai de encontro com a Ceia do Senhor – com o partir do pão entre os irmãos em uma assembleia. Se para a mulher fosse indiferente orar com a cabeça coberta ou descoberta, então o mesmo deveria valer para o homem. Essa é a conclusão lógica de tudo o que temos aprendido sobre o uso do véu para as mulheres cristãs.
Tenho certeza que a maioria dos ditos cristãos de hoje não darão a mínima importância para o que foi falado aqui. Todavia, o texto sagrado mostra que Deus dá tanta importância ao assunto que Ele não resumiu essas coisas da forma que os opositores da verdade resumem, dizendo que isso é coisa de outra época... de outros povos... para outros fins. Deus poderia simplesmente ter dito: "Todo homem ou mulher que ora ou profetiza, faça do jeito que achar melhor, porque é indiferente cobrir ou não a cabeça". Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, poderia ter escrito simplesmente isso e as árvores teriam agradecido a economia de papel de bilhões de Bíblias com quase trezentas palavras a menos. Mas o que vemos é bem diferente. Deus dá tanta importância a esta ordem que Ele fez questão de nos revelar os detalhes de como colocá-la em prática.
Lembremo-nos de que a salvação é pela graça, mediante a fé em Cristo e no Seu sacrifício consumado no Calvário. Mas não se engane – a verdadeira fé da qual estamos falando resulta em obediência, não em rebeldia e arrogância.
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