“Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o
verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão
sobre ele. Sim. Amém” (Apocalipse 1.7).
A parte do versículo que mais gera discussão é: “todo olho o verá, até
os mesmos que o traspassaram”. Isso acontece porque muitos ainda não
compreendem que “todo o olho o verá” não significa que isso acontecerá tudo de
uma só vez. Isso não acontecerá de forma simultânea, mas progressiva. A Bíblia
diz que Jesus virá com as nuvens do céu, exatamente como os discípulos o viram
subir quando estavam no Monte das Oliveiras. Todavia, esse processo será
gradual e pouco a pouco as pessoas comparecerão ao evento de Sua presença na
terra – mais precisamente no Monte das Oliveiras, que é de onde Ele subiu para
o céu da primeira vez, e isso será explicado mais à frente.
Em Mateus 25 constatamos que esse evento é chamado de Julgamento das Nações
devido ao modo como elas se comportaram em relação aos seus “pequenos irmãos”, os judeus. O panorama
completo da profecia da Segunda Vinda nos mostra que diferentes juízos irão
cair em diferentes partes do mundo naquele momento: Primeiro Jesus irá tratar,
de forma privativa, com o Seu povo Israel – os judeus –, representados pelas duas
tribos: Judá e Benjamim.
A Bíblia nos fornece uma figura disso na maneira como José, um tipo de Cristo
no Reino, se revelou a seus irmãos. “Então José não se podia conter
diante de todos os que estavam com ele; e clamou: Fazei sair daqui a todo o homem;
e ninguém ficou com ele, quando José se deu a conhecer a seus irmãos” (Gênesis
45.1). Da primeira vez, Cristo “veio para o que era seu (os judeus), e
os seus não o receberam” (João 1.11), e só depois disso Ele passou a
tratar com as demais nações do mundo. Da mesma maneira isso acontecerá em Sua
Segunda Vinda. Primeiro Ele tratará com o Seu povo Israel e, em segundo lugar,
com os pagãos.
A dificuldade com a interpretação desse evento começa quando as pessoas associam
o versículo de Apocalipse 1.7 a uma outra passagem de Mateus 24, a qual parece
falar de uma “manifestação gloriosa”, como aquelas que os artistas costumam
pintar em quadros ou as imagens que são publicadas em revistas de seitas como “Testemunhas
de Jeová” e “Adventismo do Sétimo Dia”. Nessas imagens mirabolantes há
multidões olhando para uma imagem de Jesus descendo das nuvens abertas e
cercado de raios de luz e anjos tocando trombetas. Obviamente, pessoas que
passaram a vida sendo condicionadas a verem essas imagens como legítimas acabam
achando que, para o mundo inteiro enxergar a Segunda Vinda de Jesus, a terra
teria de ser plana e não esférica, ou com transmissão global de TV via
satélite, o que condicionaria a vinda de Cristo à invenção da TV, satélites,
repórteres etc.
À parte dessas questões inventadas pelo misticismo moderno, vamos à passagem:
“Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais. Eis que
ele está no interior da casa; não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago
sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho
do homem. Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias... Então
aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se
lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
grande glória” (Mateus 24.28-30).
Esta passagem começa falando dos falsos anúncios da volta de Cristo que poderão
confundir o remanescente judeu fiel que irá se converter nos períodos mais
difíceis da Grande Tribulação. Neste capítulo 24 de Mateus a Igreja já terá
sido arrebatada ao céu anos antes, e, se você não entende o arrebatamento ou as
diferentes dispensações das Escrituras, terá de aprender isso, pois são coisas
fundamentais para se compreender a profecia bíblica. As palavras “relâmpago”,
“ocidente” e “oriente” significam que a vinda de Jesus será inquestionável, porém,
com foco no juízo que Ele traz consigo. O “relâmpago” nos fala de um juízo
rápido. Quando um raio cai sobre uma árvore, ela é queimada imediatamente.
Águias ou aves de rapina têm o mesmo sentido de juízo rápido sobre os cadáveres
— homens com aparência de que vivem, mas que estão mortos espiritualmente. Em
suma, a volta de Cristo para julgar as
nações será inequívoca, e seu juízo rápido como um raio do qual ninguém escapará.
ONDE E COMO JESUS VIRÁ EM SUA SEGUNDA
VINDA?
Para saber onde e como Ele virá em Sua Segunda Vinda após a Tribulação de sete
anos, é preciso consultar a Bíblia para ver de onde e como Ele partiu ao
despedir-se dos discípulos no Jardim das Oliveiras após Sua ressurreição.
“E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o
recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu,
enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de
branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o
céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.
Então voltaram para Jerusalém, do monte
chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do
caminho de um sábado” (Atos 1.9-12).
Se Atos 1.9-12 fala da subida de Jesus, Zacarias 14.4 fala da descida:
“E naquele dia estarão os seus pés sobre
o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo
meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade
do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul” (Zacarias 14.4).
Aqui será o momento do encontro com “a casa de Davi”, enquanto as
outras tribos ainda estarão para ser recolhidas pelos anjos. Jesus será visto,
primeiramente, por aqueles que o pregaram na cruz. Essas pessoas não serão as
mesmas de sua época na terra, mas serão os descendentes daqueles que há dois
mil anos disseram: “O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mateus
27.25).
Em Zacarias 12.10, onde se encontra uma das profecias da Segunda Vinda de
Jesus, vemos mais detalhes desse encontro: “Mas sobre a casa de Davi, e
sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas;
e olharão para mim, a quem traspassaram; e prantea-lo-ão sobre ele, como quem
pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora
amargamente pelo primogênito” (Zacarias
12.10).
Diante dos fatos expostos, vemos como é importante conhecer as dispensações da
Bíblia, o arrebatamento da Igreja e o panorama de toda a profecia para entender
a segunda vinda de Jesus para reinar sobre a terra, o que só irá ocorrer após a
Tribulação de sete anos na terra (Septuagésima Semana de Daniel). Se não tivermos
um entendimento claro dessas dispensações, podemos ser enganados pela visão
reducionista das seitas religiosas normalmente propagada pelo denominacionalismo
católico e evangélico. Muitas dessas religiões nem mesmo conseguem distinguir a
diferença entre o arrebatamento da Igreja
e a segunda vinda de Jesus. A
manifestação de Cristo para restabelecer o Seu reino em Sua segunda vinda
acontecerá no mínimo sete anos após o arrebatamento. Durante esse intervalo
entre o arrebatamento e a segunda vinda haverá a Tribulação e a Grande
Tribulação. Como já fora dito, a manifestação de Cristo na terra tem uma
sequência que começa com Sua aparição em particular aos judeus, levando-os a
sair pela terra para dar a boa notícia de que Cristo, o Rei de Israel, voltou.
A propósito, é disso que fala a passagem de Isaías 52.6-8, a qual temos o
costume de usar como exemplo de evangelização. No entanto, sua aplicação
primária é profética. Vejamos:
“Portanto o meu povo saberá o meu nome; pois, naquele dia, saberá que sou eu
mesmo o que falo: Eis-me aqui. Quão formosos são, sobre os montes, os pés do
que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz
ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina! Eis a voz dos teus
atalaias. Eles alçam a voz, juntamente exultam; porque olho a olho verão, quando
o Senhor fizer Sião voltar” (Isaías 52.6-8).
Continua em: Qual
o significado da Besta e do 666 em Apocalipse?
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