“Ai
daqueles que desejam o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor?
Será de trevas e não de luz” (Amós 5.18).
O “dia do Senhor” é justamente o
dia do seu julgamento sobre as nações (gentios), quando Ele voltar em sua
segunda vinda com a Igreja dos céus. É neste evento que ocorre a separação entre bodes e ovelhas – os
bodes representam aqueles que serão mortos para aguardarem o Juízo Final (o
Grande Trono Branco – Ap 20.10-15), enquanto as ovelhas são mantidas vivas para
entrarem no reino milenar de Cristo (Mt 25.31-46). A Igreja não participa deste
julgamento, pois já estará no céu com Cristo sete anos antes e voltará com Ele
para reinar dos céus no reino milenar. Ela também não participa do Grande Trono
Branco, pois já está salva antes mesmo da fundação do mundo. A ira do Senhor
jamais cairá sobre a Sua Igreja, pois Cristo disse que não há condenação para a
Igreja, já que ninguém pode tirá-la de Suas mãos (Jo 10.28). Ou seja, a Igreja
não participa do Julgamento das Nações, nem do Juízo Final, mas apenas do
Tribunal de Cristo, que não tem caráter condenatório. O Tribunal de Cristo é
somente para os crentes, que participarão deste “julgamento de obras” quando
estiverem no céu (2Co 5.10). Em 1 Coríntios 3.12-15 Paulo fala mais desse
tribunal que não tem caráter condenatório, mas de apreciação das obras
praticadas pelo crente. É algo parecido com um concurso de pintura, onde o que
está sendo julgado não é o pintor, mas a qualidade de seu trabalho. Essa
passagem nos ensina de forma clara que até mesmo aquele que não fez obra alguma
digna de ser aproveitada SERÁ SALVO. Ou seja, a Igreja não tem participação em
nenhum evento onde há juízo ou condenação, seja no Julgamento das Nações
(segunda vinda), seja no Grande Trono Branco (Juízo Final).
Muita gente pensa que o "dia do Senhor" é um dia santo para
adorá-lo, e alguns pensam ser o domingo, por ser o primeiro dia da semana do
nosso calendário e porque os apóstolos tiveram a iniciativa de estabelecer o
primeiro dia da semana para culto, adoração e ministério. Tem gente que pensa
que o "dia do Senhor" é o sábado devido ao sábado dos judeus no
Antigo Testamento. Mas a extravagância no erro de interpretação bíblica se dá
mesmo ao pensar que o “dia do Senhor” é o arrebatamento da Igreja. Todos esses
pensamentos a respeito do “dia do Senhor” estão errados, mas quando se diz que
o “dia do Senhor” se trata do arrebatamento, fica difícil de se suportar. Esta
é a pior das conclusões.
Muitos religiosos, em especial os teólogos do pacto e seus seguidores,
pensam que o “dia do Senhor” é o arrebatamento da Igreja. Não há, entretanto,
qualquer Escritura para isso. Toda vez que a Bíblia se refere ao "dia do
Senhor", ela está falando do tempo do Julgamento das Nações, que ocorre na
segunda vinda de Jesus com sua Igreja já arrebatada, onde bodes e ovelhas são
separados – os bodes são mortos neste julgamento e as ovelhas são mantidas
vivas para entrarem no reino milenar de Cristo. “O dia do Senhor” é um dia de
julgamento que começará na Aparição de Cristo, no final da Tribulação. No tempo
da Tribulação, a Igreja não estará aqui, pois já terá sido arrebatada ao céu sete
anos antes (1Ts 4.17; Ap 3.10). Naquele tempo, quando o Senhor descer pela
segunda vez com sua Igreja, Ele intervirá publicamente sobre os caminhos do
homem, firmando seu poder universal e domínio sobre os céus e a Terra. “O dia do Senhor” continuará durante
todo o período de 1.000 anos do reino de Cristo, quando (no fim do dia do
Senhor) os céus e a Terra se desfarão (2Pe 3.8-10).
Um erro muito comum é usar 2
Tessalonicenses 2.2-3 para afirmar que o “dia do Senhor” é
o arrebatamento. Vejamos o contexto: “Não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis,
quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o
dia de Cristo estivesse já perto [o dia do Senhor é presente – JND]. Ninguém, de maneira
alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha [sem
que tenha vindo primeiro – JND] a apostasia e se
manifeste [e tenha se manifestado – JND] o homem
do pecado, o filho da perdição”. Estes versículos têm sido tomados erroneamente
para significar que o dia que o Senhor vem para Sua Igreja (o arrebatamento)
não acontecerá até que o Anticristo e a apostasia durante a grande tribulação
tenham se manifestado. Como o Anticristo se levanta na Tribulação, e o “dia
do Senhor” acontece depois disso, então os teólogos do pacto e seus
seguidores pensam que a Igreja terá que estar na Tribulação.
O erro aqui é supor que “o dia do Senhor” é o arrebatamento.
A Escritura diz que o “dia do Senhor” começa na Aparição de
Cristo (segunda vinda) e não no arrebatamento. Ela diz: “antes de chegar gloriosamente o grande dia
da Aparição do Senhor” (Atos 2.20 – JND).
Há pelo menos 20 referências ao “dia do Senhor” na Palavra
de Deus. Algumas delas se referem ao seu começo, na Aparição de Cristo (2Ts
2.2; 2Pe 3.10; 1Ts 5.2, etc.). Outras referências são advertências de esse dia
estar “perto”, indicado pelo ataque do rei do norte, o qual
acontecerá logo antes do início desse dia (Jl 1.15; 2.11; Sf 1.7-20; Zc 14.1-2,
etc.). Mas não há sequer um registro bíblico dizendo que o arrebatamento dos
santos ocorre no “dia do Senhor”. Se os que discordam disso
insistirem que o Senhor leva a Igreja ao céu no dia do Senhor, então apresentem
as bases bíblicas que atestam essa premissa. Tais suposições são resultado de
não se examinar cuidadosamente as Escrituras (At 17.11; 2Tm 2.15).
O “dia do Senhor” é um período de julgamento que
começa na Aparição de Cristo (2Pe 3.4, 8-10); ele não começa no arrebatamento.
O “dia do Senhor” é o período quando Cristo irá publicamente
intervir nos caminhos do homem na Terra, afirmando seu poder universal e
autoridade em julgamento. Esse dia irá se estender por 1.000 anos (2Pe 3.8-10 –
o Milênio). No arrebatamento, o Senhor não estabelecerá publicamente seus
direitos na Terra, intervindo em julgamento; Ele levará a Igreja para o céu e
deixará o mundo continuar com seu mal, momento em que o mundo ocidental
receberá o Anticristo. O arrebatamento nunca é visto como um dia de julgamento
para este mundo, mas como o momento em que o Noivo e a noiva são alegremente
unidos.
Entendendo essas coisas simples e básicas a respeito do “o dia do
Senhor”, poderemos ver imediatamente que Paulo não estava falando sobre o arrebatamento
em 2 Tessalonicenses 2.2-3. Ele estava mostrando aos Tessalonicenses que “o
dia do Senhor” e os julgamentos que o acompanhavam não poderiam estar
presentes entre eles, pois o surgimento do Anticristo e a grande apostasia da
Cristandade professa tinham que acontecer antes.
Infelizmente, há pessoas que ainda estão propondo o mesmo erro que estava incomodando
os tessalonicenses. Eles estão perturbando os cristãos, dizendo-lhes que
deveriam se preparar para a Tribulação porque a Igreja irá passar por ela.
Ironicamente, esses hereges estão usando hoje os mesmos três métodos
(em princípio) para proporem seu erro, assim como os falsos mestres estavam
fazendo nos dias de Paulo! Senão, vejamos:
• Primeiro, “por
espírito” (vs. 2) – os falsos mestres reivindicavam que tinham
recebido uma revelação espiritual dada a eles pelo Senhor.
• Segundo, “por
Palavra” (vs. 2) – os falsos mestres estavam aplicando erradamente a
Escritura do Velho Testamento para apoiar seus ensinamentos heréticos.
• Terceiro, “por
epístola, como que de nós” (vs. 2) – isto é, eles, na realidade,
tinham ido tão longe a ponto de produzirem uma epístola com suas ideias
heréticas nela e dizendo que a epístola era de Paulo.
Aqueles que ensinam essas falsas doutrinas também dizem que receberam isso
por meio de alguma revelação especial de Deus. Estão também tentando usar as
Escrituras para apoiarem suas ideias e estão usando inclusive o ministério de Paulo
(tal como nesta passagem), dizendo que ele ensinava que a Igreja deveria passar
pela Tribulação.
Outra razão pela qual essa interpretação é incorreta é que ela destrói a
iminência da vinda do Senhor para arrebatar sua amada Igreja nos ares (1Ts 4.16-17).
A vinda do Senhor para levar sua Igreja para o céu (o arrebatamento) está
sempre presente na Escritura como algo que poderia acontecer a qualquer
momento. Os que pensam que a Igreja deva passar pela Tribulação depreciam a
ideia de que Ele poderia vir a qualquer momento, pois pensam que isso é uma
violação direta da interpretação deles a respeito de 2 Tessalonicenses 2.2-3,
que afirma que o Anticristo tem que surgir antes. Entretanto, Paulo e os outros
apóstolos se esforçavam para colocar a proximidade da vinda do Senhor diante da
Igreja de modo que isto seria uma esperança presente. Paulo disse: “Mas a nossa cidade (ou cidadania) está nos
céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que
transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o Seu corpo glorioso” (Filipenses
3.20-21). Ele também disse: “Porque
ainda um poucochinho de tempo, e O que há de vir virá, e não tardará” (Hebreus
10.37). “Porque a nossa salvação
está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. A noite é passada,
e o dia é chegado” (Romanos 13.11-12). “Isto, porém, vos digo, irmãos: que o tempo
se abrevia” (1 Coríntios 7.29). “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de
arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão
primeiro; Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com
eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares” (1 Tessalonicenses
4.16-17). Neste último versículo, Paulo se coloca entre os que estão esperando
pela vinda do Senhor, quando diz “nós” (Veja também 1Co 15.51-52
– “nós”). Isso era algo que ele esperava mesmo naqueles dias do início
da Igreja. Tiago também disse: “Porque já a
vinda do Senhor está próxima” (Tiago 5.8 ). Pedro disse: “Eis que já está próximo o fim de todas as
coisas” (1 Pedro 4.7). João disse: “Filhinhos, é já a última hora” (1 João 2.18). Isto mostra
que os apóstolos ministraram de tal modo que colocavam, diante deles, a vinda
do Senhor para arrebatar a Igreja como algo iminente. Este evento está para
ocorrer a qualquer momento.
Ensinar que alguns eventos devem acontecer antes que o Senhor venha nos
arrebatar nos ares, tais como a revelação do Anticristo e os horrores da Tribulação
(Mt 24), seria uma direta contradição ao ensino dos apóstolos. Destruiria a
iminência da “bendita esperança” (Tt
2.13 – ARA).
O triste efeito de tirar a “bendita esperança” da Igreja
irá fazer com que nos acomodemos neste mundo. Isto é exatamente o que aconteceu
em grande medida. É essencialmente dizer: “O meu Senhor tarde virá” (Mateus 24.48). Por esta mesma
razão, o Senhor nunca nos disse quando iria retornar, mas
disse: “Certamente cedo venho” (Apocalipse
22.20).
O teste para todo ministério é: “Ele ocupa o coração com Cristo?”. Esse
tipo de ensino errôneo a respeito do “dia do Senhor”, que leva ao entendimento
errado de que a Igreja passaria pela Tribulação, faz qualquer coisa, menos isso!
Ao invés de levar as pessoas a esperarem pela vinda de Cristo, leva os santos a
esperarem pelas coisas em volta no mundo – pelo Anticristo, etc. A Igreja é
para estar esperando a vinda de Cristo, não a vinda do Anticristo.
Continua em: Quem
são os Bodes e Ovelhas de Mateus 25?
Para voltar ao início do livro, clique aqui:
SUMÁRIO - O
EVANGELHO sem Disfarces
Acesse meu blog principal – JP Padilha – clicando
aqui:
http://jppadilhabiblia.blogspot.com/
– JP Padilha | O Evangelho Sem Disfarces
– Fonte 1: Facebook JP Padilha
– Fonte 1: Página JP Padilha
– Fonte 2: https://jppadilhabiblia.blogspot.com/
– Fonte 3: https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário