quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O verdadeiro significado de "Apostasia" em 2 Tessalonicenses 2.3

Grande parte dos cristãos professos costuma pensar que antes do arrebatamento ocorrer e os crentes se reunirem a Jesus nos ares será necessário que ocorra uma grande rebelião de cristãos professos contra o evangelho. Tal crença é baseada em 2 Tessalonicenses 2.3, que diz: "Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição".

Todavia, a palavra "apostasia" nunca foi traduzida nas bíblias antigas no sentido de "abandono da fé". Somente com o advento da Bíblia King James é que esse sentido passou a ser adotado por muitos crentes, sem que eles soubessem que não há razão alguma para aplicar esse sentido ao termo “apostasia”. Infelizmente, porém, a bíblia King James Version teve uma influência tão grande que até mesmo os léxicos do Novo Testamento passaram a definir "apostasia" como mero "abandono da fé".

A verdade, contudo, é que a palavra "apostasia" significa apenas "Partida". Ou seja, somente o contexto de uma determinada passagem pode definir se o termo “apostasia” se trata de uma partida em que uma pessoa abandona algo bom ou algo ruim. Assim, a ideia de que a "partida" citada em 2 Tessalonicenses 2.3 signifique “abandono da fé” resulta de um trabalho de dedução e não de tradução.

Em contraste com o entendimento negativo de que o termo signifique somente “abandono da fé”, está o fato de que a hermenêutica nos mostra que o verbo que está na raiz da palavra "apostasia" é aphistemi, que ocorre quinze vezes no Novo Testamento e significa simplesmente "partir" (ou “ir embora”). Temos exemplos disso em Lucas 2.37, 4.13 e em Atos 12.10, versículos que retratam a ação de ir embora, partir ou deixar um lugar ou alguém.

Portanto, em 2 Tessalonicenses 2.3 podemos constatar com veemência que Paulo está lembrando os crentes de Tessalônica que a Segunda Vinda do Senhor não ocorrerá sem que antes ocorra a "partida", isto é, o arrebatamento da igreja, o que ocorrerá bem antes da segunda vinda de Jesus para reinar na terra. Tudo isso confirma a posição dispensacional da Bíblia.

O artigo definido acoplado ao termo "apostasia" no texto em pauta aponta para o fato de que a partida de que Paulo falava era algo com que os tessalonicenses já estavam familiarizados. Do mesmo modo, a menção da "nossa reunião com Ele" no verso 1 cria um contexto em que a noção de "partida" da Igreja se encaixa melhor ao assunto tratado do que a ideia de "abandono da fé".

Portanto, o sentido de “Apostasia” em 2 Tessalonicenses 2.3 está relacionado à nossa partida para o céu, quando o Senhor Jesus vier nos ares para nos arrebatar antes que ocorra a tribulação sobre a terra. Mais um ponto para a visão dispensacional das Escrituras.

Continua em: Como será a Segunda Vinda de Jesus?

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terça-feira, 20 de outubro de 2020

O Ministério das Mulheres na Obra do Evangelho

Muitos crentes professos não aceitam o lugar em que Deus colocou a mulher na Igreja e pensam que esses papéis e dons deveriam ser como os dos homens. Essas pessoas alegam que o que está restrito aos homens na obra do Evangelho, como por exemplo o ministério do ensino da Palavra e da autoridade dentro da congregação, depende da cultura e do tempo em que vivemos. Tais relativistas dizem: “Hoje não precisamos seguir o que está na Bíblia; a mulher pode sim exercer um ofício que não foi dado explicitamente pelas Escrituras Sagradas; ela pode falar na congregação, mesmo Deus tendo dito na Bíblia que ela deve ficar calada na Igreja e só fazer perguntas ao próprio marido em casa".

Ora, quanto a isso, a Bíblia é explícita: “As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja. Porventura saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós? Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (1 Coríntios 14.34-37).

Como já fora provado aqui, com relação ao lugar da mulher na congregação dos santos, “se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (cf. 1 Coríntios 14.34-37). Ou seja, é mandamento do SENHOR; não uma sugestão passível de épocas e tradições. A Bíblia não segue nossos padrões de cultura, nem está aquém do pensamento secular que circunda as mentes cauterizadas do sistema religioso criado pelos homens. Não interessa o que nós achamos; o que interessa é o que a Palavra de Deus diz.

Porém, o fato da mulher não poder exercer papel de homem, não significa que ela não tenha o seu papel na Igreja de Deus. Muito pelo contrário: Ela tem muito a fazer – talvez até mais do que o homem, como veremos à frente. Sendo assim, voltemos nossos olhos para o ministério das mulheres na obra do evangelho sob a ótica da Escritura, com base na doutrina dos apóstolos, pois é ali que está o nosso sistema de doutrina, e não no Velho Testamento. Joguemos no lixo todo o pensamento baseado em tradições humanas. Vamos, agora, procurar nos versículos bíblicos do Novo Testamento a base para sabermos quais os papeis que podem e devem ser desenvolvidos pelas irmãs na Igreja de Deus.

1 – As Mulheres serviam a Jesus e aos Seus discípulos no Seu Ministério:

"... andava de cidade em cidade, pregando e anunciando... e os doze iam com Ele, e algumas mulheres, que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades; Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios, e Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes e Suzana, e muitas outras que O serviam com as Suas fazendas” (Lucas 8.1-3).

2 – Exercem o Ministério da Hospitalidade:

“E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia. E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso” (Atos 16.14-15).

3 – Devem educar os filhos na Palavra:

“E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Efésios 6.4).

4 – Devem cooperar na expansão do Evangelho:

4.1 – Ensinando as outras mulheres a orarem e a tratarem das coisas divinas com uma cobertura na cabeça, em sinal de reverência aos seus maridos e para servir de exemplo aos anjos, os quais as observam:

“... toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada (...). Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos” (1 Coríntios 11.5,10).

4.2 – Servindo ao Senhor em geral:

A igreja em Roma tinha um bom grupo de cooperadoras. Paulo saúda OITO delas no capítulo 16: Priscila, “cooperadora em Cristo” (v. 3), Maria, “que trabalhou muito por nós” (v. 6), “Trifena e a Trifosa, as quais trabalhavam no Senhor” (v.12a) e também “Pérside, a qual muito trabalhou no Senhor” (v. 12b). “Júlia, a Nereu e a sua irmã, e a Olimpas” (v. 15). As irmãs filipenses eram zelosas cooperadoras de Paulo: “Rogo a Evódia, e rogo a Síntique, que sintam o mesmo no Senhor. E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os meus outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida” (Filipenses 4.2,3).

5 – Ensinam doutrina às mulheres mais novas e lhes ensinam a como se portarem:

“As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem; para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, a serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada” (Tito 2.3-5).

Ao explicar que há um padrão de idade para que a mulher seja considerada viúva, Paulo exorta a Igreja a observar os seguintes requisitos nas mulheres para que sejam aceitas como sendo irmãs em Cristo. Esses requisitos estão descritos em 1 Timóteo 5.9-10:

• Mulher de um só marido, pois o casamento só acaba com a morte de um dos cônjuges (conferir o capítulo 5 – Casamento, Divórcio e Novas Núpcias),
• Tendo testemunho de boas obras,
• Se criou os filhos (Educação bíblica, disciplina, etc),
• Se exercitou hospitalidade,
• Se lavou os pés aos santos,
• Se socorreu os aflitos,
• Se praticou toda a boa obra.

6 – Devem ser caridosas:

“E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia” (Atos 9.36).

7 – Devem ter pudor e modéstia; sua vestimenta deve ser a boa obra e não a sensualidade; elas jamais devem ser sensuais:

“... as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras” (1 Timóteo 2.9,10).

8 – Devem dar testemunho prático de suas boas obras:

“Tendo testemunho de boas obras: Se criou os filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu os aflitos, se praticou toda a boa obra” (1 Timóteo 5.10).

9 – Devem instruir as mulheres mais novas na sã doutrina dos apóstolos:

As irmãs experientes possuem a responsabilidade de serem "Mães na Fé" para instruir as mais novas. Mulheres novas, vindas do paganismo em Éfeso, Creta e outros lugares na época em que Paulo escreveu a Tito, precisavam da melhor instrução possível para uma vida cristã exemplar. Essa necessidade é a mesma hoje! O campo de ensino das mulheres para com suas irmãs compreende todos os níveis e aspectos da vida. Com isso em mente, temos DOZE requisitos que estipulam as regras que compõem a ortopraxia impecável da mulher cristã:

“As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam (1) sérias no seu viver, como convém a (2) santas, (3) não caluniadoras, (4) não dadas a muito vinho, (5) mestras no bem; para que ensinem as mulheres novas a serem (6) prudentes, (7) a amarem seus maridos, (8) a amarem seus filhos, a serem (9) moderadas, (10) castas, (11) boas donas de casa, (12) sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada” (Tito 2.3-5).

Perceba o que a Bíblia está dizendo: A Palavra de Deus está sendo blasfemada quando qualquer uma dessas exigências são descumpridas pela mulher cristã. Isso indica, inexoravelmente, que as normas aqui estabelecidas não se tratam de cultura e época, mas de um princípio imutável para toda a era da Igreja de Deus. Nessa passagem (Tt 2.3-5) encontramos os principais deveres da mulher no Reino de Deus: Deveres sociais, conjugais, diários, domésticos, educadores e pedagogos.

10 – Em 1 Pedro 3.1-6 encontramos mais um compêndio de regras para que as mulheres cristãs sejam exemplos de conduta, servindo de testemunho prático da vida cristã de uma mulher que serve a Deus.

“Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra; considerando a vossa vida casta, em temor. O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos; como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, fazendo o bem, e não temendo nenhum espanto (1 Pedro 3.1-6).

A passagem de 1 Pedro 3.1-6 nos ensina que:

• A mulher cristã está sempre sujeita ao seu marido;
• A mulher cristã não ganha o marido com palavras. Ela ganha seu marido com o seu modo de se comportar, SEM usar palavra alguma.
• A mulher cristã é casta (Tem pureza de alma e de corpo, é recatada, se veste com pudor e modéstia).
• A mulher cristã é temente a Deus.
• A mulher cristã não se preocupa com o enfeite externo, mas sim com o interno – “que é o seu marido encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso”. Essa é a preocupação dela.
• A mulher cristã se espelha nas santas mulheres antigas, que assim se adornavam no espírito.
• A mulher cristã se apoia no exemplo de Sara, a qual obedecia a seu marido Abraão, chamando-lhe de senhor.
• A mulher cristã faz o bem e não o mal.
• A mulher cristã não teme nenhum espanto, pois confia no Seu Senhor.

11 – Servem na obra da Oração:

“... se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos” (1 Coríntios 7.13,14).

“Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos” (Atos 1.14).

“E, considerando ele nisto, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam” (Atos 12.12).

Embora a mulher não tenha autoridade para exercer nenhuma autoridade sobre o homem, seja na congregação ou no lar, ela possui muitos dons dados por Deus para serem exercidos na Igreja. Assim como os homens, toda mulher tem um dom que precisa ser identificado e colocado em prática, para a edificação do Corpo de Cristo. Diferentemente do negativismo e do feminismo criados por tradições e interpretações estapafúrdias das mulheres rebeldes e perniciosas que temos visto por aí, a mulher cristã tem muito a fazer pelo Reino de Deus.

Continua em: Um chamado de Deus às esposas e mães

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sábado, 21 de março de 2020

E quanto aos "mil anos" em Apocalipse 20?

Uma das dificuldades que poderiam ser evitadas na cristandade se o método literal (normal) das Escrituras fosse respeitado é com relação aos números contidos em livros proféticos e principalmente em Apocalipse. Nada precisava ser tão difícil e o livro de Apocalipse não seria tão “temido” por causa da ignorância acerca desse ponto. Falaremos um pouco sobre passagens que contém números que, se fossem levados a sério, em seu sentido normal, muitos males teriam sido evitados ao longo dos séculos na teologia cristã.

A regra básica da hermenêutica da Bíblia determina que os números devem ser aceitos por seu valor real, comunicando uma grandeza matemática, e isso só deve ser ignorado se houver uma evidência substancial que garanta o contrário. E tenha certeza de que a Bíblia lhe mostrará isso, sempre que você estiver diante de um número na Escritura Sagrada. A interpretação literal dos números bíblicos é o ponto de partida para descomplicar vários textos proféticos, doutrinários, poéticos, etc. Essa regra indispensável é encontrada em toda a Bíblia, incluindo em Apocalipse.

Um resumo de números em Apocalipse sustenta isso. Vejamos:

Sete igrejas e sete anjos em Apocalipse 1 referem-se a sete igrejas literais e seus mensageiros. Doze tribos e doze apóstolos referem-se ao real número histórico (Ap 21.11-14). Dez dias (Ap 2.10), cinco meses (Ap 9.5), um terço da humanidade (Ap 9.15), duas testemunhas (Ap 11.3), quarenta e dois meses (Ap 11.2), 1.260 dias (Ap 11.3), doze estrelas (Ap 12.1), dez chifres (Ap 13.1), mil e seiscentos estádios (Ap 14.20), três demônios (Ap 16.13) e cinco reis caídos (Ap 17.9-10), todos usam números em seu sentido normal – literal.

Dos vários números descritos em Apocalipse, somente dois números são usados de forma simbólica: “sete espíritos” em Apocalipse 1.4 e “666” em Apocalipse 13.18.

Portanto, "mil anos" (1.000 anos) em Apocalipse 20 significa exatamente MIL ANOS literalmente. Os mil anos do reinado de Cristo sobre a terra durarão respectivamente MIL ANOS. Durante esses mil anos, satanás ficará preso no abismo.

Os números em Apocalipse, em geral, são literais e não simbólicos, especialmente quando esses números se referem a tempo. É isso que as pessoas precisam entender para uma compreensão sadia das profecias contidas em toda a Escritura.

Em Apocalipse 4–20 existem cerca de vinte e cinco referências de medições de tempo. Apenas duas dessas referências deixam de ser literais, e, mesmo assim, não envolvem números reais:

1 – "O grande dia da ira dEle" (Ap 6.17) provavelmente excederá 24 horas.
2 – "A hora do seu juízo" (Ap 14.7) aparentemente se estende para além de sessenta minutos.

No entanto, não há nada na frase "mil anos" (Ap 20) que sugira uma interpretação simbólica.

Continua em: DOIS POVOS, DOIS EVANGELHOS E DOIS DESTINOS

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sábado, 1 de fevereiro de 2020

Providência de Deus ou Graça Comum?

A teoria da “graça comum” diz que Deus derrama Sua graça sobre salvos e réprobos (perdidos). Mas, será que isso está de acordo com as Escrituras? A ideia de um amor dúbio de Deus por cada indivíduo da humanidade é resultado de um falso ensino soteriológico, muito conhecido como Universalismo ou Graça Comum, que visa unir conceitos arminianos à doutrina bíblica da eleição a fim de promover a confortável “paz” do ecumenismo religioso. Porquanto geralmente seus adeptos usam um argumento que, à primeira vista, é muito forte a seu favor, alegando que o amor de Deus está, em algum sentido que eles nunca esclarecem biblicamente, sobre todas as Suas criaturas, tanto sobre santos como sobre ímpios (mesmo estes tendo sido condenados ao inferno). Tais proclamadores de doutrinas estranhas ao evangelho acusam de “radicais” aqueles que tomaram a iniciativa de condenar suas heresias que, sob o uso do sofisma, têm como finalidade atribuir a Deus um tipo de dualidade em seus atributos divinos.

A graça comum, segundo seus defensores, responderia aos incrédulos a indagação acerca de como Deus pode odiar pessoas as quais Ele mantém em estado de saúde, riqueza e segurança terrenas. Tudo isso se aplicaria à uma suposta graça à parte que, de acordo com a teoria, é distinta daquela única graça que a Bíblia nos apresenta: a graça salvadora. Concederíamos que esse argumento é mais do que suficiente se eles pudessem provar o seu intento – de que Deus ama a todos os homens em geral e derrama algum tipo de graça sobre os ímpios ao sustentá-los com coisas boas na terra –. Todavia, se mostrarmos claramente que são eles que, com suas cavilações, nos pressionam a crer que Deus ama pessoas que Ele mesmo predestinou ao inferno, sem, contudo, apresentar qualquer argumento testamentário para sustentar essa premissa, o que lhes restará, senão que esse pretexto que fraudulosamente alegam seja levado pelo vento?

Através dos tempos, muitos ditos “teólogos” têm insistido em permanecer nesta falsa doutrina. Eles afirmam categoricamente, porém, sem nenhum amparo das Escrituras, que Deus distribui Seu amor a todos os indivíduos do mundo, sem exceção. Para justificar tal heresia grosseira, afirmam que, embora Deus tenha elegido apenas alguns para a salvação e condenado o restante ao inferno, Seu eterno amor (que não possui sombra de variação) está sobre os eleitos e também sobre os perdidos. Para provar essa falsa premissa eles argumentam dizendo que Deus, ao sustentar e suprir as necessidades terrenas dos réprobos, significa o mesmo que amá-los. E o nome dado para essa confusa ideia é “Graça Comum”, um tipo de graça diferente da única que encontramos na Bíblia – a graça salvadora de Deus. Mas, será que a Bíblia concorda com isso? Será que existem “duas graças”, uma que salva e outra que não salva? Vejamos como a Bíblia explica esse terrível paradoxo no qual os adeptos da graça comum se afundaram por meio de influências arminianas.

As Escrituras claramente ensinam que Deus odeia o pecador. E não somente isso, como também concede meios de sustento e prazeres terrenos para a sua própria destruição (Sl 5.5; 11.5; 73.17-20; 92.5-7; Pv 3.33; Ml 1.2-4; Rm 9.13; 1Pe 3.12).

É aqui que a teoria da graça comum inicia o seu declínio. Uma das provas que tornam a teoria da graça comum inconsistente é que a graça de Deus não está nas coisas. Todas as coisas constituem-se meios pelos quais Deus salva os justos (eleitos/justificados) e condena os injustos (réprobos/predestinados à perdição). Toda e qualquer satisfação terrena que um ímpio degenerado desfruta é para a sua própria destruição. Sendo esses homens racionais e morais, isso os torna responsáveis por cada ato (Rm 1.19,20). Deus providencia alimento, vestes, sol, chuva... a todos quantos estão vivos (Mt 5.45). Mas isso não tem nada a ver com Seu eterno amor e graça sobre alguém. Portanto, o que muitos chamam de graça comum é, na verdade, providência de Deus. Como será provado nas linhas que se seguem, a providência de Deus nem sempre significa algo bom para alguém na terra.

As coisas deste mundo são indiscutivelmente comuns, mas a graça nunca é comum. A graça não tem nada de comum. Ela é salvífica. Alguns adeptos protestantes da assim conhecida “Tradição Reformada” podem tentar distorcer isso uma vida toda por meio de manuscritos humanistas e sob o apelo para a emoção. Contudo, a Palavra de Deus continua dizendo que a graça é somente uma, e é salvífica. Não existem duas “graças” – uma temporária e outra eterna, como querem afirmar os ditos “protestantes reformados” e similares. Enquanto esses fariseus atuais repetem a mesma lamúria, a Escritura os responde com uma bofetada na face: Só existe Graça Salvadora. Se não salva, não é graça; é maldição (Pv 24.15-16). Ponto final.

A doutrina da graça comum deve ser rejeitada em todas as suas esferas, sob a base da Escritura. A graça comum ensina que Deus ama o réprobo, enquanto as Escrituras proclamam que “o Senhor odeia ao avarento” (Salmos 10.4 - KJV). Ainda nos salmos, lemos que Deus odeia “a todos os que praticam a maldade” (Salmos 5.5). Você provavelmente já deve ter ouvido esta frase: “Deus odeia o pecado, mas ama o pecador”! Porém, essa ideia trata-se de uma grande mentira. Deus não ama o pecador. Antes, Ele odeia o pecado e também o pecador. Deus lança no inferno o pecador, e não o seu pecado. Além do mais, “o SENHOR prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a Sua [de Deus] alma” (Salmos 11.5). Aqui está a intensidade da aversão de Deus ao réprobo: Sua própria alma – tudo o que Ele é – detesta-o. Assim, Deus “sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso” (v. 6).

A teoria da ‘graça comum’ ensina que as coisas boas que os réprobos recebem nesta vida são a prova do amor de Deus por eles. Todavia, esse foi o engano de Asafe quando ele pensou que os ímpios eram amados por Deus porque prosperavam no mundo (Sl 73.12); e esse continua sendo o engano de muitos. Porém, quando Asafe entrou “no santuário de Deus” (v. 17), compreendeu que “a prosperidade dos ímpios” (v. 3) – sua saúde (v. 4), comida (v. 7), riquezas (v. 12) – “certamente” se tratava de Deus colocando-os em “lugares escorregadios” antes de lançá-los na “destruição” (v. 18). Assim como Asafe, devemos compreender que Deus dá coisas boas aos ímpios em Sua providência, mas Ele “despreza-os” (v. 20) por sua impiedade (v. 8).

Nas palavras de Salomão, o mais sábio dos homens de todos os tempos, ele diz: “A maldição do SENHOR habita na casa do ímpio” (Pv. 3.33). Isso significa que todas as coisas boas em sua casa – esposa, filhos, possessões, alimento, etc. – não chegam com o amor de Deus, mas com a Sua maldição.

Algumas pessoas dizem que rejeitamos a graça comum sob a base de inferências extraídas a partir do conselho eterno da predestinação de Deus. Porém, a verdade revelada de Deus da predestinação não é a única doutrina que milita contra a graça comum. Contra a unidade de Deus (Dt 6.4), a graça comum ensina que Deus tem dois amores, duas misericórdias, duas benignidades, etc. Contra a imutabilidade de Deus (Ml. 3.6), a graça comum ensina que Deus ama os réprobos no tempo e, depois, os odeia na eternidade. Contra a justiça divina, que é tão grande que Deus “não pode ver o mal” (Hb 1.13), a graça comum diz que Deus ama aqueles que são completamente iníquos (Rm 3.10-18). Resumindo, a graça comum postula um amor temporário, limitado, mutável e injusto de Deus (fora de Jesus Cristo!) pelo réprobo. Todavia, as Escrituras nos ensinam que Deus ama a Si mesmo e à Sua Igreja eleita (Ef 5.25) com um amor particular (Rm 9.18), eterno (Rm 8.37-39), infinito (Ef 3.17-19) e imutável (Sl 136) em Jesus Cristo.

Essa heresia de um “amor de Deus pelos réprobos” tem sido usada por muitos para destruir a antítese (Gn 3.15), amenizar a depravação total, comprometer a expiação particular (limitada aos eleitos), pregar um desejo de Deus de salvar o réprobo, silenciar o fato de que Deus odeia a todos os quais Ele não amou na eternidade e, então, negar a eleição e reprovação incondicional, recusando, assim, condenar o arminianismo e seus falsos mestres, permitindo a comunhão com os arminianos em uma grande festa ecumênica onde o jugo desigual é quem dita as regras.

DEUS ODEIA O PECADO E TAMBÉM O PECADOR

O amor de Deus e a Sua ira andam de mãos dadas (Nm 14.18; Rm 11.22; Hb 12.5). Sempre que a Bíblia menciona a ira de Deus, ela automaticamente envolve o Seu amor. Isso acontece pelo fato de que a ira de Deus é uma expressão inata do Seu amor (Sl 136.14-21). Isto é, não há como falar do amor de Deus sem falar da Sua ira. Seus atributos são eternos e se correlacionam em perfeita harmonia. Sem a Sua ira, Seus atributos seriam falhos. Sem a Sua santa ira, Deus seria indiferente com o pecado e nenhum pecador estaria no inferno agora. Sem a Sua ira, Deus mostraria uma total ausência de moralidade em Seu caráter. Sem a Sua ira, Deus estaria em comunhão com a blasfêmia e corrupção do mundo.

A pureza de Deus exige que Ele odeie o que é impuro. Deus é amor (1Jo 4.8), e por isso Ele tem de ser ódio (Cl 3:6). A questão não é que Deus "deixa de amar" ou “deixa de odiar”. Seus atributos são eternos – não possuem começo nem fim. Sua ira sobre os réprobos permanece o tempo todo e não apenas num momento isolado (Jo 3.36). A doutrina dos atributos de Deus é uma das mais omitidas e evitadas pela igreja prostituta da América. Dificilmente acharemos, hoje, uma congregação onde os atributos de Deus sejam ensinados da maneira que a Bíblia nos apresenta. Não se trata de mera “questão secundária” (termo muito usado hoje por liberalistas teológicos), mas de uma doutrina essencial da fé cristã que exige, com urgência, a atenção dos santos (Jo 3.36; Sl 11.5; Pv 3.32; 6.16-19; 8.13-17; 2Co 2.14, 15; 2Co 4.3; Rm 9.13; Sl 5.5).


Continua em: Por que o Arminianismo se prova herético? – Uma análise sobre as crenças e ensinos de Jacob Arminius

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