Este artigo se trata de uma exortação aos que inutilmente
se esforçam em “agradar a Deus” com porcentagens monetárias fixas e mensais em
suas denominações religiosas, achando que Deus requer do crente alguma quantia
em dinheiro para, assim, conceder a salvação a ele. O fato de as pessoas
carregarem essa "carga" levítica nos ombros (por mais que não admitam)
torna o ato "dizimista" penoso e perigoso para a vida espiritual.
Acredite, caro leitor: você ganhará mais espiritualmente em buscar entender que
não há dízimos a serem pagos em algum templo religioso do que em empenhar-se
nesta labuta inútil chamada "Dízimo".
Quando um fiel compreende o que é ofertar financeiramente na igreja, a fim de
ajudar a manter a obra do Senhor e suprir as necessidades dos mais pobres da
Igreja de Deus, no intuito de cooperar com a congregação dos santos, ele passa
a ser livre e apto para contribuir com a quantia proporcional à sua renda, sem
nenhuma imposição da lei. Todavia, para se ter um entendimento claro sobre o
tema, é necessário saber distinguir as “Ordenanças Judaicas” das “Leis de
Cristo” no cristianismo.
DESVENDANDO O MITO
A prática do dízimo (dar 10% da renda para uma instituição religiosa) se tornou
parte integrante dos cultos nas igrejas denominacionais. Todavia, o dízimo
nunca fez parte da doutrina dos apóstolos; a doutrina do dízimo é uma
instituição claramente judaica; trata-se nada mais do que uma ordenança adotada
pela cristandade da ordem de coisas do Judaísmo. A epístola aos Hebreus chama
essa ordem de coisas de "arraial" (Lv 27:30-34; Nm 18:21-24; Hb
13:13). O dízimo não tem lugar no cristianismo. O cristianismo funciona sob
princípios completamente diferentes do sistema da lei mosaica. Sendo assim, impor
tal padrão sobre os filhos de Deus no cristianismo é não entender a graça e a
diferença que existe entre judaísmo e cristianismo; entre Israel e Igreja.
O dízimo era uma instituição exclusiva do Israel de Deus, imposta aos filhos de
Israel que estavam debaixo da lei. Por outro lado, no cristianismo, o novo homem
não precisa de uma lei. O homem verdadeiramente convertido a Cristo se deleita
em agradar a Deus e fazer a Sua vontade (Rm 8:4). Portanto, colocar o novo
homem, nascido de novo em Cristo Jesus, debaixo da lei e sob qualquer ordenança
judaica como o Dízimo é achar que existe algo nesta vida que poderia agir fora
da vontade de Deus. O fato é que não existe tal impulso legalista em um crente na
dispensação da graça que esteja andando no Espírito.
No judaísmo não importava se a pessoa queria ou não dizimar (fazer sacrifícios
de animais e plantações), pois, mesmo assim, tal pessoa era obrigada a se
desfazer de seus 10% de renda e devolvê-la à “Casa do Tesouro”, a qual não
existe mais. Essa era a lei. A contribuição na Igreja de Deus, seja ela
monetária ou em mantimentos, não se baseia sob tais princípios judaizantes. No
momento em que o cristão faz uma contribuição, ele está se colocando sob
princípios muito mais elevados do que aquele conhecido no judaísmo como Dízimo.
A Bíblia é muito clara ao nos mostrar que os crentes do Novo Testamento nunca
são ordenados a dizimar. As passagens de Mateus 22:15-22 e Romanos 13:1-7 nos
revelam a única “doação” que é requerida do crente na era da igreja, que é o
pagamento de impostos para o governo. É interessante notar que nós, na América,
atualmente pagamos entre 20 e 30 por cento de nossos rendimentos para o governo
– uma figura muito similar à exigência do dízimo na teocracia de Israel.
O DÍZIMO NO JUDAÍSMO
Para o funcionamento da lei do dízimo, é necessário haver um sacerdote. Para
ter sacerdote, é preciso o Templo onde habita o Nome do Senhor (Dt 12:11). O
único templo permitido para culto, adoração e pagamento do dízimo era o Templo
de Jerusalém. Mas esse templo não existe mais. Ele foi destruído no ano 70 d.C,
como profetizado por Jesus. Além do mais, seria necessário que estivéssemos
ainda “debaixo da lei”, a lei cerimonial ordenada aos judeus. Mas não pense que
ao cumprir a lei do dízimo você ficaria isento do restante das leis exigidas
pela Torá. Como será mostrado mais à frente, a Bíblia diz que quem vive pela
lei e tropeça em um só ponto dela é culpado de transgredir toda a lei. Quem
vive por estas leis, por elas será morto. Todo aquele que vive por estas leis
deve cumprir cada vírgula dela e não somente uma parcela dela.
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na
minha casa” (Malaquias 3:10).
Onde estão os outros dízimos que a Lei exige? Por que os – assim intitulados –
pastores estão os omitindo? Sei que os advogados do “Dízimo” gostam de usar
este versículo como pretexto para arrecadação de dinheiro dos fieis inseridos
em suas denominações. Sinto muito em desapontá-los, mas, este versículo se trata
de uma repreensão feita por Deus ao povo judeu por sua desobediência às leis de
Moisés, e não tem nada sobre a prática da Igreja de Deus aqui. Estamos falando
da dispensação da lei, não da graça. Estamos falando do Velho Testamento. No
versículo 7 da passagem de Malaquias 3, vemos a razão de Deus ter dito isto aos
judeus:
“Desde os dias de vossos pais vos
desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes” (Malaquias 3:7).
Quais eram os estatutos instituídos por Deus aos judeus? Será que eram iguais aos
dos cristãos? Não. As leis cerimoniais regulavam o ministério no santuário do
Tabernáculo e, posteriormente, no Templo. Elas tratavam também da vida e do
serviço dos sacerdotes. Na Bíblia encontramos três tipos de leis: Lei Civil,
Lei Cerimonial e Lei Moral. Ainda falaremos sobre o respectivo tema. Voltemos
nosso foco para o Dízimo.
O QUE DEUS DIZIA PARA OS JUDEUS
"Desde os dias de vossos pais vos
desviastes dos meus estatutos*, e
não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós, diz o Senhor
dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a
Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição
sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta "nação"
(Israel). Trazei todos os dízimos** à
casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa (Templo de Jerusalém), e depois fazei prova de mim
nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu (Chuva), e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente
para a recolherdes (os alimentos provenientes do plantio voltariam a
crescer)" (Malaquias 3:7-10). (Ênfase minha).
Nota*
Estatutos – Ordenanças da Lei
Mosaica.
Nota**
Dízimos – Existiam CINCO tipos de dízimo:
O DÍZIMO DE ABRAÃO – A primeira vez que a palavra “Dízimo” é mencionada
na Bíblia é em Gênesis 14.20: “E
deu-lhe o dízimo de tudo”. Esta atitude de Abrão foi voluntária e isolada.
Abrão nunca mais dizimou em sua vida. Também é importante entender que esse
dízimo não provinha de seus próprios bens, mas dos despojos da guerra contra
Sodoma e Gomorra. Abrão pegou dos bens do rei de Sodoma que havia recuperado e
deu 10% deles a Melquisedeque. Repare que Abrão não deu do que era seu, mas do
que era do rei de Sodoma. O rei de Sodoma ofereceu que Abrão ficasse com os 90%
de seus bens, mas este recusou-se a aceitar até mesmo a correia de uma
sandália. Portanto, nada do que Abrão deu a Melquisedeque era realmente seu.
Falaremos mais sobre esse dízimo de Abrão como introdução do tema “Dízimo”.
O DÍZIMO DOS LEVITAS (Números 18.21-24) – Primeiro
dízimo da Lei, sendo ele entregue anualmente. “Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo
serviço que prestam, serviço da tenda da congregação”, disse Deus (Nm
18.21). Os levitas passaram a receber esse auxílio consagrado porque não tinham
nenhuma herança no meio dos israelitas (Nm 18.23). Essa contribuição servia
para a sua manutenção.
O DÍZIMO DOS DÍZIMOS – Também anual, outro tipo de dízimo que havia era
o dízimo dos dízimos, retirado do que os levitas recebiam dos israelitas. Os
levitas deveriam levar esse dízimo à Casa do Tesouro, que se encontrava numa
repartição do Templo de Jerusalém. Essa contribuição era “considerada equivalente à do trigo tirado da eira e do vinho do tanque
de prensar uvas” (Nm 18.27).
Em Neemias 10.38 está escrito que “o
sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando os levitas recebessem
os dízimos, e que os levitas trariam os dízimos dos dízimos à Casa do nosso
Deus, às câmaras da casa do tesouro”.
Números 18.26 fundamenta esta verdade: “[…]
também falarás aos levitas e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos
filhos de Israel […], deles oferecereis uma oferta alçada ao SENHOR: o dízimo
dos dízimos […] e deles dareis a oferta alçada do SENHOR a Arão, o sacerdote”.
O DÍZIMO DAS FESTAS (Deuteronômio 14.22-27) – Igualmente
anual, o quarto tipo de dízimo mencionado na Bíblia é o dízimo festivo. Sobre
este evento, Deus havia dado ordem para que, dentre os holocaustos, os
sacrifícios, as ofertas alçadas, os votos, as ofertas voluntárias e a entrega
dos primogênitos, os israelitas trouxessem ao lugar que Ele escolheria também
os dízimos que deveriam ser extraídos dos nove décimos restantes da produção do
povo, já que este deveria entregar aos levitas um décimo de suas colheitas,
frutas e animais dos rebanhos.
Nesse lugar que Deus, à época, iria escolher – ou seja, posteriormente
Jerusalém –, o povo de Israel deveria comer esses dízimos perante o Senhor e se
alegrar em Sua presença, celebrando a ocasião de maneira festiva (Dt 12.5-6,
11-12, 17-19).
O DÍZIMO TRIENAL OU DÍZIMO DA CARIDADE (Deuteronômio 14.28,29) – Este
dízimo era usado de três em três anos para aliviar as necessidades dos levitas,
estrangeiros, órfãos e viúvas. Podemos entender acerca do quinto tipo de dízimo
pelo que está escrito em Deuteronômio 14.28-29:
“Ao fim de três anos, tirarás todos os dízimos da tua novidade no mesmo ano
e os recolherás nas tuas portas. Então, virá o levita (pois nem parte nem
herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro
das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão, para que o SENHOR, teu Deus, te
abençoe em toda a obra das tuas mãos, que fizeres”.
Como mencionado, essa contribuição caridosa era feita a cada três anos, e era
chamada de “o ano dos dízimos” (Dt
26.12). Ela não deveria ser levada ao tabernáculo, mas sim compartilhada com os
pobres daquele tempo. Era um mandamento divino (Dt 26.13-14) e trazia consigo
grandíssimas promessas de Deus:
“E o Senhor hoje te declarou que tu lhe
serás por seu próprio povo, como te tem dito, e que guardarás todos os seus
mandamentos. Para assim te exaltar sobre todas as nações que criou, para
louvor, e para fama, e para glória, e para que sejas um povo santo ao Senhor
teu Deus, como tem falado” (Deuteronômio 26.18,19).
Portanto, é de se admirar que as denominações religiosas estejam tentando
omitir isso ao povo cristão, quando falam somente de um dízimo religioso, ou
seja, o que é citado em Malaquias 3, simplesmente porque este se encaixa melhor
em seus propósitos e heresias, ignorando os outros quatro importantes dízimos
religiosos da Bíblia.
E O "DEVORADOR" DO
VERSÍCULO 11?
Esta é mais uma das dúvidas mais frequentes quando o assunto é Dízimo. As
denominações religiosas, em especial as evangélicas, costumam
dizer que o “devorador” do verso 11 de Malaquias 3 é um demônio que rouba
nossas finanças quando não “pagamos o dízimo” para o “pastor” da “igreja”. Se eu
fosse citar as passagens mais usadas por estelionatários da fé, certamente essa
estaria no topo.
Para facilitar, vamos colocar novamente os significados do texto para chegarmos
à conclusão óbvia de quem seja esse “devorador” tão temido pelos dizimistas
modernos:
1 – A nação com quem Deus está se comunicando é Israel.
2 – A Casa para onde deveriam levar os dízimos (alimentos) era o Templo de
Jerusalém, o lugar que o Senhor escolheu para habitar o Seu nome na dispensação
da lei.
3 – Quando Deus promete que irá “abrir as janelas do céu e derramar bênçãos”
sobre o Seu povo Israel, Ele está se referindo à chuva, pois sem a chuva não há
alimento para se colher. Quando os israelitas voltassem a cumprir com a lei do
dízimo, os alimentos provenientes do plantio voltariam a crescer.
4 – Finalmente, chegamos no versículo 11, o qual eu deixei para mencionar
somente agora, pois minha intenção é mostrar ao leitor que o contexto de toda a
passagem se refere a um simples inseto, e não a um demônio querendo fazer os
fieis ficarem pobres; muito menos na era da Igreja, visto que estamos falando
de um contexto judaico, onde a Igreja nem mesmo existia.
Observemos a passagem tão temida:
“E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os
frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor
dos Exércitos” (Malaquias 3:11).
Deus acaba de concluir Sua promessa de que a terra de Israel não seria mais
estéril, ou seja, voltaria a dar frutos para que os judeus pudessem se
alimentar, fazer holocaustos e sacrifícios de animais.
Hoje vemos que o “devorador” de Malaquias 3 possui até um nome artístico e bem
sensacionalista: “Demônio das Finanças”. Mas, de onde tiraram essa ideia?
Obviamente que da Bíblia não. A verdade é que o devorador que Malaquias cita aqui
era simplesmente um “gafanhoto” ou gafanhotos. Na Bíblia, os gafanhotos recebem vários nomes,
tais como: gafanhotos, migrador, devorador e destruidor. Esses gafanhotos
destruíam as colheitas e videiras por onde quer que passassem, aniquilando os
frutos da terra (Lv 11:22; Am 4:6-11; Jl 1:3-4).
O devorador não é um demônio; ele não é um ser maligno que vem para
roubar o seu dinheiro e fazê-lo ficar pobre se você não pagar o dízimo, como é
ensinado hoje por hereges estelionatários e facínoras que vendem um evangelho
prostituído para se enriquecerem às custas da ignorância dos membros de suas
denominações (seitas).
Preste atenção nesta passagem de Joel 1:4:
“O que o gafanhoto cortador deixou, o
gafanhoto peregrino comeu; o que o gafanhoto peregrino deixou, o gafanhoto
devastador comeu; o que o gafanhoto devastador deixou, o gafanhoto
devorador comeu” (Joel 1:4).
A quem a Bíblia chama de devorador? Ao gafanhoto devorador. Quem era, então,
o devorador no Antigo Testamento? O texto sagrado acabou de nos responder: Os
gafanhotos. Não há uma linha sequer onde os demônios são mencionados aqui.
Agora veja o texto de Joel 2:25:
"Restituir-vos-ei os anos que foram
consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo
destruidor e pelo cortador, o meu grande exército que enviei contra vós
outros" (Joel 2:25).
Quem é o migrador, o destruidor e o cortador nas passagens onde o tema é o
plantio e a colheita da produção de alimentos para sustento do povo de Israel? Se observarmos a continuação do verso, a conclusão se mostra tão clara quanto o
sol do meio dia; senão vejamos:
“E comereis abundantemente e vos
fartareis, e louvareis o nome do Senhor vosso Deus, que procedeu para convosco
maravilhosamente; e o meu povo nunca mais será envergonhado” (Joel 2:26).
Como consequência de Deus tirar o “devorador” (gafanhoto) do meio do plantio do
povo exclusivo de Israel, e também as portas do céu sendo abertas para que haja
chuva, o povo de Deus daquela velha dispensação voltaria a se fartar, como
prometido por Deus caso Seu povo tornasse a obedecer os Seus estatutos.
PARA QUEM DEVERIA SER ENTREGUE OS
DÍZIMOS?
Somente os levitas tinham o direito de receber
em mãos o dízimo como sustento, e não o sacerdote. Por via de regra, também se tomava certas porções do dízimo para aliviar as
necessidades dos estrangeiros, órfãos e viúvas. Ao terceiro ano, o dízimo
referente a este ano não devia ser entregue diretamente nas aldeias locais e
visto à disposição em quantidade, não somente aos Levitas, como também aos órfãos,
estrangeiros e viúvas. (Dt 12:5-7; Dt 14:22-29. Dt 26:12-14).
Agora eu pergunto ao leitor: Seu “pastor” é sacerdote? Ainda existe sacerdote?
Ainda existe o Templo de Jerusalém? Você faz sacrifícios de animais? Você é
judeu? Você dizima à maneira de Deus ou dos homens? Você viaja até Jerusalém a
fim de encontrar a “Casa do Tesouro” para dizimar? Qual animal você usa para o
sacrifício?
Muitas outras perguntas poderiam ser feitas, de modo que não caberiam neste
livro; e eu posso garantir que nenhuma delas seria respondida de acordo com a
lei do Dízimo bíblico.
DÍZIMO NUNCA SIGNIFICOU DINHEIRO
Na Palavra de Deus o dízimo consiste sempre em alimento. Somente alimento! As
igrejas heréticas ensinam que os dízimos bíblicos incluem todas as fontes de
renda. No entanto, não devemos usar o Dicionário Aurélio para definir o que é o
dízimo ou não. A Palavra de Deus é a única fonte de conhecimento para definir a
palavra “dízimo”. Devemos nos empenhar em conhecer as Escrituras e entrar em
uma boa concordância bíblica. Quando estudamos a respeito disso, descobrimos
que a definição usada pelos advogados do dízimo está assombrosamente errada. Na
Palavra de Deus, o vocábulo “dízimo” não aparece sozinho. Embora já existisse
dinheiro, a substância do dízimo divino jamais foi dinheiro. Ele era o “dízimo
do alimento”. Isso é muito importante. Os verdadeiros dízimos bíblicos eram
sempre e tão somente o alimento proveniente das fazendas e rebanhos, somente
dos israelitas que vivessem exclusivamente dentro da Terra Santa de Deus, às
fronteiras nacionais de Israel. A fartura provinha da mão de Deus e não da
manufatura ou habilidade do homem.
Existem 15 versos de 11 capítulos e 8 livros, de Levítico 27 a Lucas 11, que
descrevem o conteúdo do dízimo. E o conteúdo jamais incluiu dinheiro, prata,
ouro ou qualquer outra coisa além de alimento. Mesmo assim, a definição
incorreta de “dizimar” é uma das maiores mentiras ensinadas por denominações
heréticas na história da cristandade (Cf. Levítico 27:30,32; Números 18:27,28;
Deuteronômio 12:17; 14:22, 23, 26; 2 Crônicas 31:5; Neemias 10:37; 13:5; Malaquias
3:10; Mateus 23:23 e Lucas 11:42).
O DÍZIMO NÃO É ENCONTRADO NA DOUTRINA
DOS APÓSTOLOS, NEM AS PRÁTICAS HERÉTICAS LIGADAS AO DÍZIMO
A doutrina dos apóstolos está nas epístolas. É de suma importância lembrar-se
disso a fim de não misturar o contexto judaico com o contexto cristão. A Igreja
foi inaugurada no livro de Atos, no capítulo 2. O livro de Atos é,
predominantemente, um livro de experiências que mostra a fase de amadurecimento
da Igreja primitiva e de seu contato com o sobrenatural de Deus, visto que Deus
fez muitos sinais e milagres durante esta fase de transição e crescimento
espiritual.
Você não encontrará o dízimo na doutrina dos apóstolos, exceto por alguma
citação fazendo referência ao Antigo Testamento e à Lei. Além de não encontrar
o dízimo na doutrina dos apóstolos, também não encontrará igrejas denominadas
(exceto pela identificação da cidade onde estavam), templos, pastores dirigindo
congregações, mulheres falando nas reuniões da igreja, altares, música
instrumental na adoração, corais, homílias, danças, ensaios, dias santos,
escolas de teologia, um clero distinto dos leigos, roupas ou cadeiras
diferentes para certas pessoas do clero, títulos honoríficos, presidente disso,
diretor daquilo... e muitas outras coisas inventadas pelas denominações criadas
pelos homens.
Na doutrina dos apóstolos os cristãos não constroem templos, nem trazem outro
nome que diferencie os crentes uns dos outros além do nome de Cristo. Na
doutrina dos apóstolos ninguém se faz membro de alguma instituição religiosa,
ninguém assina algum contrato para obter carteirinha...
Na doutrina dos apóstolos você jamais verá crentes prestando juramento a algum
sistema religioso. Na verdade, os crentes da Igreja de Deus são exortados a
reconhecerem que há um só Corpo de Cristo, o qual inclui TODOS os salvos desde
a fundação do mundo. Os cristãos são ordenados a darem testemunho prático disso
quando congregam somente ao nome do Senhor Jesus para a comunhão e aprendizado
da doutrina dos apóstolos, além de celebrar a ceia do Senhor à mesa do Senhor e
dedicarem tempo à oração.
Individualmente – e não como igreja – os cristãos são levados a pregarem o
evangelho, mas não são capacitados por alguma escola de teologia e nem enviados
por alguma junta de missões ou liderança. Toda obra é imputada apenas pelo
Espírito Santo, não por denominações (seitas) religiosas. Tais homens, com dons
específicos e sem nenhum interesse no dinheiro, saem para a obra do Senhor e
jamais pedem dinheiro aos irmãos para se dedicarem à obra, visto que a obra é
do Senhor e Ele irá sempre prover as necessidades dos que são destinados ao
ministério; se forem realmente pertencentes ao Senhor. O cristão não pede
dinheiro em troca da pregação do evangelho, nem aos seus irmãos e muito menos
aos incrédulos.
Na doutrina dos apóstolos os cristãos não promovem partidos políticos, nem
apoiam candidatos, mas simplesmente cumprem com a lei porque não são inimigos
do governo enquanto o mesmo não estabelece leis que contrariem a lei de Deus.
Os cristãos são simplesmente cidadãos celestiais que estão momentaneamente
vivendo na Terra, um planeta que não lhes pertence. Eles não se iludem em
transformar este lugar em um "mundo melhor", pois sabem muito bem
qual é o seu destino.
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SUMÁRIO - O EVANGELHO sem Disfarces
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